Oz: Mágico e Poderoso
Apaixonado. Encantado. Fascinado.
Oz encontra o País das Maravilhas. Gregory Maguire
se interessa por Oscar.
O Mágico de
Oz é uma de minhas histórias favoritas da infância. Não me lembro ao certo
da primeira vez em que assisti, mas era tão novo que só me lembro da sensação…
e de pequenos trechos de uma animação simples mas encantadora que me marcou
para o resto da vida. Provavelmente foi o que fez com que eu me apaixonasse
tanto pela inteligência de Gregory Maguire ao criar Wicked, sua versão para O
Mágico de Oz, contado pelo ponto de vista da Bruxa Má do Oeste, lá chamada
de Elphaba.
Já em Oz:
Mágico e Poderoso, acompanhamos a história de Oscar. Um não muito honesto
ilusionista de circo que é levado para a Terra encantada de Oz quando é pego,
em seu balão, por um furacão. Chegando lá, seus truques e seu nome despertam o
interesse de todos, fascinados pelo fato de a profecia estar se cumprindo – e
ele acaba envolvido na grande guerra para salvar a Terra das mãos das Bruxas
Más, ainda não conhecidas por seus codinomes baseados em uma bússola. E é tudo
simplesmente encantador. E inteligente. Porque as peças se encaixam lindamente.
Eu devo começar falando da sequência de abertura
do longa, que é habilmente pensada e construída. Colocando Oscar (chamado de Oz
por todos) como um ilusionista comum de circo, vivendo sua vida ambiciosa. Aqui
fica muito clara a sua personalidade, e a construção do personagem que
acompanharemos é muito clara e eficaz. Em poucos minutos, o filme consegue nos
passar tudo o que quer, com aquela paleta monocromática que é tão interessante,
e tão contrastante com tudo o que veremos até o final do filme. O conceito é
muito bem utilizado.
Então o furacão o pega no balão quando tentava
fugir do circo, e o conduz diretamente à misteriosa Terra de Oz, onde a
abundância de cores é ao mesmo tempo reconfortante e assustadora. É um impacto
muito grande ver tudo aquilo. É o momento em que eu me senti vendo Alice no País das Maravilhas. Mas
combinou com a história, e é impossível não se encantar com tanta beleza junta
– tanta beleza que nos acompanha por todo o filme. Parabéns à fotografia.
Mas como Wicked
nos contou a versão da Bruxa Má do Oeste da história, Oz: Mágico e Poderoso se propõe a contar a história do ponto de
vista de Oscar, o Mágico – e também volta bastante no tempo desde muitos anos
antes de a Dorothy aparecer por lá. Uma coisa que me pareceu super interessante
e nunca tinha me passado pela cabeça, é o absurdo da transição de Oz de um
mundo a outro – me passou a impressão de que Oz estava morrendo. Porque o
furacão foi violento, conceitualmente muito bem construído, e um pedido de
socorro aos céus é feito em paralelo à destruição do balão e a calmaria tão
deliciosa de ver. Até que ele chegue à Terra de Oz. Com o balão sem os estragos
mostrados tão claramente durante a tempestade.
Coincidência?
Enfim, esse não é o caso. O filme é maravilhoso e
eu amei ver como eles colocaram tantas coisas claras juntas que me deixaram tão
encantado. Foi simplesmente perfeito. Porque eles contaram uma história
diferente, mas que não contradiz e não foge à história original – praticamente
é um prelúdio, e o clima de Mágico de Oz
é inegável! A visão da Estrada de Tijolos Amarelos fez meu coração saltar. Bem
como a primeira visão da Cidade das Esmeraldas… mal podia esperar pelo momento
em que finalmente passaríamos por aqueles portões.
Mas da mesma maneira que isso tudo é utilizado,
também temos os Munchkins tão fofos (o momento em que Glinda os apresenta e
eles começam a cantar eu ri tanto que não consigo nem expressar em palavras),
temos Finley representando os macacos voadores (e que coisa mais fofa que ele
ficou!), temos referências à ferro/lata (o homem de lata) e a espantalhos,
temos a Bolha de Glinda… e melhor do que qualquer uma dessas coisas: temos Oz
defendendo Finley de um Leão e o amedrontando – para mim é inegável que aquele
mais tarde se tornará o Leão Covarde.
O filme se constrói de maneira muito inteligente.
Ele te prende do começo ao fim, e dá um aperto no coração ter que deixar a sala
de cinema. Tem todos os momentos divertidos (eu ri muito vendo o filme), também
tem os momentos emocionantes e aqueles momentos sérios de suspense
indispensável e de coisas horríveis acontecendo que partem nossos corações.
Achei fascinante a maneira como nos apresentaram as diversas bruxas da Terra,
especialmente a Bruxa Má do Oeste. Não vou comentar muito sobre ela, porque
para mim foi uma verdadeira surpresa. Espero que seja para vocês também.
A menina na cadeira de rodas? Nessarose?
Tudo caminha para um clímax de tirar o fôlego
entre as maiores bruxas de Oz e o Grande Mágico, e ele mostra de fato toda sua
astúcia. Ele não era o mágico todo poderoso como o povo esperava, mas ele
demonstrou ser um ótimo líder sabendo atingir seus objetivos com nada além de
sua inquestionável inteligência. E a maneira como o roteiro nos explicou a tão
clássica cabeça suspensa me deixou profundamente emocionado. Foi muito
inteligente, muito interessante! Assim, não teve como não gostar do personagem
de Oz, ainda mais de suas cenas com Finley… ou a fofa da Joey King.
Os personagens estão ótimos e bem construídos.
Saímos do cinema mais ou menos apaixonados por todos. Acho que os atores foram
profundamente capazes de construir personagens convincentes e carismáticos, com
um apelo que funciona ao público. Todos parecem reais, condizentes com o que já
pensávamos sobre eles, mas também com identidade própria. O filme é único. Uma
perfeita homenagem, uma obra-prima de inteligência, uma grande fonte de
nostalgia, e ainda assim inovador. Todos precisam assistir a isso!
E ótima notícia a quem não sabe ainda: Oz: Mágico e Poderoso ganhará uma
sequência, já está confirmado. As informações são de que Sam Raimi não volta
para digiri-lo (o que eu temo) e que Dorothy não fará parte do filme, pois
ainda falta 20 anos até sua chegada à Terra de Oz. Perfeito. O pôster
provisório traz os sapatinhos vermelhos (profundamente influenciado por Wicked, espero que eles tenham a ver com
a menina na cadeira de rodas, que para mim ainda é Nessarose), e podemos ver,
mesmo que sutilmente, as origens dos demais personagens… Espantalho sem
Cérebro, Homem de Lata sem Coração… e quem sabe fechemos uma trilogia com a
vinda de Dorothy?
Jefferson devaneando.
Enfim. Eu aconselho veementemente o filme a todos.
Fãs ou não fãs de O Mágico de Oz. É
um grande programa a todos. Eu espero ter a oportunidade de ver o filme
novamente no cinema, mas como essa semana eu viajo e depois e trabalho sem
parar, não sei se consigo o tempo. Mas de qualquer maneira, não deixem de
conferir o filme, e então traga suas opiniões aqui para o blog! Estou
extremamente curioso para saber o que vocês acharam do filme também! No mais, só
tenho a dizer: pegue sua pipoca e aventure-se pela maravilhosa Terra de Oz…
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