Colin Cosmo e os Supernaturalistas – Eoin Colfer não é só Artemis Fowl!

 Em um futuro próximo, o jovem Colin Cosmo é mandado para um orfanato, no qual é forçado a trabalhar sem descanso, além de servir de cobaia para um monte de testes. Ele decide fugir e para isso conta com a ajuda dos Supernaturalistas, garotos que, como ele, possuem uma certa habilidade especial. O que eles não imaginavam é que iriam descobrir um terrível segredo que poderia destruir o mundo.
Eoin Colfer é mundialmente conhecido pela sua [fantástica] série de Artemis Fowl. Porém, não são os únicos livros que ele escreveu. E agora eu li Colin Cosmo e os Supernaturalistas, no qual ele escreve algo diferente de Artemis, mas ainda muito maravilhoso. Também com capítulos longos uma narrativa envolvente, ele nos proporciona uma leitura bastante prazerosa.
Quanto ao nome… Supernaturalista não me lembra exatamente o que eles são. Agora se pensarmos no inglês… Supernaturalist! Supernaturalist, supernatural… exatamente, pessoas que “caçam” o sobrenatural. Numa tradução mesmo, eles deveriam se chamar sobrenaturalistas no Brasil, mas tudo bem. Acontece que o nome vem de Supernatural.
A história se passa no futuro, isso já é de meu agrado. Melhor do que isso, é o futuro crível elaborado por Colfer. Ele nos faz acreditar que aquilo é real, ele pensou em cada detalhe. Ele criou toda uma sociedade diferente da nossa, num futuro possível, que critica elementos reais. O cara é um gênio. É ótimo ver tanta tecnologia e seres humanos convivendo, todo um novo tipo de organização, com várias coisas novas. E o nosso presente como um passado tão distante, que pode nem ter existido de verdade.
O livro é muito bom nesse quesito, e nos traz personagens cativantes, além de uma história surpreendente. Para quem imaginava um livro simples de caça ao sobrenatural, não é o que temos. Vemos a cada capítulo novas reviravoltas, que nos fazem repensar tudo aquilo em que tínhamos começado a acreditar. E isso é fantástico! Pena que tivemos uma morte importante no final. Ficou realmente triste…
O livro é bom, e vale a pena. Para fãs de Artemis Fowl, é quase uma obrigação. Para quem nunca leu Eoin… talvez seja um belo livro para se começar. Abaixo algumas cenas que eu destaquei, quem quiser dar uma olhada, é só clicar no link:


Pág.125, capítulo 5 – Doces e Buldoges – “O boi voou”, dizia o texto. “Os Buldogues colocaram uma sentinela. Está atrás de vocês.”
[…]
-Escute com atenção, Cosmo. Eu sei o que estou fazendo. Venho fazendo isso nos últimos três anos. Você passou a vida inteira num orfanato. O que sabe sobre missões de combate poderia ser escrito na cueca de Dito. Sacou?
Pág. 167, capítulo 6 – Esp-nocat 4 – –Agora nós estamos trabalhando juntos?
-Claro que você não sabia. Você vem cuidando do problema de infestação na cidade, ou pelo menos era o que pensávamos.
Arrá, pensou Cosmo. Aí vem o motivo para nós não estarmos sentindo dor agora mesmo.
Pág. 169, capítulo 6 – Esp-nocat 4 - -Eu guardei segredo desses investimentos – continuou Ellen –, convencida de que estava louca. Mas então ouvi falar de outra pessoa que arengava sobre criaturas azuis. Você, Stefan, depois do acidente. Você virou uma tremenda piada na academia de polícia durante um tempo. Seção oito (Artemis Fowl? Demônios?), era o que todo mundo dizia. Como sua tutora pessoal e amiga da família, tentei ajudá-lo a superar o trauma. Esperava que você se abrisse comigo.
Pág.193, capítulo 7 – Obaa - -Obrigada, Cosmo. Que horas são?
-Pôr-do-sol.
Mona espiou pela janela do abrigo.
-Está noite está roxo. Quem tem alergia vai sofrer. Já viu um pôr-do-sol no cinema, Cosmo? Todo laranja e lindo. Você acha que um dia já houve um pôr-do-sol assim?
Cosmo deu de ombros.
-Talvez. Duvido. Hoje em dia podem fazer qualquer coisa com efeitos especiais.
Mona tomou um gole de café sintético.
-Provavelmente está certo.
Pág. 196, capítulo 7 – Obaa - -Na maior parte do tempo – disse a voz de Stefan atrás deles. O tom não ressoava de alegria. Ninguém pediria a Stefan para representar o Papai Noel numa peça de Natal, nem se houvesse mais de uns dois milhões de pessoas que ainda comemorassem essa festa.
[…]
-Foi um belo tiro no tanque. Você me salvou de novo.
Ela lhe deu um beijo no rosto.
-Obrigada.
-De nada – murmurou Cosmo. Seu rosto parecia ter sido ligado numa tomada elétrica.
Mona riu.
-Continue assim e vai passar o dia inteiro sendo beijado.
Cosmo finalmente conseguiu montar uma frase.
-Talvez na próxima vez você me salve. Aí vou ficar lhe devendo um beijo. – Era uma obra-prima gramatical, dadas as circunstâncias.
Pág. 235, capítulo 7 – Obaa - -Lá se vai outro membro do grupo. Vamos ter que colocar um anúncio na TV. Procura-se garoto maluco com vontade de morrer. Fornecemos placas Robotix.
Pág. 256, capítulo 8 – Pulso – […] Enquanto ele estava tombado, suas roupas viraram carvão e caíram, até que o sujeito ficou apenas com uma ceroula do Pernalonga.
Cosmo afastou o choque que sentia.
-O que é aquilo?
O lugar estava iluminado por raios.
Stefan pegou seu bastão.
-O Pernalonga. Um coelho em 2D. Ele vivia falando: “O que é que há, velhinho?”
Pág. 312, capítulo 10 – Nova chance - -Estava pensando que poderia salvar essa empresa. O senhor viu os números, eu teria conseguido…
-Eu sei, se não fosse pelos naturistas que ficam correndo pelados por aí.
-Os Supernaturalistas – disse Faustino trincando os dentes.

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