Terra Nova 1x01e02 – Genesis


Terra Nova estreou essa segunda-feira, dia 26, na Fox, com um episódio duplo de tirar o fôlego. Uma série de Stephen Spielberg, começou a me chamar a atenção daí. Quando conheci a sinopse então, não tinha dúvidas de que seria uma obrigação assisti-la. E o piloto foi muito (e eu quero dizer muito) melhor do que eu havia imaginado. Ainda estou com os olhos brilhando.
A série se inicia no ano de 2149, onde a vida na Terra está prestes a se acabar, por falta de recursos; somos apresentados a um eletrizante futuro em que tudo é muito diferente, sombrio e estéril. Basicamente, nos apresentam um futuro em que o ar é irrespirável, encontrar uma laranja é uma raridade, não se enxerga mais o céu devida à poluição, e o casal só pode ter dois filhos (como no aviso: “Uma família é quatro pessoas. Superpopulação: extinção”).
Nesse contexto todo, somos apresentados à família Shannon, com cinco integrantes, e todos os problemas derivados disso, até que Elisabeth seja recrutada para o Terra Nova. O Terra Nova é um programa em que as pessoas voltam para 85 milhões de anos atrás, através de uma fenda temporal, e tem que viver no passado, onde os recursos são abundantes e a vida pode ser boa. Diferente do que se pode imaginar, não é uma sobrevivência na selva, uma vez que temos “Terra Nova” no passado, ou seja, uma pequena civilização, uma pequena cidade, uma vida de verdade.
Assim, vemos todos os planos até que a família Shannon consiga chegar ao passado, após uma cena maravilhosa e uma passada espetacular pela fenda temporal. Gosto da intenção dos produtores de mostrar a discrepância entre os dois lugares: a abundância de oxigênio, a luz do sol, as flores, comida e até mesmo o tamanho da lua, e sua proximidade com a Terra. Num primeiro momento, somos apresentados a uma Terra Nova feliz e aconchegante.

[CONTÉM SPOILERS]
Mas é claro que nem tudo seria assim. Aos poucos conhecemos os Sixers (que me lembrou os Others, vagamente), e os primeiros segredos que temos no Terra Nova. Conhecemos o primeiro grande mistério, que são aquelas equações na cachoeira, e ficamos nos perguntando porque o comandante Taylor não quer que ninguém se aproxime de lá; sabemos que isso tem a ver com seu filho desaparecido e aquela história de “real motivo pelo qual o Terra Nova foi criado” (“Controle o passado. Controle o futuro”), mas ainda é um mistério. Frase destaque: “These are the key. To everything”. Pelo jeito vai ser aquele tipo de narrativa que nos deixa com dúvidas para que possamos desvendar aos poucos, ao melhor estilo Lost.
E também prepare-se para grandes problemas com dinossauros. Como a maioria das séries, não é gasto tanto dinheiro em efeitos especiais, portanto não esperem dinossauros perfeitos. Eles são meio falsos para falar a verdade. Mas está ótimo. Em uma cena, temos Zoe com um dinossauro, e ficamos pensando no tipo de pet que ela terá. Em outro, temos os slashers e toda aquela sensação de medo que se origina disso. É bastante interessante para falar a verdade.
[FIM DOS SPOILERS]

Os personagens estão ótimos, e os atores estão bem em seus papéis. Temos Jason O’Mara como o protagonista Jim Shannon; ele é o tipo de personagem de quem você gosta no começo. Não sei como vai ser depois. Mas é um personagem determinado, que acredita no que faz, e luta pelo bem da família. Gostei da sua relação com Josh (sobre a qual comento logo abaixo) e ele teve muito destaque com Zoe, especialmente quando ele estava triste e quando a vemos chamá-lo de “Daddy”.
Depois temos Shelley Conn como Elisabeth Shannon, a responsável por toda a família ter entrado no Terra Nova. Ela que foi recrutada para o programa; temos também Naomi Scott como Maddy Shannon, que foi uma personagem de quem gostei bastante. Na verdade, ela é tipo a nerd da família (toda família tem que ter uma) e foi realmente muito interessante. E Alana Mansour como Zoe, a criança da família.
O último integrante da família (o filho mais velho para falar a verdade) é interpretado por Landon Liboiron e é Josh, um adolescente de 17 anos. Na verdade, ele não nos foi apresentado como rebelde, o que só acontece lá pelos 28 minutos de episódio, o que é meio surpreendente. Ele não chega a ser rebelde, só é muito parecido com o pai e não aceita que ele volte depois de dois anos cheio de querer dar ordem. Eu meio que o entendo, na verdade. Mas gostei de toda sua ação; na verdade [OLHA O SPOILER] ele se superou na cena dos slashers. Simplesmente fez muito bem o papel e ficou muito bom, passou segurança no meio daquilo tudo. E o abraço de família no momento do reencontro foi impagável [PODE VOLTAR A VER, FIM DOS SPOILERS].
Fora da família, temos Stephen Lang como o Comandante Taylor, homem misterioso, e ainda não consigo entendê-lo. Não sei bem o que pensar, e ainda não dá para entender sua relação com os Sixers. Allison Miller interpreta Skye, outra adolescente, já há bastante tempo no Terra Nova, e possivelmente o interesse amoroso de Josh, mas ainda não tivemos nada concreto. E Christine Adams como Mira, a líder dos Sixers.

Para quem ainda tem dúvidas, e fica com aquela cara de: “Mas se eles estão no passado, qualquer coisa pode alterar o futuro, não?”. Não sei qual é a abordagem que a série vai tomar no futuro, até o fim da temporada e nas futuras, mas eu também me perguntei isso. Como grande fã de viagem no tempo como eu, esse é o tipo de coisa que passa na minha cabeça. Por hora, o mistério foi esclarecido por Maddy, que explica que eles estão em um outro fluxo do tempo, e que por isso o futuro não será mudado por sua presença no passado. Mas depois da fala de Mira, não sei o que pensar… o que importa é que por enquanto não há problemas de física quanto a isso; com a explicação de Maddy, sabemos que tudo está como deveria estar.
Me atrevo a dizer que esse foi o melhor episódio Piloto que eu já assisti. Nenhuma série conseguiu me passar a confiança que Terra Nova conseguiu assim, logo de cara. Ela me fez ver uma série confiante, com boa história, bons atores, e com um clima que te prende. Tem o que você quer para voltar no próximo episódio, e te deixa com aquele gosto de “quero ver mais”; sem contar que pelo jeito apostará em mistérios, como Lost, o que se provou ser um ótimo caminho. As teorias dos fãs são sempre divertidas, e esse é o melhor tipo de série para se assistir. E em um episódio eles deixaram dúvidas como Maddy e a sonda, qual é o objetivo dos Sixers, as inscrições na pedra e o filho de Taylor. Grande começo!
Espero não me desapontar. A série começou muito melhor do que eu podia imaginar, mas não sei para onde Stephen Spielberg quer conduzir isso tudo. Esperamos que a qualidade só aumente e que a série consiga reunir um grande grupo de fãs. Pelo jeito, ela já conquistou um. Para quem está procurando por uma boa série (e órfãos de Lost, como eu), essa é uma grande promissora! Assistam ao Pilot, recomendo! Até mais!

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