Hair, o Filme – Os horrores da guerra
E eu, inocente e bobo, achando que em uma postagem
ia conseguir comentar tudo o que queria de todos os personagens. Não cheguei
nem a terminar Claude. Às vezes me
pergunto se realmente me conheço… enfim, mas abaixo tem o link para você voltar
e ler a primeira postagem, para não ficar muito perdido. Mas para quem não
sabe, estou comentando sobre o filme de Hair,
e como ele consegue ser distinto da peça. Infelizmente.
Levando em consideração que o Claude-filme não faz
parte da tribo, mas sim é um garoto do interior em passagem por ali (durante
dois dias), antes de partir para o exército, podíamos esperar mudanças na
alucinação. Manchester, England foi
transformada de uma cena divertida, gostosa e de um Claude simpático se
apresentando a uma iniciação do personagem no mundo das drogas e da tribo… mais
ou menos na metade do filme comecei a ficar curioso pela profunda e curiosa
cena da alucinação…
Por que eu fiz isso comigo mesmo?
A “alucinação” acontece enquanto Claude está no
Central Park (com um grupo de estranhos cantando Electric Blues)… a atuação de John Savage (no parque) até foi bem
interessante, mas a cena regada à animação dos Blues não me entusiasmou… e toda a história pesada e chocante da
alucinação simplesmente não existiu – ele “sonhou” com um casamento maluco com
Sheila, ao som de Hare Krishna (!!!).
Se algum comentário positivo merece ser feito, vou
falar: tive a sensação mesmo de estar perdido, com tanta coisa maluca e
estranha acontecendo na mente de Claude… mas foi tão curto, tão diferente, e
tão ridículo que não pude aproveitar… e comecei a me perguntar onde tinha ido
parar as partes da guerra e as ótimas músicas que originalmente estavam ali.
Mas como o filme quis mostrar a guerra de verdade, separada da mente de Claude,
logo entendemos…
Walking in
Space foi uma música do exército; pois é, enquanto ela acontecia víamos
Claude sofrendo em seus treinamentos; e esse foi um dos pontos mais altos do
filme, afinal pudemos presenciar um pouco do horror da guerra (mesmo que ainda
fosse apenas os treinamentos no exército). Muito bom, não melhor do que na
peça, mas ainda assim bom. What a Piece of Work is Man sumiu… WHERE ARE YOU? E 3-5-0-0 foi fantástico! Outro ponto
positivo… vou ser justo, se merece elogio, vou elogiar. Amei a cena, embora
tenha ficado muito confuso quem estava cantando (achei que fosse a tribo, mas
eles nem tinham chegado ainda…); e ainda teve uma apresentação (com dança muito
interessante) de um grupo de pacifistas… um dos pontos mais positivos.
Voltando a falar de Claude e como sua história se
desenvolveu, ele foi para o exército; após sua aceitação e seus primeiros
sofrimentos, o pessoal da tribo (muito menor no filme, só para comentar) parte
para visitá-lo, e um conjunto de fatores leva Berger a se transformar (o que na
peça acontece com Claude) e ele se infiltra… as cenas foram divertidas, e
Berger estava irreconhecível. Após uma série de acontecimentos, Berger e Claude
acabam trocando de lugar, e o que era para ser apenas temporário acaba por
fugir ao controle deles e Berger parte para a guerra como Bukowski…
Você já pode imaginar o que foi mudado.
E, para encerrar as confissões por hoje, essa
parte ficou ótima. A emoção final da peça se perdeu, a surpresa em Flesh Failures sumiu, mas a emoção
existiu. Só foi outra. Tanto John Savage quanto Treat Williams foram ótimos em
suas interpretações, o desfecho foi chocante (se duvidar ainda mais chocante do
que o original) e eu me emocionei… mais do que eu imaginei, sem dúvida. Se não
fosse a peça, estaria encantado por esse final, aplaudindo e dizendo que foi
extremamente chocante, emocionante e bonito… vocês me entendem. Volto a isso na
próxima semana, com Berger… até mais!
Clique em "ler a matéria na íntegra"
para conferir um cronograma completo da seção "Hair,
o Filme" em que comento sobre o filme [que não me entenda mal, não é
ruim] sem resistir às comparações à peça [afinal, é a obra original, pela qual
eu sou APAIXONADO!]. Essa é a terceira postagem da seção.
24 de Outubro: Claude
Hooper Bukowski
31 de Outubro: Os horrores da
guerra
07 de Novembro: George
Berger
14 de Novembro: A trilha
sonora
21 de Novembro: Onde foi
parar Sheila?
28 de Novembro: Os pais do
filho de Jeannie
05 de Dezembro: Hair, o
Filme x Hair, o Musical
Me arrepio, SÉRIO, só de ler e lembrar! Caramba, como pode isso hein?! Me explique!!! hahaha Acho que vivi com a tribo ... só pode hahaha
ResponderExcluirConcordo com você em: "o desfecho foi chocante (se duvidar ainda mais chocante do que o original) e eu me emocionei… mais do que eu imaginei, sem dúvida."
Nunca pensei que o Berger fosse pegar o lugar do Claude e acontecer o que aconteceu!
E a 'viagem' de Claude, no teatro, MUITO MELHOR! Também prefiro mais a peça, o filme é legal, mas muitas coisas são trocadas, o "elenco" é menor, algumas coisas meio malucas e sem nexo, mas...merece elogios!! :)
beijãozão*
A alucinação de Claude na versão brasileira é a melhor possível, é ainda melhor do que a original da Broadway, que levou um pouco para o lado da comédia, e não é assim que eu vejo a cena, e não penso que é assim que ela deva ser... no Brasil é algo tão épico, inexplicável... realmente mexe com a gente e nos transporta de nós mesmos... perfeito! (:
ExcluirSim sim...é muito boa aquela cena no musical, todos estão ótimos!!!!! Ah, a original é meio comédia? mas não tem muito sentido! o.O
ExcluirEu não vi a original, preciso procurar no youtube hehehehe meu pai assistiu a 1ª aqui no Brasil, gostou bastante, mas não sei se foi a mesma coisa, tinha muita censura ainda! Também vou procurar essa no youtube depois ehehehe
Exato, eu também acho que não tem sentido, mas eles fazem parecer como uma comédia, levam as coisas meio na brincadeira =/ não gosto...
ExcluirEu fico bem curioso quanto à versão brasileira de 1969... queria ter assistido, mas eu não estava por aqui naquela época kk