Hair, o Filme – George Berger


George Berger foi um dos poucos personagens que conservaram sua essência. Ele ainda é o Berger que conhecíamos, embora um tanto menos sedutor do que o do musical. Mas era o único que eu olhava e realmente via o personagem dos palcos… conhecemos um tiquinho mais dele, ao ver sua família, mas seu final foi bastante diferente do original, e me pergunto se era algo que o Berger mesmo faria… sei lá. Quer ler sobre o Berger da peça? Aqui tem um link: Todo mundo tá no chão... – George Berger
Suas músicas foram conservadas (como Donna – que ficou muito boa; divertida, com uma bela dança. E quem diria? O pedido por dinheiro se manteve…), mas ele roubou algumas músicas que me fizeram ter raiva do personagem. E o maior exemplo disso fica para I Got Life; como senti falta da cena toda de Claude com os pais, e a justificativa para essa música no filme foi meio forçada. Toda a história de entrar de penetra da festa e etc…
Para começar que Berger foi extremamente grosso, e não acho que ele falaria aquelas coisas… não daquele jeito; uma pequena declaração em nome de Claude para Sheila, e uma provocação gigantesca cantando I Got Life em cima da mesa, quebrando muita coisa… não é para menos que eles foram presos (só me pergunto por qual razão Sheila estava sorrindo), embora eu quase tenha perdido essa parte… sério que a cena me irritou, e quando eu vi Berger começando a cantar eu quis desligar. Cantei junto para livrar minha mente.
Manchester, England só me deixou surpreso, mas ainda foi boa.
Aproveito que Berger é o líder da tribo para perguntar: POR QUE O FILME COMEÇA COM A QUEIMA DAS CONVOCAÇÕES? Não pareceu um ritual sem o Hare Krishna antes e a nudez depois… também não foi tão impactante, nem pareceu tão importante no filme… só para quem não sabe, esse é o desfecho para o primeiro ato, e todas as ações antes disso convergem a isso… vai entender? Senti muita falta desse clímax, devo confessar. Nada de Claude não querer queimar… sem perguntas, sem Where do I go?
Berger pareceu mais folgado e revoltante… embora ele tenha conseguido liberar todos da cadeia, não aprovei de cara Claude o liberar. E acho que ainda não digeri toda a parte da cadeia… afinal que desculpa foi aquela para colocar Hair? Onde esteve Margaret Mead? E como a música mais épica do musical é cantada na cadeia, enquanto Claude está totalmente alheio aos acontecimentos, quase sendo estrangulado? E a parceria Claude-Berger?
Seu destaque vai para as cenas finais, onde ele praticamente assume a personalidade de Claude. Não quero fazer trocadilhos. Mas o Berger nos últimos minutos de filme é o Claude nas últimas cenas do musical; e o Claude verdadeiro é deixado de lado. Explico: quem sofre a transformação de tirar cabelo e se “fantasiar” de soldado é o Berger… e ele ficou irreconhecível… foi bonito vê-lo indo atrás de Claude, bem como também foi legal vê-lo se dispondo a assumir seu lugar (temporariamente) para que Claude possa ver Sheila…
Inicialmente me diverti muito com ele. Ele parecia uma criança boba brincando de ir para a guerra; mas quando a coisa fica séria, e Berger vê que terá que partir como Bukowski, eu comecei a me emocionar, e tirei o olhar crítico para realmente me entregar à história e aproveitar. Foi sofrido vê-lo desesperado, obrigado a ir para a guerra. Elogios ao trabalho de Treat Williams, que convenceu muito bem; e foi ele quem cantou Manchester, England (reprise) e quem morreu durante Let the Sunshine In… elogios também a John Savage, que emocionou ao chegar tarde e perceber o que tinha acontecido… seu desespero e paixão vendo o avião indo embora me comoveu…
Cenas realmente bonitas, embora nada disso devesse ter acontecido a Berger. Mas o roteiro meio que sugeriu algo assim o tempo todo; afinal, com um Claude que queria ir para a guerra, não seria chocante colocá-lo indo para o Vietnã e morrendo – o lance era colocar alguém da tribo, alheio a essa vida e essa idéia, morrendo injustamente, fazendo algo contra sua vontade… o erro esteve no começo, ao formar Claude, não aqui no final…
Diferente? Demais. Bonito? MUITO. Sim, eu me emocionei, e acho que o roteiro contou uma outra história, vagamente baseada na do musical, mas que tem seus méritos… me emocionou, eu me arrepiei e quase consigo gostar do filme. Quase, porque compará-lo ao musical é inevitável. Mas sim, recomendo o filme… faça uma busca, veja-o e diga o que me achou, pode valer a pena! Na próxima semana falo um pouco sobre as músicas no filme de Hair… até mais!
Clique em "ler a matéria na íntegra" para conferir um cronograma completo da seção "Hair, o Filme" em que comento sobre o filme [que não me entenda mal, não é ruim] sem resistir às comparações à peça [afinal, é a obra original, pela qual eu sou APAIXONADO!]. Essa é a quarta postagem da seção.

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17 de Outubro: Hair, o Filme
24 de Outubro: Claude Hooper Bukowski
31 de Outubro: Os horrores da guerra
07 de Novembro: George Berger
14 de Novembro: A trilha sonora
21 de Novembro: Onde foi parar Sheila?
28 de Novembro: Os pais do filho de Jeannie
05 de Dezembro: Hair, o Filme x Hair, o Musical

Comentários

  1. Começando: Concordo,ele foi o que mais se manteve ao personagem do Musical..foi o que eu mais gostei!
    Também não gostei de I Got Life com ele! Hahahaha Sem sentido algum.. pelo menos o pedido do dinheiro ficou!
    Adoro as cenas finais..e sim, ele foi o Claude de Hair!

    "Quase, porque compará-lo ao musical é inevitável. Mas sim, recomendo o filme"

    Beijãozão *

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