On Broadway – Grease – We’ll always be like one
Grease ficou
muito conhecido através do filme estrelado por John Travolta e Olivia
Newton-John lançado em 1978. Conta a história de um grupo de jovens e suas
vidas em uma escola dos Estados Unidos. Os protagonistas são Sandy e Danny, que
após se conhecerem no verão se separam e acabam se reencontrando quando Sandy
acaba se mudando para sua escola. A história acompanha as idas e vindas dos
dois, enquanto ele é influenciado pelos amigos e ela faz amizades com garotas
muito diferentes dela. Um dos grandes aspectos da peça são os dois grupos: as Pink Ladies e os T-Birds (conhecidos assim apenas após o filme).
Não gosto de comentar muito sobre os filmes nessa
seção, mas nesse caso tenho que abrir uma exceção. Grease, o filme, virou um dos musicais mais conhecidos de todo o
mundo, e ainda é visto como um clássico até hoje. Tal popularidade (mesmo com
as mudanças ocorridas na transição dos palcos para a tela) garantiu aos revivals do musical algumas mudanças.
Como o revival de 2007 que passou a
integrar músicas do filme no lugar de músicas originais da peça. E eu devo
dizer que meu maior conhecimento de Grease
na Broadway vem desse revival – então
estou influenciado pelas músicas do filme.
Mas que fique claro: mesmo com a peça adquirindo
um pouco a essência do filme com o passar dos anos, ainda acho que ela é bem
melhor do que o filme. Na verdade é teatro, a emoção é outra, o estilo de
narrativa é outra. E eu sou um grande apaixonado por Broadway, então…
Uma coisa que me encanta muito em Grease é que ele parece, de certa maneira,
real. Ele não trata de uma guerra, de uma grande luta, nem de assuntos
polêmicos, como eu já comentei, mas ele traz um pouco da realidade do
cotidiano. É a vida de um grupo de adolescentes na escola. Traz as dúvidas, as
experiências e os desejos dessa fase. E todo mundo já passou por isso, e isso
faz com que o musical pareça estar mais próximo à nossa realidade; é algo que
qualquer um de nós poderia estar vivendo!
Tudo é tratado de maneira leve, descontraída –
divertida em alguns pontos. Os jovens estão descobrindo o que é se relacionar,
estão vivendo as emoções típicas da idade. Estão experimentando beber, fumar e
fazer sexo – estão tendo contato com os hormônios, descobrindo os prazeres. E
as situações presentes na história são muito parecidas com as vividas por quem
assiste – como falar mal dos outros e imitá-los (“Look at me, I’m Sandra Dee”)
e se preocupar com o que as outras pessoas pensam de você (“What will they say
Monday at school?”).
Essa proximidade com o público e a valorização da
amizade (“We Go Together”) é o que mais faz sucesso em Grease. We Go Together
faz com que pensamos nos nossos próprios amigos, e naqueles que tivemos no
tempo de escola, pensamos que continuaríamos amigos para sempre e não foi bem
isso o que aconteceu… e vai me dizer que não é bonito ver tantos jovens
pronunciando uma amizade tão bonita? Mesmo que eles nem sempre vivam isso ao
longo do espetáculo…
Outra coisa genial em Grease é a dança. Já ouvi comentários de gente dizendo que “não
gosto muito de Grease porque tem
dança demais”. Não posso deixar de discordar. A peça apresenta alguns números
de dança (em que a dança é mais importante que a música em si), mas no geral é
um grande musical – principalmente de música, com coreografias. E as
coreografias são geniais e envolventes, e os destaques vão para: Greased Lightnin’ (cena incrível,
divertida e muito memorável), We Go
Together (a dança no encerramento do primeiro ato foi ótima, no segundo ato
foi mais divertida que ótima), Shakin’ at
the High School Hop (na abertura do segundo ato) e Born to Hand Jive (que contou tanto com danças em pares, graças à
competição, quanto com uma coreografia por todo o elenco, no encerramento da
música).
Gosto do ritmo que Grease apresenta. As coisas acontecem rapidamente, muitas músicas,
todas ótimas, e você não vê o tempo passar. É uma peça que você assiste
milhares de vezes, e você nunca vê para onde foi o tempo: ela simplesmente voa!
Já começa num ritmo acelerado, mostrando minhas músicas preferidas logo de cara
– Grease (is the Word), Summer Nights,
Those Magic Changes e Greased
Lightnin’. Logo no começo você está encantado e preso ao musical e não pode
deixar de gostar dele. Especialmente depois de assistir a memorável cena de Summer Nights (muito famosa pelo filme
de 1978). E o segundo ato apresenta solos incríveis (como It’s Raining on Prom Night, Hopelessly Devoted to You e Sandy) e a transformação de Sandy (a
reprise de Look at me é brilhante). E
só para constar: gosto mais da Sandy normal, antes da transformação.
Grease é
um dos musicais mais conhecidos que temos, e você deve conhecer ao menos alguma
coisa sobre isso. Só não se deixe levar achando que ele é o melhor que a
Broadway pode te oferecer. Veja isso como uma porta de entrada e se admire com
a grandiosidade das produções que o teatro pode te oferecer. Até mais!
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