“For happily-ever-aftering than here in Camelot”
Assisti, no ano passado pelas minhas aulas de
cinema, ao filme musical Camelot, de
1967, baseado na peça da Broadway de 1960… nunca vi a peça inteira (e embora
exista versões mais atuais do musical, não consegui encontrar nenhuma completa,
ainda), mas amei o filme! E pela maneira como a divisão dos atos ficou tão
clara (e ainda colocaram Overture,
Intermission e Exit Music),
acredito que tenha sido extremamente fiel…
O filme foi emprestado, ainda vou achá-lo para
comprar. Mas me animei demais. Embora tenha me sentido culpado por gostar tanto
de Rei Arthur E de musicais da Broadway, e ainda assim não conhecer a obra,
fiquei bem entusiasmado… sendo fã das duas bases do filme, achei que teria um
prato feito nas mãos… o filme é ótimo, embora um pouco diferente do que eu
tenha imaginado na minha mente.
O foco do filme não está totalmente em Arthur, nem
em suas relações com os Cavaleiros da Távola Redonda (embora as cenas que a
envolvam tenham sido belíssimas!), suas jornadas, a Excalibur… o próprio Merlin
mal apareceu durante o longa, mesmo que tenha sido lembrado constantemente. Não
está com a parte heróica da história, mas sim com a parte romanceada – o
casamento de Arthur com Guinevere, a aparição de Lancelot e o que se desenrola
entre os três…
Acaba por ser um filme triste. Afinal, Guinevere
nunca quis casar com Arthur, embora tenha gostado dele no começo… mas os dois
nunca tiveram aquela relação de marido e mulher, e com Lancelot as coisas foram
acontecendo aos poucos. É triste porque Arthur realmente ama os dois – ela é a
mulher de sua vida, e ele é seu irmão, filho, amigo… portanto, quem mais sofre
nisso tudo é Arthur, em suas dúvidas, dividido entre dois amores, sem saber que
providências tomar quando a traição dos dois é inegável…
A melhor cena que representa isso é o final do
primeiro ato. Eu realmente me emocionei com seu discurso… falando primeiramente
de Guinevere, depois de Lancelot (e é a parte em que ele diz que ama os dois) e
ao invés de querer vingança, resolve escolher a paz e o perdão, as bases
segundo as quais seu reino estava sendo construído… Richard Harris foi ótimo em
sua interpretação aqui, convencendo totalmente na dor de Arthur, e nos
mostrando que ele foi o que mais sofreu com tudo… I love them […] They have betrayed me.
A história é essa, Lancelot e Guinevere irão se
apaixonar enquanto as conseqüências disso podem destruir o reino de Camelot e a
Távola Redonda, idealizada por Arthur… é uma grande história de amor em três
vias, nas quais a pessoa mais apaixonada é justamente o rei. Ainda mais na
maneira como ele é apresentado no filme… bobo, infantil, apaixonado, puro… não
tem como não sofrer ao lado dele, como não entendê-lo, como não se sentir com
aquela esperança boba de que tudo dê certo…
Tanto é que o mais sofrido ao final não é ver
Lancelot e Guinevere não terminando juntos, mas sim ver um Arthur frustrado,
com todos seus objetivos acabados e destruídos, uma guerra à caminho, depois de
tanto lutar contra isso… ao menos as cenas finais (que contam com a reprise de Camelot) foram bem emocionantes com o
pequeno Tom mostrando que o mundo tem esperança, mostrando que nem tudo está
perdido… as lágrimas nos olhos de Arthur e sua alegria foram automaticamente
passadas a mim…
É um ótimo filme. A história é emocionante, e
divertida por vezes. Gostei bastante, além das músicas. Que também não são como
eu imaginei. Por ser um musical de 1960, esperava algo bem mais clássico, ao
estilo Phantom, mas Camelot não é uma ópera (embora Guinevere tenha sido uma música que me
lembrou Phantom demais! E foi uma das
melhores músicas do filme… cena angustiante, ficamos apreensivos… uma música
bem intensa, sombria, forte… e os personagens estavam passando por um
nervosismo gigantesco, uma avalanche de emoções, todas ao mesmo tempo. AMEI!) e
apresenta algumas músicas bem suaves, outras bem divertidas…
Gostei demais de I Loved You Once in Silence, que representa o amor de Lance e
Jenny, o plano todo de Mordred, e o gancho final para o grande clímax de Camelot – uma cena bonita, emocionante,
com uma ótima música! Além dos flashbacks
que foram bonitos, mesmo que não tenha passado muito tempo torcendo pelos dois…
estava mais preocupado com o rei cego que preferia fingir que não estava vendo
o que acontecia para não ter que lidar com isso…
Merlin! Como eu amo o mago, esperava vê-lo mais, e
ouvir seu nome sendo citado continuamente sem nunca vê-lo estava começando a me
dar nos nervos… achei que ele teria feito parte da introdução e não mais
voltaria, mas quando voltou foi uma ótima cena… ótimo quando ele “transforma”
Arthur em peixe depois em falcão, eu fiquei arrepiado! E gostaria de saber como
o filme via Merlin… morto talvez?
O filme apresenta a clássica divisão de atos dos
musicais da Broadway (achei até cômico ver tudo tão separado assim em uma
produção cinematográfica) – um primeiro ato mais leve e divertido, com ótimas
cenas como Camelot, Then You May Take Me
To The Fair, o Festival… primeiro encontro de Jenny (Guinevere) com Ward
(Arthur) é realmente divertido e bonito… tudo caminha para uma preparação,
separação dos sentimentos do rei, culminando no segundo ato entupido de climas
pesados e conseqüências dos atos impensados de todos… ótimo!
É um ótimo filme, uma obra-prima. Como um musical
da Broadway, ganhou 4 Tony Award; como filme ganhou 3 Oscar – vale muito a
pena, e é uma obrigação a todos os fãs de musicais como eu! Também fica a dica
para todos os fãs do Rei Arthur. Filme maravilhoso e impecável, você precisa
assistir a ele! Não deixem de assistir, deve ter em alguma locadora perto da
sua casa… até mais!
Diálogo
marcante:
- Jenny, I…
I love you. God forgive me, but I do.
- God forgive us both, Lance.
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