O Ritual – The Rite
No fim do ano passado, antes da estréia do filme, assisti ao trailer e gostei. E acabei demorando um pouco para assisti-lo. Eis que o fiz hoje. E gostei bastante do filme. Gostei da sua proposta, de sua idéia, de como transmite a mensagem sem precisar ser sensacionalista... é real. Sem contar que é mesmo baseado em fatos reais, o que torna tudo ainda mais impressionante.
O filme é considerado de suspense, e foi baseado no livro The Rite: The Making of a Modern Exorcist, de Matt Baglio. Estreou em 28 de Janeiro de 2011 nos Estados Unidos e em 11 de fevereiro no Brasil; muitas vezes é tratado como um filme estrelado por Anthony Hopkins (que interpreta o padre Lucas, e de maneira nenhuma tiro seu crédito), mas para mim, o protagonista e o destaque é o padre Michael Kovak, interpretado por Colin O’Donoghue.
Por que o filme foi tão bom? Primeiro lugar, vou dizer: é para pessoas que gostem de filmes com esse tipo de tema – sobrenatural e exorcismos. E, sim, muitas das cenas são meio pesadas. E eu assisti sozinho... ainda bem que tive a idéia de assistir durante a tarde... mas sozinho em casa, vendo esse filme... você sempre escuta um barulhinho ou outro... que seja.
Gostei como o filme começou nos apresentando Michael antes de sua vida de padre, e então sua entrada no seminário e, quatro anos depois, quando ele quase desiste, por sua falta de fé. Uma das melhores cenas do filme foi vê-lo dar a Unção para aquela mulher atropelada... não que isso tenha significado muito para ele, mas foi uma cena bonita. E então o padre o sugere que faça o curso de exorcismo (dois meses em Roma) – assim, temos o começo da história... quando somos apresentados ao Padre Lucas.
Gostei de como o filme tratou a questão: possessão vs transtorno psicológico. E aprendi a gostar demais do padre Michael, pela maneira como ele questiona – ele não simplesmente acredita nas coisas, ele é contestador, e admirei isso nele. No começo até entendia toda a questão de poder ser tratado como um transtorno psicológico, mas aos poucos vemos que são possessões reais, inevitavelmente – para mim, fica mais que provado na segunda sessão com Rosaria (a menina grávida), mas ainda não é tão claro para Michael.
As cenas da segunda sessão foram fortes. O espírito possuindo a menina se manifesta de maneiras mais claras, e temos quase cenas típicas de filmes de exorcismo, mas com um quê a mais. Com todas as discussões de esquizofrenia, transtornos e possessões, o filme realmente nos faz pensar… e para quem não acredita, talvez fique a dúvida… o padre Michael também não acreditou por muitos anos…
Depois temos um segundo caso, que é o do piazinho que vê a mula. Confesso que aquilo foi meio chocante, mas gostei de como aquilo e a morte do pai de Michael esteve interligados. Também gostei de como toda a história se desenvolveu, com a conversa com seu pai (e depois o médico dizendo que ele morrera há seis horas), e o padre Michael ouvindo coisas, vendo coisas (inclusive aquele quarto cheio de sapos, que de maneira simples, é assustador), até avistar a mula… mais tarde, temos a cena em que descobrimos que o garoto já previra a morte de seu pai (e “Ele disse que você sabe. Que você viu. O demônio. A mula”).
E, por fim, temos a possessão do padre Lucas. A princípio pensei que pudesse ser apenas um transtorno por causa da morte de Rosaria. No entanto, aí temos as melhores e mais fortes cenas do filme! Em primeiro lugar, Anthony naquele papel soube ser assustador. E as cenas dele contra o padre Michael foram de tirar o chapéu! Tivemos ótimas cenas de exorcismo, e de tentativas… gostei das dúvidas de Michael, e de como isso o impedia. E foi ótimo vê-lo dizer que acreditava em Deus, e acaba exorcizando Lucas de maneira perfeita, até descobrindo o nome do demônio habitando o corpo… podemos dizer que ele fez um trabalho muito melhor do que Lucas já tivera feito, não? E as cenas foram fantásticas!
Ao fim, o padre Lucas fica bem, e Michael Kovak continua sendo padre, atualmente um dos 14 exorcistas praticantes nos Estados Unidos, como podemos ler ao fim do filme. Gostei do filme, bastante. Não é um filme de terror, mas não é, de maneira nenhuma, um filme leve. Mas o melhor foi ver que ele foi tenso nos momentos certos, sem precisar de grandes apelações. E ainda nos fez pensar bastante. Como não terminar esse filme refletindo? Para quem gosta do gênero, eu recomendo!
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