Donnie Darko – Proposta magnífica em um filme maravilhoso!
Aqui falo sobre o filme original, de 2001, estrelado por Jake Gyllenhaal e dirigido por Richard Kelly, e não da sequência de 2009, a quem as críticas não foram nada boas (na verdade ainda nem assisti a tal sequência). O filme original estadunidense é um filme de suspense psicológico surrealista, e traz cenas maravilhosas. Aclamado pela crítica, consegue 85% de aprovação no Rotten Tomatoes.
E quem sou eu para discordar? O filme se passa em uma pequena cidade sombria no fim dos anos 1980, onde acompanhamos a história de Donnie Darko, um garoto considerado problemático (e que se consulta regularmente com sua psiquiatra, por apresentar evidências de esquizofrenia – muito bem relatada quando a médica explica à mãe que ele tem alucinações, e que “isso acontece com esquizofrênicos paranóicos”). Em uma noite, um coelho gigante acorda Donnie e salva sua vida (de uma turbina de avião que cai em seu quarto) – tal coelho se chama Frank e o acompanharemos durante todo o filme também.
Na verdade, uma pessoa dentro de uma ridícula fantasia de coelho, consegue causar alguns arrepios. Acho que foi a atmosfera que conseguiram instalar ao longo do filme. As músicas, as cores, as vozes… tudo passa um certo sentimento meio difícil de decifrar… sei lá, mexe com a gente, nos deixa meio confusos, melancólicos talvez, mas extasiados com o filme. No geral, uma combinação muito boa.
O filme nos é apresentado em contagem regressiva, até o que seria o fim do mundo, segundo o coelho. Para apenas no final entendermos a que Frank se referia, em cenas confusas, mas interessantes. É fantástico entender um pouco mais de Frank, quem ele é e tudo o mais, e a razão da tal fantasia de coelho. Mesmo sem entender alguns detalhes, o filme nos apresenta um ótimo final, que realmente nos faz pensar. Após cenas tensas, e coisas que nos chocam um pouco, temos toda uma questão de física, e o filme ainda acaba mais triste do que imaginávamos…
Entre os conflitos psicológicos de Donnie, ele começa a confundir realidade e alucinações. E muita coisa lhe acontece nesse tempo todo. É aí que temos a famosa foto do machado, ou aquela cena maravilhosa (ao menos a mim) em que ele abandona a namorada dormindo no cinema (a visão de Frank sem a máscara é meio desconfortável)… em meio a tudo isso, somos apresentados a elementos da física, e a possibilidade da viagem no tempo (em torno da qual grande parte do filme gira) – acho que muita gente já entendeu o que me ajudou tanto a gostar do filme.
O filme se utiliza de grandes elementos da realidade para nos fazer pensar… explica sobre as pontes de Einstein-Rosen (maravilhosas a meu ver), e ainda nos mostra o que Donnie chama de “lança”, através da qual ele vê o futuro próximo ao fim do filme… em meio a tudo isso, ainda temos referências a De Volta Para o Futuro em uma cena (“Like a DeLorean? I love that movie”) e ainda ouvimos elogios ao filme através da boca de Donnie…
O filme não chega a ser pesado, nem te assusta nem nada… mas não é uma coisa leve. Podemos sentir alguma desesperança, ou ficarmos com o olhar perdido quando os créditos começam a subir… mas ainda assim vale muito a pena, um dos melhores filmes do estilo que já vi. É como Efeito Borboleta – por mais desolado que fique ao término dele, o filme ainda me parece extremamente bom! Bem, eu sou muito fã de Efeito, então…
E vou comentar que Jake deu show de interpretação, já desde jovem. Seu olhar perdido, suas dúvidas… seus sorrisos maléficos quando sob o comando de Frank… as maneiras como destrói (e vou dizer que concordei com ele em todos os momentos) as pessoas que julga erradas – quero dizer com palavras, que foi o que ele fez com a professora e posteriormente com Jim (cena maravilhosa, e gostei de ver os outros alunos o aplaudindo). E em sua última terapia, quando viu Frank…
Todo o filme está muito bem formulado. Uma história complexa e convincente, que te prende do começo ao fim. Te faz querer aplaudir quando os créditos sobem. Trilha sonora impecável, atuações incríveis… como prova, temos Frank… como uma fantasia ridícula de um coelho gigante consegue transmitir tanto desconforto, tantos… sei lá, o filme é ótimo, e em seus mínimos detalhes se torna quase perfeito. Sem dúvida entre os melhores filmes que vi, e aconselho qualquer um que ainda não o tenha visto a ver… afinal vocês não vão se arrepender. E vai ser aquele filme que você aprenderá a amar e ficará por muito tempo passando por sua cabeça. Até mais!
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