On Broadway – The Book of Mormon
Um de meus musicais favoritos de todos os tempos. Por
sua incomparável irreverência e o que faz com que eu sinta: faz com que eu me
sinta feliz. Muitas vezes descrito como uma sátira religiosa, The Book of Mormon é uma das coisas mais
divertidas que eu já vi na vida. Você ri mais ou menos do começo ao fim da
peça, nem tem tempo de respirar entre uma piada bem contada e outra. Portanto é
muita diversão embalada com músicas de letras e danças hilárias. Trilha sonora
fantástica, personagens fantásticos, e uma história interessantíssima.
Não venha ser moralista e dizer que a peça não é
legal. Eu, na verdade, fiquei muito satisfeito com como a crítica aceitou o
musical bem, sendo um dos musicais mais premiados dos últimos anos, vencedor de
9 Tony Awards no total, incluindo o de Melhor
Musical. E já vi comentários de mórmons dizendo que gostaram do musical e
se divertiram. Portanto, quem somos nós para questionar? Me parece uma grande
brincadeira, usando elementos de religiões (especialmente dos mórmons) e de
ficção em um emaranhado de piadas bem justificadas em uma história interessante
e inteligente.
Eu caracterizaria o musical como uma grande
caricatura. Todos são caricaturados, desde os missionários mórmons em Uganda até
a população da África, repleta de doenças e fome. E acaba sendo uma sátira a
tudo. Mas é maravilhoso ver como a mensagem final, se bem pensada, pode ser
muito interessante – porque o que todos queriam era algo para acreditar, e o
Elder Cunningham tentou à sua maneira dar sua contribuição àquela população,
depois que o Elder Price fugiu, traumatizado por ver um homem sendo assassinado
na sua frente.
E é dessa maneira que o Elder Cunningham usa o que
tem de melhor para ensinar aquele povo. Com referências que vão de Star Wars a Star Trek (“Are you a Star
Wars or a Star Trek guy?”), com direito a uma cópia exata da Tenente Uhura
e um Darth Vader sendo atacado ao fim do primeiro ato… e um Yoda fazendo uma
aparição no começo do segundo ato. Ainda temos um fantástico personagem de O Rei Leão (ótima homenagem ao musical)
e a promessa de queimar nos fogos de “Mordor”. Agora vai me dizer se eu tinha
como não gostar do Elder Cunningham.
Personagem difícil!
O musical conta a história de dois jovens
missionários mórmons, que são mandados para a sua missão de dois anos para uma
vila no norte de Uganda, na África (mesmo que o Elder Price rezasse o tempo
todo para ir para Orlando – “I love you,
Orlando!”), onde um general ameaça a população local. Elder Price e Elder
Cunningham, inocentes e otimistas, tentam passar seus ensinamentos, mas
enfrentam uma variedade de problemas, dentre eles o principal que é a
resistência. Uma série de eventos bizarros, absurdos e engraçados, levam à
ausência de Price e os ensinamentos duvidosos de Cunningham…
O musical é cômico o tempo todo, extremamente
sarcástico, e uma espécie de homenagem a muitas coisas. Não podemos levar a
sério tudo o que é dito sobre os mórmons, mas várias crenças ali apresentadas
são verdadeiras, mas de maneira exageradas. Mas como são apresentadas no
musical são realmente divertidas! Turn it
off é um exemplo, e I Believe é
outro! Dois grandes momentos do musical que representam um pouco de o que é ser
mórmon. Me pergunto sobre o Spooky Mormon Hell Dream – “We all had the spooky hell dream, people!”.
Mesmo?
O musical estreou na Broadway em 2011, e esse ano
ganhou sua versão no West End. Eu ainda sou profundamente apegado ao elenco
original, já que foi com eles que vi pela primeira vez, e não consigo direito
ver outra pessoa como Elder Price que não seja o Andrew Rannells. Sério.
Escrito (livro e músicas) por Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone, é um
ótimo e divertidíssimo musical, repleto de bons momentos, músicas espetaculares
(tenho que admitir que amo todas elas. Todas!) e uma história interessante… fãs
de Broadway e teatro, vocês precisam conhecer isso! Até mais…
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