Those You’ve Known – Atores de Spring Awakening
There’s a moment you know…
É claro que aqui não vou falar de todos os atores que já passaram por Spring Awakening nem nada assim, mas pretendo falar de alguns de que gosto bastante. Trouxe um textinho em que envolvo principalmente aqueles famosos “elencos originais” e das produções mais famosas – como a original da Broadway, o tour pelos Estados Unidos e a produção de Londres… não falei sobre produções em outros países porque vou falar disso em outras postagens, tudo bem?
Acho que nada mais justo do que começar falando sobre Jonathan Groff e Lea Michele, tendo sido os dois os primeiros a dar vida a Melchior e Wendla (respectivamente) na versão musical da peça. Foram eles que abriram a produção off-Broadway, e depois fizeram parte do OBC (Original Broadway Cast)… portanto, as músicas que você ouve no CD oficial da peça (se você não o tem, eu tenho!) estão todas nas vozes deles. Sou fã dos dois, desde que conheci Spring Awakening, então só tenho que dizer que os dois são ótimos. Lea é a perfeita Wendla confusa, inocente na medida certa; e não posso nem começar a falar da emoção que ela transmite. Ela é simplesmente perfeita em várias cenas, mas especialmente Whispering. Acho que nenhuma outra atriz consegue transmitir a emoção que ela consegue nessa cena; e Jonathan é o perfeito Melchior que não concorda com a sociedade em que vive, e apresenta o sexo para Wendla. Além disso, ele consegue parecer crítico e um pouco confuso ao mesmo tempo (vide a cena de The Guilty Ones, em que suas expressões estão ótimas!), e gosto demais de sua interpretação de The Mirror-Blue Night. As vozes dos dois se encaixam perfeitamente, e a atuação é incrível.
Sempre defendi que Moritz era, se não o mais, um dos personagens mais difíceis de se interpretar. E o primeiro ator a enfrentar esse desafio foi John Gallagher Jr. que teve uma interpretação muito boa, inclusive ganhando um Tony Award por sua performance. Gosto do personagem por seus problemas, e gosto de John por sua capacidade de deixar clara a raiva do personagem, as dúvidas e a tristeza. Muitas vezes ele parece um personagem hiperativo, meio criança, mas enfrentando grandes problemas e sem saber como passar por isso.
Tenho que falar agora sobre Kyle Riabko e Christy Altomare, que interpretam Melchior e Wendla (respectivamente) no elenco original da tour nacional da peça. Devo comentar que os dois disputam de bem perto com Jonathan e Lea a posição de elenco preferido na minha lista. Valorizo muito o trabalho do primeiro elenco, mas sou simplesmente fã do trabalho de Kyle e Christy. Acho que eles dão nova cara aos personagens, sem deixar de lado a essência do musical. As vozes, nem há o que comentar. Os dois cantam extremamente bem (gosto demais da voz de Kyle) e suas cenas juntos são perfeitas. Christy como Wendla parece dar um ar um pouquinho mais inocente à personagem. Talvez seja sua expressão de menina mais nova, ou sei lá, sinto um pouco mais de inocência nela, e gosto bastante. E gosto do Melchior de Kyle por ele não ser apenas revoltado ou entendido, mas também bem confuso e incerto (de certa maneira, acho que ele faz isso ainda melhor do que Jonathan). Acho que Kyle trouxe uma nova faceta do personagem, deixou mais clara as dúvidas que ele também tem, conseguiu colocar um pouco de ar assustado em seu personagem (vide The Mirror-Blue Night). Assim, acho que os dois são admiráveis em seus papéis.
No primeiro elenco da tour nacional quem enfrentou o desafio de pegar o papel de Moritz foi Blake Bashoff, e me desculpem os fãs de John Gallagher Jr., mas eu simplesmente gosto mais do Moritz de Blake. Por alguns motivos simples. Acho que Blake transformou Moritz num personagem um pouquinho mais maduro (no sentido de não parecer tanto uma criança), mas sem perder sua inocência e todos os seus transtornos, confusões e dúvidas. Acho (vide o fim de And Then There Were None) que ele consegue colocar melhor no palco a raiva do personagem, e consegue fazer um olhar tão distante, que às vezes você pensa que ele passa pelos mesmos problemas. Não que John não tivesse esse olhar, mas acho que o olhar de Blake é tão convincente, tão profundo que te comove (como em Don’t do Sadness). E a voz dele é ótima em música também… gosto muito do ator.
E o elenco original de Londres foi Aneurin Barnard e Charlotte Wakefield como Melchior e Wendla (respectivamente). Acredito que os dois tenham feito personagens mais diferentes do que os dois outros elencos que eu comentei, e não tenho bem certeza se gosto muito da versão deles. Talvez seja porque não sou tão acostumado assim e vi poucas vezes com os dois, mas eles parecem fazer personagens com algumas mudanças – por exemplo, o Melchior de Aneurin canta de uma maneira bem diferente; alguns dizem que ele não transmite a emoção que Jonathan ou Kyle transmitiam; talvez não seja isso, mas é que ele canta como uma música perfeita, e parece que ele não dá aquelas entonações para tornar a atuação real; parece que seu Melchior canta All That’s Known só por cantar, e não como uma forma de protesto, sei lá… e no geral, é um Melchior mais assustado – em algumas cenas, ele até me lembra um pouco de Moritz. Mas não pensem que eu só quero criticar Aneurin – por exemplo, seu Totally Fucked é uma cena de que gosto; parece que enquanto os outros fizeram uma cena mais desafiadora da autoridade, ele fez uma cena mais debochada, e enérgica, que no geral ficou legal. E Charlotte, não sei se seria justo a comparar com atrizes como Lea e Christy. No começo não achava que sua voz estivesse à altura das demais [e ainda não acho], mas me acostumei. E ela parece ter a mesma característica de Aneurin, fazendo uma música inteira de determinada maneira, sem as entonações necessárias para causar aquela emoção (não me emocionei muito com seu Whispering, sem contar que eles colocaram Melchior para cantar nessa versão também… achei desnecessário).
E por fim, falando sobre Iwan Rheon, que recebeu a responsabilidade de interpretar Moritz na versão londrina. Ele foi um Moritz diferente dos outros que já tinha visto (e portanto diferente dos outros que eu tanto admirava). Não vou elogiá-lo demais, mas também não pretendo ficar falando mal dele, até porque não conheço muito de seu trabalho como Moritz (como conheço dos demais!); seu sotaque britânico parece mais acentuado que dos demais, e ele faz um Moritz um pouco mais sério. Por exemplo, em Don’t do Sadness e boa parte de And Then There Were None, ele estava mais ou menos parado (suas raivas são mais controladas, mas ainda assim estão lá). Ele não tem tanto aquele ar de assustado que julgo essencial ao personagem de Moritz, ele parece, sim, transtornado, mas não tão assustado. Ainda assim, devo elogiar a sua voz, não podemos dizer que o cara não canta!
Além desses atores que comentei aqui (e deixei de comentar sobre muitos personagens, eu sei, mas achei melhor limitar o texto aos três protagonistas), muitos outros atores contribuíram para o sucesso de Spring Awakening. Cada ator tem a sua maneira de interpretar o personagem, e com isso cria alguma coisa nova, dá uma nova cara ao seu papel… cada ator tem seus pontos fortes, aquilo que mais chama a atenção em sua interpretação e cada um tem seu valor… vou falar um pouquinho mais sobre as demais versões do musical nas próximas postagens! Até mais…
…you’re fucked!
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