Prometheus – Vale a pena!




Nova ficção científica se utiliza de elementos já existentes para contar sua história, revisitando o universo abordado na série de filmes Alien, mas faz isso muito bem. Um grande filme, uma grande ficção científica, a ser apreciada e pensada…
Amei o filme.
De verdade. Ficção Científica de primeira classe, me entupiu de perguntas, me apresentou algumas respostas quite convincentes (muita coisa ficou no ar, mas perdôo o filme pela audácia de ousar uma sequência) – além de abordar um tema que muito me interessa: o de vida em outros planetas e de qual é a relação delas com a humanidade, se é que tem alguma. Além do visual… belíssimo!
O filme vai um pouco além do que eu sempre penso… as vidas em outros planetas, na minha opinião, não são questionáveis. Como sempre digo, acho presunção demais do ser humano acreditar que em um universo tão vasto, sejamos os únicos com vida “inteligente”. Mas somos seres humanos, ser presunçoso meio que já faz parte da descrição de emprego… talvez os Engenheiros tenham querido assim…
Na proposta do filme, uma equipe de exploradores descobre em 2085 algumas informações importantes que podem ajudar a desvendar a trajetória da humanidade. É assim que, alguns anos mais tarde, a nave Prometheus parte com uma tripulação de 17 passageiros rumo a um sistema longínquo, com um sol, um planeta e uma lua com características que poderiam proporcionar vida como na Terra… acreditando que os moradores desse lugar (os Engenheiros) sejam os criadores da humanidade, a missão da nave é encontrar respostas.
Pausa para elogiar a fotografia do filme… fiquei extremamente encantado, em vários momentos. O início, as tomadas do universo, o pouso nessa lua… aquele planeta cheio de anéis no horizonte… realmente muito bonito, eu estava encantado, como todo fã de ficção científica devia estar. Meus olhos brilhavam. Em outros momentos (vide a cena em que Shaw fica grávida), eles foram muito bem sucedidos em proporcionar repugnância e choque no espectador… fechei meus olhos!
A construção dos cenários foi de tal modo impecável que conseguiu nos situar em cada um dos atos do filme, além de nos transpor exatamente a intenção desejada… começamos com um visual dos primórdios da Terra, um futuro muito mais tecnológico e convincente (no interior da Prometheus), o ermo do universo (já citados maravilhosos cenários de outros planetas) e as assustadoras construções dos Engenheiros (que é quando o filme começa a nos conduzir para um lado mais terrível).
O filme discute a questão do existencialismo. A base de tudo é a pergunta: de onde viemos? Se os Engenheiros nos criaram, por que o fizeram e como o fizeram? E se depois decidiram nos destruir, por que foi que decidiram isso também? Espero poder acompanhar Shaw e David na continuação de sua jornada (que ninguém sabe onde é que vai parar!) para ter uma oportunidade de revisitar esse universo e perguntar novamente esse tipo de questão.
Não é um filme leve, não vá esperando por isso. Como toda ficção científica, busca lhe fazer pensar; mas aqui, mais do que o comum, as questões abordadas não são simples (nem a maneira como isso é feito) e transcendem amplamente o círculo científico. Propõe à quem assiste que pense – jamais que mude suas crenças, mas ao menos que lhe dê alguma chance de ponderar sobre alguns assuntos… é uma proposta interessante e audaciosa!
O filme traz uma infinidade de gêneros que o tornam difícil de classificar. Começa como uma típica ficção científica (me deixando com um desejo de estar a bordo da Prometheus a todo custo, querendo viver tudo aquilo), mas vai evoluindo para um suspense (muito bem estruturado e desenvolvido, por sinal) até culminar em uma espécie de terror (que exagerou à beça nas partes nojentas, mas atingiu o objetivo de chocar); tudo para contar a história de como a busca pelas nossas origens podem levar a nosso fim…
Gosto muito da comparação que é feita entre os Engenheiros (criadores nossos) e nós (criadores dos robôs – representados por David), e aproveito para falar sobre David. Na minha opinião, ele é o personagem mais interessante do longa. Afinal, ali temos uma mescla de estilos grandiosa – ao mesmo tempo em que ele é ingênuo, excêntrico, também é frio, meio assustador… suas cenas são as melhores, sem dúvida, embora algumas partes de suas motivações ainda tenham ficado obscuras…
Quais foram as conclusões?
Digamos que praticamente nenhuma. O filme não busca lhe dar muitas respostas, o foco está nas perguntas. Aprovei isso, afinal ficção científica te faz pensar, não te dá tudo mastigado. É um ótimo filme, com uma história interessante (though it lacks consistence sometimes) e uma fotografia impecável… já planejo uma segunda ida ao cinema, dessa vez levando alguns amigos… esse tipo de tesouro não pode ser ignorado! Fica a dica…

P.S.: Só eu fiquei encantado além da conta com a cena em que David encontra a parte da nave em que ainda existe um Engenheiro vivo? O holograma de todo o universo, com a Terra brilhante… bem, meus olhos estavam brilhando e me perguntando por que ao menos aquela parte não podia ser em 3D… oh invejinha do David naquele momento, hein? Até mais!

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