Glee 2x06 – Never Been Kissed – Uma lição…

Ainda não tive a oportunidade de escrever sobre a série Glee em geral, ou sobre alguns episódios de que sou realmente fã. Mas isso não importa, o que interessa é que para mim Glee é uma série fantástica (e ok, com o sucesso que anda fazendo, devo dizer que não SÓ para mim).

Mas esse episódio merecia um comentário, porque está de parabéns. Foi um episódio que me deixou perplexo em alguns momentos (quem gosta de Glee, quem viu esse episódio, já deve ter me entendido), mas que apresenta um roteiro muito bem escrito. A história além das músicas desse capítulo é o foco dessa vez; The Rocky Horror Glee Show foi incrível, com cenas musicais muito bem feitas e músicas interessantes, mas “Never Been Kissed” se ancora no enredo.

Confesso que algumas semanas atrás, quando vi o título desse episódio, pensei na Emma. Tudo bem, tudo bem. Nós vimos que Emma já tinha sido beijada, mas que seja. Foi o que me veio na cabeça (Achei interessante a parte “I’d only ever kissed before” em “Touch-a, touch-a, touch me”, cantada pela Emma em RHGS). Mas se refere a outras duas pessoas: Kurt e a treinadora Beiste.

Vou falar primeiro de Beiste, a parte mais cômica do episódio. Foi muito legal ver o diálogo entre Finn e Sam (e mais incrível ainda foi ver Finn lembrando-se do carteiro atropelado mais uma vez); a estratégia criada pelos rapazes para “relaxar” foi muito divertida, mesmo que eu tenha ficado com pena da treinadora. A cena em que Will conta para ela o que está acontecendo é de cortar o coração. Mas damos muita risada também, como por exemplo, o senhor Schue explicando a razão de Beiste estar indo embora: “Because of the boys...” e Mike: “...and Tina”; ver a Tina pensando em Beiste quando estava com Mike foi engraçado; e Mike dizendo para a treinadora: “Fique longe da minha namorada!”; foram momentos divertidos.

Amei a cena em que Puck e Artie entram no ensaio das meninas para convidar Santana e Brittany para sair; a expressão de Rachel e a maneira como ela gritou “Spies!” me deixou rindo por algum tempo. Para mim, uma das melhores cenas.

E a música final dos meninos dedicada à treinadora foi bonitinha. Era legal ver as expressões de Rachel e Quinn quando Finn e Sam cantavam para elas. Mas melhor de tudo foi o discurso que antecedeu a música: “Você é tipo uma tortuguita”; eu ri demais. Mas a parte em que eles dizem “Você é tipo um mashup” eu achei muito legal.

E agora passando para o assunto de Kurt, a razão do episódio ter sido o que foi. A parte da história que girou em torno desse personagem é o destaque dessa vez; Chris Colfer mais uma vez deu um show em sua interpretação. Sempre encarei Glee como uma série contra o preconceito; muitas cenas vêm para nos provar isso, e dessa vez não restou dúvidas. Com certeza foi um baque para muita gente.

Vemos o valentão (desculpem, não sei o nome dele) provocando Kurt durante todo o episódio, e não é só nesse. Digamos que ele é quem mais persegue o personagem. Então vemos Kurt no outro colégio, vemos ele se encantando e começando a se apaixonar; foram cenas interessantes. Mas o melhor foi ver como ele decidiu enfrentar o valentão, e o perseguiu até o vestiário para poder esclarecer as coisas. O choque foi geral quando Kurt, ao invés de apanhar, recebeu um beijo.

Homo fóbicos devem estar morrendo de raiva à uma hora dessas. Esse episódio foi feito para eles. Desde o começo da série que o personagem do Kurt traz o assunto do homossexualismo à tona; dessa vez somos apresentados à teoria de que muitos homo fóbicos são apenas “pessoas que não conseguiram se aceitar”. Vemos que toda a raiva que ele sentia de Kurt, tudo o que ele sempre recriminou, era na verdade porque no fundo ele era do mesmo jeito. Acho que esse episódio veio para nos dizer algo como “tá vendo? Não há razão para ter preconceito”. Homofobia é preconceito, nesse caso, é bullying, é crime. Para aqueles que ainda não conseguem aceitar as diferenças que existem nesse mundo, está na hora de parar um pouco e tentar pensar. Tentar entender que nem todo mundo é igual, que existem SIM diferenças. Acho que meu ponto é: preconceito não serve para nada.

E por tudo isso o episódio de Glee me fascinou tanto. Acho que eles conseguiram transmitir isso com a história, eles conseguiram fazer pelo menos algumas pessoas pararem para pensar. E mesmo que tenha sido só uma pessoa que tenha mudado sua maneira de pensar depois disso, que seja, o episódio não foi em vão. Foi um tapa na cara de muita gente. Acho que Glee está melhorando nesse aspecto, e acho que ele ainda vai falar muito sobre o preconceito. Vamos esperar pelos episódios futuros e ver o que acontece.