“Jogos Vorazes” é a melhor adaptação de todos os tempos!

O título já diz tudo, mas não sabia mais como começar isso. Sabe aquela regra de que “toda adaptação de livro para filme é ruim”? Toda regra tem sua exceção, e Jogos Vorazes é essa exceção. O filme é fantástico, maravilhoso! Saí da sala de cinema pasmo, compartilhando o sentimento de meus amigos, todos extasiados e entorpecidos com o resultado final do filme… cada cena perfeita, cada transcrição incrível.

Eu estava vendo o livro em movimento.

O filme é o livro. Uma coisa ou outra foi mudada, como é inevitável, mas basicamente é a mesma coisa. Nunca vi nada tão fiel na minha vida! Além de que os atores incorporaram os personagens de uma maneira brilhante, sendo exatamente a Katniss, Peeta, Rue, Haymitch que imaginamos ao ler o livro… algumas coisas foram acrescentadas, e tudo foi fantástico – como os Idealizadores dos Jogos e Haymitch em busca de patrocínio… tudo o que imaginávamos e não víamos no livro… além de alguns adiantamentos de Em Chamas, como o presidente Snow, o fim de Seneca Crane, o roseiral, uma primeira rebelião no Distrito 11…

Estou contentíssimo e muito satisfeito em dizer que o filme foi aprovado. Todo o receio, o medo da decepção, tudo infundado. Jogos Vorazes, um livro tão bom, tão bem escrito foi adaptado da melhor maneira possível, produzindo um filme fiel, com o mesmo espírito e fantástico. Gostei de como a atmosfera se manteve, e as sensações que tínhamos ao ler nos foram passadas igualmente reais ao longo do filme… não deixou a desejar.

Em todo momento relembramos do livro e ficamos contente que algo muito bom esteja lá e da maneira como esperávamos… tudo bem que a Cornucópia e o Prego não eram exatamente daquela maneira na minha imaginação… nem as bestantes finais… mas o que importa não é isso, mas sim o todo, e o todo é fantástico. Cada sensação, cada clima, cada emoção estava lá e eu vivi novamente. Mal posso esperar para ver novamente, vivenciar as alegrias, confusões, frustrações, surpresas, tristezas e sofrimentos mais uma vez…

E soluções criativas foram boladas para coisas que podiam ser problemáticos no filme. Por exemplo, como explicar as teleguiadas ao telespectador que não leu o livro, se Katniss, narradora do livro, faz uma pequena interrupção para explicar-nos isso? Colocaram Caesar nos comentários (o que lhe deu mais espaço também) e de maneira breve todos entenderam e o filme pôde continuar sem perder o fôlego. Parabéns à como a história de Peeta, Katniss e o pão foi contada… foi um pouco mais dramática (com um “devia ter ido até lá e te entregado”), mas foi extremamente emocionante, e liberada aos poucos, toda vez em que a cena cabia no filme… e ainda assegurava sempre mais e mais a relação dos dois.

Peeta e Katniss foram o casal perfeito. Acho que eu tenho um novo casal de ficção preferido. A história dos dois ao longo dos três livros é fantástica, emocionante, como cansei de comentar aqui, e o filme trouxe isso com perfeição. Não via Josh como Peeta, mas sua interpretação foi convincente e próxima ao livro – cada cena dos dois, mesmo simples, breves eram de se suspirar, e dava vontade de aplaudir. Sem ser exagerada ou ofuscar a grandiosidade do restante da história existente… ver Peeta e Katniss dormindo na caverna, como eu sempre imaginei: impagável. Mas senti falta do remédio para dormir mandado por Haymitch…

Mas, como eu sempre comentei aqui nesse Mês Temático, a história de Jogos Vorazes é o que o mantém. Se passando nesse futuro distópico em que 12 Distritos são comandados pela Capital, com severas regras e punições por uma tentativa de rebelião 74 anos atrás, o filme tem uma atmosfera pesada. Todo ano, na Colheita, um tributo masculino e um feminino, entre 12 e 18 anos, de cada Distrito, é escolhido e mandado para a Capital, onde serão treinados e colocados em uma arena, onde lutarão até a morte, e apenas um sobreviva.

A história é uma pesada crítica à sociedade, ao governo autoritário, à riqueza exagerada da elite, à opressão. O filme, assim como o livro, traz isso de maneira real de um lado, e caricaturada de outro, para que façamos nossas interpretações e associações; o filme convence ao evidenciar o contraste entre o sofrimento do Distrito 12, da vida de Katniss, tudo o que os tributos passam na arena, com a riqueza e futilidade da Capital… por mais que algumas cenas gerem risadas, rimos do ridículo, e compartilhamos com eles o sentimento de raiva e de necessidade de mudança; e o filme traz também a crítica aos reality shows ainda mais viva e forte do que no livro… não tem como fechar os olhos, e é surpreendente, assustador ver quão cegos os habitantes da Capital são perante a tudo isso; e o filme é cruel, sempre muito cruel. Não é um filme leve, como não poderia ser. O filme é pesado, choca, machuca – prepare-se, sim, para rir, se emocionar, mas também para sofrer e para presenciar crueldades indescritíveis. Cada cena de luta na arena foi eletrizante, emocionante, e eu tive que levar a mão ao rosto e trancar a respiração em vários momentos… quantas vezes, ao fim de uma sequência, eu soltei o ar e suspirei aliviado, só então percebendo o tempo em que estivera de respiração presa?

Vá ao cinema, e assista Jogos Vorazes. E prepare-se para viver isso. Assim como o livro te apresenta tudo e te convida para participar da história e vivenciar tudo o que Katniss vivencia, o filme faz o mesmo. Você se sente lá dentro, você passa por tudo com ela. Ri, sofre, se emociona, se apaixona… Jogos Vorazes vem fazendo mais e mais fãs, e um amor a essa saga já cresceu dentro de mim… e amor a essa medida por uma saga, só posso dizer que tenho por uma outra mais… assistam ao filme! Até mais…

Happy Hunger Games

And may the odds be ever in your favor