(Not) On Broadway – Love Never Dies


Gostei muito mais do que eu esperava. Como as críticas em geral não eram assim tão positivas, e eu sabia que essa história entraria em conflito com coisas muito bem estabelecidas durante The Phantom of the Opera, não estava com expectativas tão altas… o que foi bom, uma vez que fui surpreendido, e me encontro encantado com a produção. Não tão grandiosa quanto a original, mas ainda assim interessante…
Como eu esperava, é visualmente belíssimo… os figurinos, e principalmente os cenários. É tudo muito grandioso, muito detalhado… o clima dessa ópera é muito mais sombrio e melancólico do que da outra vez (muitas vezes me senti como se estivesse dormindo, envolto em neblina – pesadelos, imaginação), e a iluminação brinca com isso o tempo todo com perfeição. Tudo muito grande, muito ágil, muito perfeito – cada centímetro imaginado e colocado com cuidado.
Musicalmente, está ótimo, embora não seja tão impactante quanto Phantom. Me surpreendi prazerosamente com algumas canções (e a presença de Gustave proporciona certa leveza e inocência ao musical – ele quebra um pouco o clima melancólico, ao mesmo tempo em que é afetado por ele; peça essencial para a história, Gustave parece uma criança perdida, extremamente talentosa, mas que não devia estar ali vivendo aquelas coisas). Mas no geral, as músicas não são tão marcantes, com uma ou outra exceção.
O problema de Love Never Dies se encontra na história. Toda a história da peça parte de uma premissa totalmente contrária ao que vemos no final de The Phantom of the Opera. Nessa história que se passa “10 anos depois” da primeira (porque por alguma razão essa é em 1907 e a original era em 1881), o Fantasma dá um jeito de levar Christine Daaé para se apresentar no Phantasma, para que possa ouvi-la cantar mais uma vez. E lá aparece ela, exatamente a mesma de Phantom, agora com marido (Raoul) e filho (Gustave)…
É aqui que começam nossos problemas; não quero estragar a surpresa para ninguém que goste de Phantom e não tenha assistido Love Never Dies, mas algumas revelações são surpreendentes, mas profundamente inviáveis partindo do ponto de vista anterior e de tudo o quanto conhecíamos… outros problemas encontram-se nos personagens, drasticamente alterados – como a personalidade de Meg, totalmente diferente, mal parecendo a mesma personagem.
E o final é chocante…
Love Never Dies é um musical com música de Andrew Lloyd Webber, letras de Glenn Slater e Charles Hart e livro de Lloyd Webber, Slater e Ben Elton. Uma sequência para The Phantom of the Opera, embora Webber já tenha chegado a dizer que não se tratava de uma… voltando atrás, ele diz que é uma sequência, mas que quer pensar em Love Never Dies como algo independente – ou seja, você não precisa ver The Phantom of the Opera para entender essa nova produção. Não mesmo, afinal as coisas mudam tanto…
Lloyd Webber começou a trabalhar no musical em 1990, mas só começou a escrever as músicas de verdade em 2007. A peça estreou no West End em 09 de Março de 2010, e as críticas foram bastante divididas, por conta de alguns temas já tratados nessa postagem. A produção era para ter estreado na Broadway simultaneamente, o que não aconteceu… adiado por tempo indeterminado, agora que a produção em Londres já fechou, não se tem muita esperança de que a peça vá estrear na Broadway um dia (taí o motivo do título!).
Mas embora todos os seus problemas, e mesmo não sendo tão grandioso quanto The Phantom of the Opera, Love Never Dies vale a pena. É só você saber assistir e saber aceitar – eu amo tanto Phantom que estava disposto a rever nem que fosse um pouco desses personagens, e ver algo novo nesse estilo, afinal esse tipo de ópera não é fácil de encontrar atualmente… então sim, vale a pena, mas talvez seja melhor não o avaliar como uma sequência, mas como uma produção independente… como foi pensado para ser. Porque Phantom é um padrão bastante alto, e Love tem uma produção grandiosa e detalhada que merece ser apreciada… não é difícil de assistir, uma vez que o DVD com a peça foi lançado… então para todos que viram e gostam de Phantom, aconselho essa nova produção… depois me contem o que acharam! Até mais…

Curta nossa Página no Facebook: Parada Temporal


Comentários