Chronicle – Poder Sem Limites


Estou muito satisfeito. Fui assistir ao filme nesse domingo, e confesso que apesar de muito curioso e entusiasmado, estava meio receoso. Mas o filme conseguiu me entreter – o visual bastante bonito, a proposta interessante, bons atores, efeitos visuais. Valeu bastante a pena.
O filme foi filmado no estilo documentário – toda cena do filme vem de uma câmera de algum dos personagens, o que confere um estilo amador e interessante para a história surreal. Mas devido aos poderes desenvolvidos pelos personagens, a câmera pode flutuar algumas vezes e conseguir algumas tomadas aéreas… mas o estilo documentário não se perde em nenhum momento, nem mesmo no final climático.
O filme começa nos apresentando Andrew, um adolescente com problemas com o pai, uma mãe doente, nenhum amigo. Ele passa a andar com sua câmera para todo lado, e conhecemos Matt (seu primo) e Steve; confesso que esse começo meio que me chateou – a história parecia não se desenvolver, e já comecei a temer, mas então eles encontram o buraco no chão, toda aquela luz azul, narizes sangrando, pessoas desmaiando… ok, os garotos ganharam super-poderes. Nenhuma grande explicação científica nem nada.
O filme passa para uma parte um tanto mais interessante quando eles começam a praticar a telecinesia – coisas simples como deter uma bola de beisebol, jogar pedras no lago, até coisas maiores como controlar um urso, arrastar um carro, fugir com o carrinho da loja de alguém… o filme tenta nos fazer dar umas risadas enquanto os garotos aprendem a lidar com o que tem. Até que eles comecem a voar. O momento em que os vejo voar é sublime – voar é meu sonho, então foi a parte que mais me encantou. Cada cena nos ares, cada decolagem (como a cena de Andrew voando do cemitério) – genial.
O filme mistura tudo com bastante precisão. Apresenta de maneira positiva os super-poderes, o surgimento disso e como lidar com essa coisa nova, mas também apresenta os dramas de um adolescente perturbado – espancado pelo pai, com uma mãe doente e sofrendo, em uma família sem dinheiro para comprar seus remédios, humilhado pelo pai, por pessoas na escola, zuado pelo próprio amigo após não dar certo com uma garota. Em todo o tempo conseguimos entender Andrew e ele nos proporciona cenas incríveis…
Andrew é um personagem admirável, e vou deixar meus parabéns ao ator Dane DeHaan, que o interpretou. Ele foi o garoto contido, sozinho, o coadjuvante que se escondia atrás da câmera, e o protagonista que se impôs, e desenvolveu os maiores poderes, se tornando o mais poderoso de todo o grupo – cenas magníficas. E ele atuou em cada momento da maneira que melhor cabia. Teve ótimas cenas com Matt (vide cena da briga no quarto e o quase soco) e com o pai (cena em que o pai diz que assistiu os vídeos da câmera – e principalmente, a cena do hospital).
O filme atinge seu ápice quando a mãe começa a piorar e Andrew não tem o dinheiro suficiente para comprar seus remédios. As ações do garoto, as repercussões disso tudo em toda a sociedade, as tentativas frustradas de Matt de detê-lo… tudo parece acontecer tão depressa, mas é muita informação, muita coisa e o filme te prende para valer no final. Os efeitos visuais são perfeitos, tudo acontece de maneira brilhante. Com um final surpreendente (não tanto em fatos, mas pela maneira como tudo aconteceu).
Me controlei muito para não contar nada que fosse estragar a surpresa de vocês ao assistirem ao filme, mas acho que eu consegui! Aproveitem que o filme ainda está em cartaz e aproveitem para assisti-lo, vale muito a pena! Um ótimo filme no estilo documentário, com o melhor da ficção científica, super heróis e dramas adolescentes… gostei muito mais do que imaginei que gostaria! Assistam, até mais!

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