O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
Tentando clarear a mente na tentativa de escrever
um texto coeso, mas em estréias tão grandiosas e sentimentais como essas, quem é
que ainda espera coesão de mim? Meus textos acabam mais guiados pela emoção e
eu escrevo rios a mais do que tinha imaginado… ainda estou abobado, cheguei em
casa com meu coração disparado, respirando longamente, e juro que não sei como
eu consegui dirigir de volta para casa. Não me lembro de nada no trajeto! Meu caminho
inteiro foi criando dez mil textos possíveis para o blog. Tentarei transcrever
um.
A emoção começa quando você chega no cinema mais
de meia hora antes de começar a sessão e vê que a fila para entrar já passa da
bilheteria – ok, vocês não conhecem a organização do cinema aqui na minha
cidade, mas eu te digo: era uma fila gigante! Por não ser 3D e estar sozinho, não
me desesperei tanto, ainda conseguiria um bom lugar. E fiquei contente por ver
tanta gente animada, conversando sobre o livro, tirando fotos nos grandes
cartazes do Hobbit. Os comentários e
a agitação tomaram conta de mim e entrei no clima antes mesmo de a sala
escurecer.
E dali para frente foi apenas emoção. Difícil transcrever
qual foi meu sentimento assistindo O
Hobbit (o que não me impede de tentar), mas eu saí da sala de cinema
dizendo: flawless. Se o filme teve
falhas eu ainda não parei para considerá-las. Quem sabe mais tarde, quando a
agitação toda passar? O que importa é que qualquer medo a respeito do fato de
um livro tão simples e linear ser adaptado em três longos filmes se provou
desnecessário. O filme de mais de duas horas e meia consegue te prender o tempo
todo, contando uma história convincente e estou contente por saber que ainda
teremos outras duas partes e mais duas vezes para eu experienciar tamanha
felicidade!
É muito bom estar de volta. Qualquer fã apaixonado
pela Terra-Média e pelas histórias de J.R.R. Tolkien devem concordar comigo que
a sensação é maravilhosa. Foram quase dez anos desde a última vez que vimos Senhor dos Anéis pela primeira vez (me
refiro ao último lançamento) e então tudo nos fazia suspirar. Era bom estar
familiarizado com o lugar, com alguns personagens, com as criaturas, e com o
estilo de narrativa. Foi bom matar saudades, e meu coração saltava a cada
pequeno detalhe. Apenas de ler “The Hobbit” antes de tudo, e saber que o filme
teria uma longa introdução antes de apresentar “An Unexpected Journey” (para
ter minhas suspeitas confirmadas minutos depois), nas já conhecidas letras, meu
coração surtou.
E eu surtei.
Os primeiros minutos do filme apresentam dois
tipos importantes de emoção que teremos ao longo do filme todo: a agitação de O Senhor dos Anéis, com aquelas batalhas
todas, e o sentimento de nostalgia ao vermos Bilbo contando a história para
Frodo. Por segundos tive medo de não ver Frodo, mas isso logo se desfez, e
vê-lo novamente me emocionou muito mais do que eu tinha esperado. Parecia tanto
o início de A Sociedade do Anel que
eu queria levantar da cadeira (continuei inquieto na poltrona o filme todo!)… e
melhor de tudo foi ver a referência a Gandalf e a ação de ir esperá-lo,
exatamente como ele fez 11 anos atrás… e então voltamos 60 anos.
Eu já disse isso, mas digo novamente: sempre gostei
mais do livro O Hobbit do que os Senhor dos Anéis, por um motivo bem
pequeno: a simplicidade da história. O
Senhor dos Anéis é grandioso e uma das melhores histórias que já li, e
sempre vou defendê-lo, mas O Hobbit
sempre teve uma inocência e uma leveza que me cativaram. É e sempre foi um
livro mais simples, mais linear, com um tom mais para cima. Exatamente o clima
que vemos no início de Sociedade do Anel
e sempre me foi tão encantadora, como vocês devem se lembrar. E O Hobbit: Uma Jornada Inesperada é
inteiramente guiado por esse espírito leve, alegre, de aventura. Mesmo com seus
momentos sérios, que podiam ser mais, mas ainda assim gostei de ver a leveza
presente em cada personagem, na narrativa, nas piadas.
O que o distancia da antiga trilogia (comparar é
inevitável, só quero deixar claro que não estou fazendo juízo de valores
referente a nenhuma das duas!) – várias cenas foram dignas de risadas, e o
cinema todo pôde se deliciar. Algumas piadas tão ingênuas e tão idiotas, como
os anões na casa de Bilbo, mas tudo tão glorioso, tão divertido, que não tinha
como não se apaixonar, e querer depressa ir agradecer a Peter Jackson por
tamanha grandiosidade. Ele ainda se preparou em citar as primeiras linhas do
livro original de J.R.R. Tolkien, e incluir algumas das músicas, tão
recorrentes em qualquer livro do autor. Brilhante!
Mas vocês pararam para analisar algumas
semelhanças com o roteiro de Sociedade do
Anel? Um hobbit morando no Condado, sem querer saber de aventuras, a quem é
dada uma missão maior que ele, por Gandalf. A caminhada toda, até a chegada a
Valfenda, a tempestade que se segue (antes era de neve, agora uma luta de
gigantes de pedra), os túneis, o encontro com Gollum. Tudo parece seguir os
mesmos passos do de 2001, mas com mais cor e leveza. Até mesmo a cena em que
Bilbo acidentalmente “coloca” o Um Anel, após cair, me pareceu uma grande
homenagem à Sociedade do Anel. AMEI!
E também senti uma certa conexão com o livro, mesmo
que várias cenas tenham sido diferentes. Diferentes ou não, todas elas
preservaram o espírito do livro, e isso é o que vale na adaptação de um
romance: o espírito e o esqueleto da história, o resto pode ser alterado desde
que não denigra o livro. E a primeira parte de O Hobbit fez isso com perfeição (e fidelidade aos livros nunca foi
uma característica muito recorrente de Peter Jackson, e ainda assim fez um
belíssimo trabalho em O Senhor dos Anéis)
– me senti como quando li o livro ao ver a cena dos três Trolls (e quase quis
aplaudir!), ou de todos no topo das árvores, e aguardo ansiosamente a cena dos
barris.
Mas vamos ser sinceros? Adivinhas no Escuro foi a melhor coisa de todo o filme! Eu passei o
tempo todo ansiando por quando veríamos Gollum e poder ver como seria a cena do
filme. Portanto, quando vi Bilbo caindo me contive para não levantar da
cadeira, mas estava inquieto e curvado para a frente. Tanto Bilbo quanto Gollum
foram esplêndidos em suas interpretações, em uma cena sombria e ao mesmo tempo
divertida, arrancando risadas enquanto eu continuava apreensivo com a mão no
rosto. Arrisco-me a dizer que foi praticamente idêntica à cena do livro, então
Peter Jackson merece reverências. AINDA ESTOU ENCANTADO!
E o que foi ver Bilbo usando o Anel pela primeira
vez. Aquilo foi tão nostálgico, tão grandioso, que lágrimas me vieram aos
olhos, e foi dali em diante que meu coração começou a acelerar de verdade. Toda
a cena com Gollum e o fabuloso clímax que se seguiu me deixou com o coração na mão.
Não me lembro da última vez em que tive que enfrentar tamanha emoção no final
de um filme, mas claro, tudo devido à paixão que eu já sentia pelo livro e por
todo esse universo fantástico criado por J.R.R. Tolkien. Tão bom estar de
volta, tão bom estar em casa.
Foi assim que eu me senti. E alguns personagens
ainda ajudaram com que eu me sentisse assim. Fora os já mencionados Bilbo,
Frodo e Gandalf, a cena toda de Valfenda me pareceu extremamente nostálgica, e
aquela sensação mesmerizante que apenas aquele lugar fornece. Foi ótimo rever
Elrond, Galadriel, e gostei especialmente da participação de Saruman, porque
chega a ser irônico vê-lo nessas cenas, não? E eu comecei o filme meio
desapontado, dizendo que queria ver o Smaug e não o veria nesse filme, mas quer
saber? Só me lembrei dele no final do filme, quando tudo já tinha acabado e nos
mostraram o dragão acordando… então, dane-se!
O filme é PERFEITO! Não acho mais que seja meu
lado geek apaixonado por J.R.R.
Tolkien que esteja falando nesse momento, mas o conjunto de tudo, o geek apaixonado e o escritor do blog que
tenta ver os lados positivos e negativos. Se você é fã desse universo todo como
eu sou, você precisa ir ao cinema, mais de uma vez, e se aventurar nesse filme
tão fantástico. Se não, talvez seja a hora de você começar a assistir e se
apaixonar, porque não tem como não vibrar. Ansioso pela segunda parte e por
novas informações, por enquanto me contento visitando o cinema semanalmente até
que o filme saia de cartaz… BOM FILME A TODOS! Até mais…
Assisti faz pouco tempo, e ja tinha visto o seu post, e eu sempre segui os seus gostos, entao resolvi assistir. Confesso que nao acreditava muito de que o filme valesse tanto a pena, mas, quando o filme começou, parecia que simplesmente eu nao estivesse mais nesse mundo. A história foi realmente perfeita (embora nao tenha lido o livro), os efeitos especiais eram de infartar (no bom sentido), além de ter sido muito divertido. Em alguns momentos eu sorri, mesmo nao que nao tivesse acontecido nada de engraçado, era como se simplesmente o filme como um todo me deixasse feliz. Estou ansioso para ler o Hobbit, O Senhor dos Aneis, e tambem assistir ao resto da saga.
ResponderExcluirQue bom que você gostou! :D
ExcluirLeia mesmo, O Hobbit é bem legal, o Senhor dos Anéis acaba sendo bem cansativo em várias partes... mas a história é tão boa e tão grandiosa que vale a pena ler de qualquer maneira! (: