On Broadway – Shrek, the Musical – It’s a big, bright, beautiful world…
Sou apaixonado por esse musical, de verdade.
Sinceramente, a história de Shrek
sempre me pareceu muito interessante – daquele ogro bruto que vê seu pântano
invadido por criaturas dos contos de fadas, e tudo o que quer é reaver seu
lugar. Importunado por um Burro Falante sarna, ele acaba recebendo de Lord
Farquaad a missão de resgatar uma princesa em sua torre…
A princesa guarda seus próprios segredos, o dragão
que a protege também, de certa maneira, e Shrek faz tudo para poder voltar a
sua vida solitária de antes… mas não percebe como a convivência com Fiona e o
Burro vão aos poucos o alterando, até que ele se abra e revele “suas camadas”…
a história de Shrek é tão bonita, e
poderia ser tão emocionante se não fosse tão engraçada, que encanta!
Quem é que consegue assistir Shrek sem rir?
Com o musical é a mesma coisa… o Burro com seu jeito
chato de incomodar (sem nunca parar de falar); Fiona com seu jeito nada
delicado de conversar com as pessoas; Shrek com seu jeito atrapalhado e fechado
de quem tenta manter as aparências; Farquaad em seu tamanho diminuto, um vilão
de peça de teatro infantil… e vê-los atuando e cantando, tão bem
caracterizados, é simplesmente mágico.
Mágico. Shrek,
the Musical é mágico.
Amo as músicas… logo no começo começamos a rir,
com a cena toda de Big Bright Beautiful
World. Como é bom ver o pequeno Shrek indo embora, depois se transformando
no Shrek que acompanharemos até o final… Shrek tem algumas músicas realmente
bonitas, como Build a Wall, em que,
decepcionado após um misunderstanding,
acaba se fechando novamente e partindo para o pântano sozinho. E Who I’d Be, na qual ele se abre com o
Burro e fala sobre quem gostaria de ser, se não fosse um ogro…
Fiona é engraçadíssima. Já comentei sobre seus
gritos e sua personalidade descontrolada. Isso é evidente desde I Know It’s Today, que por sinal é muito
engraçada… prestem atenção na letra da canção, e como é bonito ver a esperança
das Fionas, esperando pelo príncipe… os comentários e ataques dela são
impagáveis. E eu ri demais com This is
How a Dream Comes True, com Burro e Shrek desesperados, fugindo e a
carregando com ela, e ela cantando como deveria ser seu resgate… e a todo
momento de confusão ela pára para cantar alguma coisa. Perfeito! E eu tive que
aplaudir, mesmo sozinho em casa, a parte do: “I knew, I knew, I KNEW… it would be
today!”. Não me controlei…
Ela arrasou em Morning
Person. Sem mais.
As criaturas das fadas não aparecem tanto assim,
mas sempre surpreendem quando em cena. É lindo ver todos aqueles personagens
juntos, cantando e dançando. Amei Story
of My Life (Pinnochio é sempre engraçado, em qualquer mídia), The Goodbye Song e principalmente Freak Flag, na qual os associei a um
grupo de underdogs tomando decisões e
resolvendo lutar por seus direitos e por seu lugar… uma mensagem e tanto…
Oh, o Burro… o que é ele? Também, sempre
engraçado. Não tem como não rir com o Burro, e ele é exatamente o mesmo que
vemos no filme. Incomoda o tempo todo, mas não tem como ficar bravo com ele…
afinal ele é uma das coisas mais fofas, e o sentimento de amizade que
compartilha com o Shrek é verdadeiro… embora o próprio ogro demore um tanto a
assumir isso. E suas músicas refletem isso com perfeição: Don’t Let Me Go (com “I need you” um zilhão de vezes), Travel Song (ótima, especialmente na
parte em que o ogro canta para o burro) e assim por diante…
O Lord Farquaad proporciona piadas únicas por seu
tamanho minúsculo. Achei engraçado como colocaram um ator de estatura normal
para interpretá-lo de joelhos… ficou bem engraçado, e eu ri demais (juntamente
com Burro e Shrek, como eles brincaram com isso continuamente); sua história
com o pai também foi ótima (“Abandoned you? You were 28, living in my
basement”)… e o que foi ele interrogando o Biscoito?
Amei o espelho da versão Broadway… ao mostrar as
três princesas para que Farquaad escolhesse, ele foi exatamente o mesmo do
filme – super engraçado. Agora gostei como ele não deixou que o espelho
contasse o que acontecia com a princesa à noite, e a reação do espelho: “You
didn’t even look at my special features. Check this out. I’ve got extras!” –
achei simplesmente hilário… e inteligente.
Mas se tudo isso é ótimo, tem mais uma coisa que
leva o musical a se aproximar demais da perfeição: AS REFERÊNCIAS! O musical é
repleto delas, e eu fico encantado com cada uma… temos por exemplo o Gato de
Botas durante Travel Song (a qual é
repleta de referências), uma vaca pulando sobre a lua (o que, embora não tenha
vindo dali nesse caso, me lembre Rent)
e um prato fugindo com uma colher… e Circle
of Life, de The Lion King, chega
a tocar rapidamente nessa cena… ÓTIMO! E a bandeira ao lado? Te lembra algo? Tipo Les Miserábles...
Mas o melhor fica para outra parte… minha parte
favorita, eu simplesmente SURTEI! O que é ver o Lord Farquaad subindo em seu
castelo ao final de “What’s up, Duloc?”
e cantando a incomparável frase “…and no one’s gonna bring me down!”, com a mão
apontando para baixo, seguido pela reconhecível em qualquer lugar últimas notas
de Defying Gravity de Wicked? É claro que a platéia, como eu,
foi à loucura! Me pergunto, quem é que vai entender esse tipo de referência no
Brasil?
Fiona and Shrek, as a couple… a história dos dois
começa com o resgate na torre, que acontece como no filme (inclusive a cena romântica
na qual ele a acorda!), mas com uma adição interessante: I Know It’s Today repetidamente com o pandeiro, desanimada, e então
ela guardando isso e um sutiã antes de se arrumar para esperar Shrek, que está
subindo… e as falas dela são um máximo… falando sobre o Príncipe Encantado, e
como deveria ser aquilo, até mesmo o colocando de joelhos…
I Think I
Got You Beat começa a amizade de Shrek e Fiona, quando cada um conta sobre
sua infância e eles começam uma espécie de briga/disputa sobre qual foi a mais
sofrida – é um assunto sério, na verdade, e tenso, mas tudo acaba bem, com os
primeiros olhares de aceitação, e até uma competição de porquices… ver os dois
flertando é lindo, eu me sinto exatamente como o burro… e só eu que quase morro
rindo com o Burro cantando “Make a Move”? Simplesmente incrível!
Todos sabem como a história de Shrek termina… e é
assim, após decidir falar sobre seus sentimentos para a princesa (When Words Fail é muito fofinho!), ele
ouve Fiona contando sobre sua maldição para o Burro (“You’re not that ugly. Ok,
I’m not gonna lie, you ARE ugly”) e entende que era sobre ele, Shrek é grosso
uma última vez e parte sozinho, até que entenda tudo e vá atrás dela no
casamento. O casamento é um desastre; tem Shrek cantando, tem criaturas das
fadas invadindo, tem Fiona virando ogro… mas tudo é realmente belo quando os
dois se beijam e ela assume sua verdadeira forma – de um ogro. Eu me emociono,
e o musical faz isso com a gente com ainda mais facilidade…
O musical conta a história do ogro, que ao salvar
um Burro ganhou um amigo improvável, e ao salvar uma princesa ganhou o amor de
sua vida… não importa como você é, não importa quem você seja… ser feliz é
possível. E assim a companhia toda encerra o musical cantando This is Our Story, realmente bonita e
emocionante… eu amo o musical, e não vejo como não o fazer. Realmente aconselho
a produção a todos os fãs de musical, afinal vale muito a pena! Você terá
momentos de diversão maravilhosos e terminará mais contente do que começou… sem
dúvida! Até mais…
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