"A Hospedeira"

“A hospedeira” foi um livro que eu li há mais ou menos um ano, então vai ser uma visão um pouco geral do livro; mas sendo um livro que eu penso em reler um dia, eu posso voltar a falar dele.

Ainda não se trata de um livro assim tão famoso. Pelo menos não na minha opinião, mesmo sendo de Stephenie Meyer. Mas acontece que os fãs de Stephenie não são fãs de Stephenie, são fãs de “Crepúsculo” (e muitos podem discordar de mim), mas em sua grande maioria são posers. Eu li a saga Crepúsculo, e bem... eu não gostei. Li antes dos filmes, li antes da modinha, e confesso que meio que me cativou. A história é interessante, mas o romance exagerado de Edward e Bella me cansou. Não é porque eu sou homem, afinal eu gosto dos livros de Meg Cabot. É só que… Crepúsculo é muito forçado na minha opinião (sem mencionar que os dois últimos volumes ela só enrolou a história).

Mas como o texto não é de Crepúsculo, é da Hospedeira, vamos manter o foco. Decidi lê-lo por curiosidade. Almas vindas de outro planeta? Ficção científica pra quem não gosta de ficção científica? Opa, eu GOSTO de ficção científica. O tema me interessou, é isso. Mas eu não esperava muito. Já estava me preparando para uma decepção quando ela começasse com toda sua melação como na série passada. Mas não aconteceu. Stephenie me surpreendeu na narrativa dessa história.

Já conheci pessoas que começaram a ler o livro e desistiram. Acho que eles não captaram o espírito (sem trocadilhos). O prólogo e o primeiro capítulo já me prenderam, com Peregrina se acostumando ao corpo de Melanie e sentindo as primeiras emoções. Acho que Stephenie merece os parabéns ao nos mostrar a dificuldade de ser humano.

[CONTÉM SPOILERS]

E então o livro toma caminhos fantásticos. Quando você termina de lê-lo, você pára e pensa: meu Deus, aconteceu tanta coisa. O que você nunca pensou em Crepúsculo. E sinceramente, o que muitos autores têm dificuldade de conseguirem. A Stephenie me surpreendeu, e com “A Hospedeira”, um dos livros que li de que mais gostei, ela fica, para mim, acima de muitos autores que eu já gostava há muito tempo.

Pensando na história, você vê como o livro muda e muda o tempo todo. Tem as brigas de Peg com Melanie dentro de um mesmo corpo, tem a paixão de Melanie por Jared; achei incrível a relação que Peg desenvolve com Jamie. Para mim, a maneira como ela o trata é como uma mãe trata um filho; ela amava aquele garoto de verdade, isso me emocionou bastante. Ver Peg presa, maltratada, ver ela aos poucos se integrando àquela comunidade que a acolhe pouco a pouco; ver a dificuldade que as pessoas têm em aceitá-la. O livro é incrível em todos os aspectos. Em nenhum momento você se cansa da leitura. Vê-la “dando aulas” sobre os outros planetas em que viveu também encanta. E quanto ao Jared, fiquei muito contente por Peg não ficar com ele no fim. Afinal, ela não o amava. Ian a amava.

Acho que foi em todos esses aspectos que Stephenie se superou tanto. No verso do livro tem uma fala dela: “O que mais gostei neste livro foi de explorar o amor de ângulos tão diferentes. O amor pela comunidade, pelo próprio ‘eu’, pela família – o amor romântico e o amor platônico.” Em Crepúsculo ela centra-se em Edward e Bella, é a única coisa que importa. Aqui Stephenie nos apresenta uma história convincente, concreta. Ela nos apresenta não um amor entre um homem e uma mulher, mas o amor por um filho, um amor entre pessoas que vivem juntas para se proteger de um “inimigo em comum”; é um livro que eu recomendo, um dos melhores livros que eu já li.