Margaret Mead e “Hair”


Se estamos falando de versatilidade dos atores de Hair, precisamos destacar o trabalho de Davi Guilhermme, que além de fazer parte da tribo, também faz o papel de Margaret Mead, uma turista em lua de mel com o marido Hubert (interpretado por Ricardo Nunes) em Nova York, e que fica encantada por encontrar um grupo de hippies. É, decididamente, o momento dele na peça. A personagem tem inúmeras boas tiradas, e com apenas uma cena (e uma música), consegue cair no gosto do público. É alguém de quem sempre nos lembramos quando falamos de Hair.
Tudo se deve ao carisma da personagem – desde o momento em que chega, fazendo charme para subir no palco, ela já é engraçada – e tem ótimas cenas, como as fotos com os hippies (“Agora uma bem ousada”), sua interação com o marido (“Viram? Ele tá muito empolgado”), e os comentários sobre eles e seu estilo de vida… e ela ainda é a responsável por uma das falas mais memoráveis de todo o espetáculo:

Eu gostaria que todas as mães e pais desse teatro fossem para suas casas e dissessem para seus filhos adolescentes: “Crianças, sejam livres, sem culpa, sejam quem vocês são, façam o que quiserem, façam… desde que não façam mal a ninguém.

A platéia sempre aplaude bastante nesse momento… embora eu sinta a relutância de alguns pais em aplaudir – mas a filosofia de Margaret Mead é muito interessante e bonita, e está profundamente ligada à mensagem central da peça e dos hippies: tudo o que eles buscam é a felicidade, a liberdade, o amor, e nunca fazem mal a ninguém para atingir esses objetivos…
Após várias perguntas de “Você é um hippie?” e “Por que você é assim?”, é Margaret a responsável por incentivar a tribo a cantar Hair, a música que dá título à peça. Sempre um dos números mais ovacionados de qualquer sessão… afinal de contas, o elenco quase completo reunido cantando sobre seus cabelos de maneira tão intensa é algo incrível! A cena é vibrante, contagiante, e sempre te emociona, por mais animada que seja… ainda conta com uma grande interação com a platéia. Nada menos do que genial.

Hair hair
Hair hair hair
Hair hair hair
Longo
Louco
É o que todo mundo mais quer

“Vocês são afinadíssimos. Podiam até fazer um musical”. E é claro que Margaret não podia partir sem antes cantar um pouco também. Sua música, Estou Convicta, é simples e breve, porém marcante, especialmente pelas piadas proporcionadas… infelizmente, muita gente não presta atenção na letra nesse momento, mas Davi Guilhermme proporciona um grande momento de diversão e tira aplausos calorosos com seu puxado na palavra “máximo”.

Há gente que acha imprópria
A vaidade do macho
E vê plumas onde só há cabelão
No má…ximo!

E a despedida da carismática personagem acontece com “E como vocês mesmo jovens dizem: vão se fuder!”. Esse papel exige do ator um jogo de cintura incrível… a maneira como Davi conseguiu cativar o público, soltar uma frase icônica atrás da outra, em tão poucos minutos… ele merecia um texto sobre ele, então aqui está! Reitero o convite para quem puder assistir ao musical ao vivo, está em cartaz em São Paulo, no Teatro Frei Caneca, de quinta a domingo até 29 de Abril! Eu vou assistir novamente no dia 21 de Abril, uma semana antes do fim da temporada (estou muito ansioso pelo momento!)… mais uma vez vivendo tudo isso, me emocionando e me divertindo… fica a dica para todos que tiverem a oportunidade! Até mais…
Clique em “ler a matéria na íntegra” para ver um cronograma completo da nova seção do blog: Hair, o Musical (da qual essa é a oitava postagem).

28 de Março – Margaret Mead e “Hair”
25 de Abril – Finalização da seção Hair, o Musical

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