American Horror Story: Asylum 2x04 – I am Anne Frank, Part 1
Agora é a hora que entram, me colocam na camisa de
força e me levam para o Briarcliff? Porque essa foi a sensação que tive
enquanto assistia ao episódio: que a qualquer momento eu mesmo seria
transferido para lá. Mais do que qualquer outra vez. Mesmo com Dominique nique nique cantando três
vezes no total, não foi isso que mais me levou à loucura, a série nem precisa
mais do recurso dessa música para isso… meus olhos ainda estão arregalados, e
não exagero quando digo que estou com um início de dor de cabeça.
O episódio foi genial. Se a série se propõe a
fazer terror, realmente ela consegue fazê-lo na melhor qualidade. Desespero.
Desespero foi o que esse episódio me cansou, e muito. Angústia, desesperança… o
episódio conseguiu mexer muito conosco, em sentidos muito amplos. Mexeu com a
cabeça, com as emoções, confundiu, instigou, chocou, revoltou. Foi tenso. Eu não
sabia em quem podia confiar, quem era “bom” ou quem era “mau”, quem era
inocente, quem era louco… e isso ME deixou louco. Meu cérebro girou durante
mais de 40 minutos, e ainda sinto ele inquieto.
Nessa semana, somos apresentados a Anne Frank, mas
pouco tivemos da personagem por ora. Como teremos dois episódios dedicados à
mulher, não estou preocupado com isso, e suas cenas foram pontos chaves para o
episódio. Se dizendo Anne Frank, questionamentos suas faculdades mentais, e
mesmo Jude se encontra bastante confusa. Sua história foi bem convincente, e
desde sempre eu quis acreditar nela. Até porque mais algo que incrimine Arthur
Arden é sempre bem vindo. Personagem mais odioso que a série criou. E a
narrativa de Anne sobre ele como Hans Gruper, assassino nazista, foi chocante e
forte.
E agora acredito muito mais nela. Arden cresce a
cada episódio na trama, sendo agora um dos personagens mais importantes da
série, envolvido em tantas histórias e tantos acontecimentos horrendos que
minha expressão de angústia ainda não deixou o rosto, posso sentir. Mas a
polícia o investiga, a prostituta do episódio passado o acusou pelas fotos e o souvenir nazista, ele se arriscou a
prender Anne Frank – que é muito melhor que todas as outras ali naquele lugar,
conseguiu até atirar em Arthur já. E ele está, literalmente, a seus pés.
E Shelley proporcionou mais uma última cena
horripilante.
Do outro lado, Kit e Grace têm sua história
desenvolvido, e eu amei cada cena dos dois. Começando pela história dos dois
juntos (que é mais leve do que as histórias individuais de cada um), eu gostei
de ver essa junção dos dois como um casal – nem foi tão romântico, mas foi um
desespero, uma necessidade de alguém num lugar como aquele. E o sexo dos dois
na cozinha foi bem hot e ótimo de se
assistir… mas sabíamos que eles teriam que sofrer graves conseqüências por isso
assim que a cena começou. Dito e feito.
Mas muito mais do que isso, tivemos momentos
isolados de cada um dos dois que mexeu comigo em dimensões impensáveis. Grace
conta para Kit como foi parar lá, e a narrativa foi pesada e chocante. Mas
Mary, com pouquíssima participação nesse episódio, o mostra toda a verdade
sobre ela… e não sabemos em quem acreditar, uma confusão danada, mas ela nos
conta a versão final da história, que me deixou abismado. Cenas bem sangrentas,
bem explícitas… mas ainda mais do que isso, fico chocado por me ver “gostando”
de Grace, e não a condenando nem nada assim.
E Kit… oh, Kit. As melhores cenas do episódio
foram dele, e sua conversa final com Jude, pedindo pelo perdão do Senhor, foi
basicamente uma reprodução da minha condição vendo o episódio. Uma angústia, um
desespero, lágrimas realmente comoventes. Me deu um nó na garganta, fez com que
meu coração se apertasse, a ainda assim conseguiu ser uma cena emocionante.
Emocionante porque vi a irmã Jude de uma maneira que nunca tinha visto antes, e
a simpatia por ela cresceu muito mais… foi ótimo vê-la mais fora de si, e
começamos a questionar a sanidade dela também. Não que eu ainda acredite que
qualquer personagem da série seja são a uma altura dessas.
Quem seria o Bloody
Face? Uma pausa para falar sobre minhas teorias, já que parece que muito em
breve teremos essa resposta. Desde sempre defendi a inocência de Kit, e embora
ainda queira fazer isso, nesse episódio, pela primeira vez, eu fiquei na
dúvida. Desde o episódio passado desconfio de Arthur. Afinal seria muito perfil
dele. Mas poderia ser alguém bem mais inesperado, como Grace (agora acho que
ela tem perfil para tal) ou o Dr. Thredson (porque não acredito que possa
continuar confiando nele depois dessa semana).
Vamos voltar ao texto original…
Estava falando sobre Kit. O Dr. Thredson se propõe
a ajudá-lo e salvar sua vida, mas para isso ele terá que assumir a
responsabilidade de todos os seus atos. E então nos conta exatamente a versão
dos fatos em sua visão, e a visão que a sociedade apresentou ao mandá-lo para o
Briarcliff. E foi mais impressionante do que eu tinha imaginado – angústia é a
palavra que melhor explica minha sensação ao ver suas cenas modificadas com
Alma. E me deu desespero vê-lo questionando a própria inocência, ver que a
história de Thredson até que faz sentido, e quando Kit pega Grace pelo pescoço?
Sim, eu duvidei dele.
Mas o chip encontrado por Arden ainda é a coisa
que me mantém à primeira realidade criada por mim, na qual a abdução foi real,
e Alma não está morta. Mas ao escrever isso, me pergunto: por que Kit se salvou
e Alma não? Juro que quero acreditar nele, e é essa dúvida que está me matando.
E é incrível como o episódio conseguiu mexer com nossos cérebros dessa maneira!
É assim que acho que uma série boa de verdade deve ser, e provavelmente
passarei a semana toda pensando sobre isso… FANTÁSTICO!
E quanto a Lana, disposta a sair de Briarcliff,
aceita a ajuda do Dr. Thredson, e não posso mais confiar nele. Não posso também
transcrever minhas anotações, porque tem palavrões que voto por não colocar no
blog. Mas fiquei abismado com o “tratamento” invasivo e repugnante a qual Lana
é submetida… foram cenas fortes, muito explícitas (vide a parte de Daniel, quão
chocante não foi assistir aquilo?), quase nojentas (ideologicamente) e
revoltantes. A série foi muito ousada ali… mas felizmente nada deu certo! E
mesmo com Dr. Thredson saindo na “sexta-feira” e prometendo levá-la com ele,
não creio que qualquer um dos dois conseguirá sair de lá…
Frase do dia: “Se você fosse louco, não faria
sentido para você. Dúvida é um sinal de sanidade”. Versão bem resumida
do meu texto todo? Não sei bem o que
pensar.
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