Hair, o Filme – Onde foi parar Sheila?


Ainda não sei.
Beverly D’Angelo talvez tenha sido uma boa atriz, mas não teve nada a ver com a Sheila que conhecemos… Sheila é uma espécie de líder feminina na Tribo, apaixonada por Berger e por Claude, e uma pacifista – leva uma vida “dupla”, se dividindo entre a tribo e sua vida na sociedade (de faculdade e lutas pela paz)… prega fortemente o amor (I Believe in Love). Se quiser ler mais sobre a Sheila da peça, aqui tem um link: Tenho fé no amor... – Sheila.
Para o filme, esqueça tudo isso e substitua por uma garota da alta sociedade, sem nenhum contato com a tribo, que chama a atenção de Claude. Assim como ele, isso a exclui da tribo, e portanto ela não faz parte desse universo, também. Demora mais ainda para entrar em contato com esse mundo, e parece ainda mais deslocada lá do que o Claude-vindo-do-interior; e não tenho certeza de que o papel esteja bem escrito, uma vez que não sabemos se ela se interessou por Berger, por Claude, ou por pelo menos um dos dois…
Conseqüência disso tudo, perdeu suas músicas mais importantes. I Believe in Love sumiu, nem foi gravada. Easy to be Hard foi transferida. Continuou, no entanto, com Good Morning, Starshine. E tenho que elogiar porque essa música é sempre comovente, afinal a mensagem é bonita, e parece que realmente faz bem à pessoa… uma pena que tenha sido cantada em um carro com tão pouca gente… não teve a profundidade sentimental do musical, mas ainda assim valeu a pena.
Um de seus melhores momentos esteve ao ajudar Berger a se infiltrar no campo de concentração para falar com Claude – afinal, ela foi ótima seduzindo um militar para roubar-lhe as roupas; e o carro, aproveitando. Mas não, não gostei dela e de como foi retratada no filme… em nada se parece com a Sheila da peça, revolucionária e independente. Parece mais uma menina mimada, um tanto quanto abitolada e que quer experimentar coisas e provocar os pais…
E não é?
Comentário solto: não acreditei na sua história com Claude… nem na cena do nado à noite (da qual ela saiu nua e revoltada, exatamente como uma criança ou uma adolescente em um chilique momentâneo), e muito menos no fim, em Nevada, quando Claude sai para poder conversar com ela… claro que não sou fã do casal, afinal a coisa mais bonita em Hair é Claude e Jeannie, mas o filme tentou nos passar isso e não foi bem sucedido, apenas para deixar claro.
E se alguém puder me responder: por que ela sorriu durante I Got Life?
E Sheila não foi a única personagem que se perdeu… ainda não digeri a ausência de Jeannie… porque o que me apresentaram no filme nada tem a ver com a Jeannie que eu tanto amo; louca, perdidamente apaixonada, drogada, grávida demais para levar porrada da polícia… se você conhece apenas o filme, talvez até goste dela, mas saiba que a Sheila é uma mulher muito mais poderosa do que isso! E se tiver a oportunidade, corra atrás do musical… vale a pena! Até mais…
Clique em "ler a matéria na íntegra" para conferir um cronograma completo da seção "Hair, o Filme" em que comento sobre o filme [que não me entenda mal, não é ruim] sem resistir às comparações à peça [afinal, é a obra original, pela qual eu sou APAIXONADO!]. Essa é a sexta postagem da seção.

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17 de Outubro: Hair, o Filme
24 de Outubro: Claude Hooper Bukowski
31 de Outubro: Os horrores da guerra
07 de Novembro: George Berger
14 de Novembro: A trilha sonora
21 de Novembro: Onde foi parar Sheila?
28 de Novembro: Os pais do filho de Jeannie
05 de Dezembro: Hair, o Filme x Hair, o Musical

Comentários

  1. Bom... em poucas palavras:
    Concordo com tudo o que escreveu no post! Tudo mesmo!!! :)

    Beijãozão*

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