As mulheres de Hair, o Musical


Eu já comentei sobre a Sheila (interpretada por Carol Puntel) e sobre a Jeanie (Letícia Colin / Kiara Sasso), e hoje venho falar de mais algumas mulheres importantes em Hair. E decidi começar com Dionne, afinal de contas, é ela quem abre o espetáculo, quer alguém melhor para iniciar esse texto? Ela aparece muitas vezes durante o espetáculo, mas seu destaque fica para a música de abertura: Aquarius.

Quando a lua dominar o céu
E Júpiter chegar em Marte
A paz há de lavar o mundo
O amor vai derramar
Na madrugada dessa era de Aquário
A era de Aquário…

Como eu sempre costumo dizer, música de abertura de espetáculo sempre é marcante de alguma maneira. Em Aquarius, Dionne nos apresenta um pouco dessa filosofia hippie da era de Aquário, em uma das músicas mais memoráveis da peça. Toda vez em que a vemos entoar partes marcantes da música, já nos sentimos parte da tribo de Hair. É a porta de entrada para esse mundo, é o convite para fazer parte da tribo, é a apresentação do tema, da mensagem da mentalidade desse grupo… e Juliana Peppi tem uma voz incrível para transmitir toda a emoção necessária para essa cena! Eu olho para ela, e é uma das atrizes que mais me parece fazer parte de Hair, parece se encaixar tão perfeitamente na música…
E claro, como não mencionar Crissy? Eu assisti em São Paulo, portanto Crissy estava sendo interpretada por Estrela Blanco, e que voz era aquela? Ela simplesmente me surpreendeu, me emocionou, e eu tive que aplaudir fervorosamente sua interpretação… assim como todo o teatro. Incrível como uma música tão simples, uma cena tão singela (e uma personagem tão doce) conseguem tocar tanta gente… o teatro (como eu já pude perceber) sempre vibra após a interpretação de Frank Mills. Com toda a simplicidade e doçura do momento, Estrela Blanco torna esse um dos melhores solos de toda a peça!

Se alguém souber
Do paradeiro dele, diz que ainda
Eu continuo sentada, aqui
Nem precisa devolver
O dólar que eu emprestei
Mas vem!

E por fim, as garotas que interpretaram Negros e Brancos no segundo ato. A primeira interpretada pelo trio de garotas brancas (Vanessa Costa, Mariana Gallindo e Kotoe Karasawa) e a segunda interpretada pelo trio de garotas negras (Janaina Zuba, Jennifer Nascimento e Cássia Raquel). Ambas as músicas são extremamente divertidas, e elas transformam aquilo em quase uma competição – garotos negros x garotos brancos, mas tudo de maneira muito divertida (uma das poucas cenas alegres do segundo ato). A cena é marcante especialmente por pensarmos no preconceito (principalmente nos Estados Unidos) que existia ainda mais forte em 1968, quando a peça foi montada pela primeira vez… esse era um dos temas ousados para a época.

Negros são delícia
Deuses do cacau…
[…]
Brancos são tão lindos
Pele de bebê…

Essas personagens já tratadas e muitas outras que fazem parte da tribo (sobre a qual ainda comentarei em uma postagem futura, não se preocupem), mais todo o grupo dos garotos é que torna Hair tão grandioso quanto o vemos… um grande espetáculo, com muita gente talentosa trabalhando junto para nos proporcionar algo realmente bom! De quinta a domingo, no Teatro Frei Caneca, em São Paulo, até dia 29 de Abril. Quem tiver a oportunidade de ver ao vivo, vale a pena! Eu estou garantindo que verei mais uma vez, no dia 21 de Abril, penúltima semana! Mal posso esperar... até mais…
Clique em “ler a matéria na íntegra” para ver um cronograma completo da nova seção do blog: Hair, o Musical (da qual essa é a sétima postagem).

21 de Março – As mulheres de Hair, o Musical
25 de Abril – Finalização da seção Hair, o Musical

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