The Thief Lord – O Senhor dos Ladrões

Hoje em dia tornou-se fácil comprar DVD. E eu tinha certa curiosidade nesse filme. Comprei. Mas fiz uma coisa de que me envergonho bastante; uma coisa que sempre critico (e por favor, não me julguem – não muito): assisti ao filme sem ter lido o livro. Sim, eu sei que isso não é certo, me desculpem. Então o que direi aqui é exclusivamente sobre o filme, pois não sei nada sobre o livro, não sei se foi bem ou mal adaptado, nada mesmo. O livro foi escrito pela alemã Cornelia Funke – nossa autora de Mundo de Tinta, a trilogia cujo primeiro volume (Coração de Tinta) deu origem ao filme de mesmo nome (e esse eu li!).

O filme é de 2006, e conta a história de um grupo de crianças órfãs que vive num cinema abandonado em Veneza. Temos Próspero como protagonista, que após roubar o irmão mais novo, Bo (Bo, Mo… é coisa da Cornelia…), da casa dos tios, foge para Veneza, o lugar que sua mãe vivia falando sobre. E é lá que eles encontram o Senhor dos Ladrões, que oferece ajuda (Scipio, o líder das crianças que moram no cinema). Ele é o responsável por roubar bens que, vendidos, sustentam o grupo.

A história central do filme se dá quando Scipio é contratado para um trabalho em especial (com uma recompensa bem generosa), que é roubar uma asa de madeira da casa de Ida Spavento.

[CONTÉM SPOILERS]

E é nesse contexto todo que somos apresentados ao fato de que Scipio não é órfão, mas sim um garoto rico; era de se esperar, mas ainda assim é sofrido ver como as crianças reagem a isso. Seguindo o filme, temos a apresentação ao carrossel (do qual só falta a asa para ficar completo), que tem poderes mágicos, podendo fazer uma pessoa envelhecer ou rejuvenescer. E ele é lindo!

Gostei demais do carrossel, como disse, achei ele realmente bonito, e a viagem nele é interessante; mas esperava um novo ator para interpretar Scipio mais velho, ele não pareceu mais velho… mas tudo bem, são apenas pequenos equívocos. A garota Vespa, deitando em Prop no barco, no fim do filme, foi muito encantador. E gostei de como Prop decidiu não envelhecer, com a fala “Bo me quer como irmão, não pai”.

[FIM DOS SPOILERS]

Os atores foram bons, conseguiram convencer em seus papéis. Bo, interpretado por Jasper Harris, é uma criança encantadora, não tem como não admirá-lo (e a sua resposta toda vez que lhe perguntam a idade: “Six and a quarter”).

Aaron Johnson interpreta Próspero (ou Prop); acho que tanto ele quando Jasper fizeram bem, porque dava para ver que os irmãos se importavam um com o outro; a relação entre os dois ficou bem trabalhada, não ficou uma coisa falsa, então aprovei. Em alguns pontos pode até ser emocionante.

Também tivemos Rollo Weeks como Scipio, o Senhor dos Ladrões, que só não gostei no fim do filme, ainda ser ele, como disse na seção com spoilers, mas tudo bem. Alice Connor foi Vespa, e estava ótima, muito engraçadinha – e sua relação com Prop ficou legal.

Frase do filme: “Não se deve usar máscara na Igreja”; “Nem planejar um roubo no confessionário”. É, Spicio tinha a resposta perfeita na ponta da língua, por isso eu gostei dele. O filme foi bom, na minha opinião. E agora eu penso em ler o livro; quando eu ler, com certeza vou escrever uma nova versão para essa postagem, talvez seja completamente diferente, talvez nem tanto. Em geral, o filme me agradou. Gostei da proposta de crianças bancando os Robin Hoods, e especialmente do fechamento que tivemos para isso (toda a história de Scipio, não vou ser claro, para quem não assistiu ainda ter a surpresa); e o fim, toda a parte de Ida Spavento. Filme aprovado.