Awake 1x02 – The Little Guy

Enquanto o primeiro episódio tentou fazer-nos acreditar que apenas uma das realidades era verdadeira, e nos questionarmos sobre qual seria, esse episódio, de certa maneira, deixou evidência de que ambas são reais. A briga entre os psicólogos já não era mais o foco, mas sim os casos policiais de Britten. Mas maior do que tudo, foram os “segredos” de Rex, mostrados em ambas as realidades, sem nenhuma relação direta com o pai (a príncipio) – o que impossibilita a premissa de que seu cérebro estaria inventando uma das duas. Genial.

A série manteve o espírito do primeiro episódio sem deixar a desejar – o estilo de narrativa é o mesmo, as jogadas entre os dois mundos continuam muito bem boladas, e o foco é nos fazer pensar. Além disso, mostrou algumas cenas emotivas (como a moto de Rex), que são necessárias no estilo de história que Awake está disposta a narrar. Os personagens se tornaram mais independentes de Britten, apenas reforçando minha teoria de que ambas as realidades existem. Misturando mistério, questionamentos, ficção científica e drama, a série conseguiu uma grande mistura precisa que parece funcionar muito bem.

A diferença entre as duas realidades continua bastante clara – a realidade vermelha contém um excesso de cor e vida que me incomoda; me deixa com a sensação de que nada daquilo é real, ou importante. Algumas vezes é perdoável, mas soa muito falso na grande maioria das cenas, minha opinião. Já a realidade verde, sem vida e sem cores, me transmite uma certa segurança, como se aquilo, sim, estivesse acontecendo. E ainda gosto mais de assistir o lado verde da série. Mas a jogada dessa semana foi nos fazer pensar que ambas as realidades podem ser verdadeiras e coexistirem – e quando você pode começar a optar por apenas uma (como eu estive fazendo), o episódio nos apresenta outros fatos que nos fazem repensar o lado vermelho.

Os casos em si foram super interessantes, já interligados desde o começo. O lado vermelho apresentou um caso vago e sem solução, enquanto o do lado verde era plausível, verossímil – e muito bom. No entanto, o final do episódio foi eletrizante, nos deixou muito curiosos, e se passou na realidade vermelha – nada muito concreto, mas as suspeitas de que o motivo do acidente e como ele aconteceu seriam fatores determinantes para entendermos Awake, como um todo, foram confirmadas. De fato, o acidente e o “little guy” parecem assuntos que se tornarão recorrentes, até que o mistério se resolva… estamos de olho em Harper. Seja o que for que está acontecendo, sua conversa final prova que ela faz parte, e de que tudo aconteceu para protegê-la… mas do que? Aqueles típicos diálogos que não conseguimos entender, resultando numa infinidade de teorias.

Episódio fantástico, que provou de uma vez que a série realmente tem muito potencial. Além de um Piloto interessantíssimo e inovador, a série nos apresenta mais um episódio que mantém o estilo, sem nunca nos deixar desgrudar da tela, além de nos proporcionar mais e mais questionamentos – cada vez mais materiais para formular nossas teorias. A pergunta deixa de ser “verde ou vermelho” para virar “O que está acontecendo e por quê?”. Difícil… e aí?