Continuum 2x09 – Seconds
O nascimento de Theseus.
O episódio foi inteiramente centrado em Julian,
depois que ele deixa a prisão. Algumas mudanças estão acontecendo para Carlos e
Kiera no lugar de trabalho, e o episódio foi realmente interessante com essa
abordagem diferenciada de um futuro que não é 2077, e um destino que não é nem
o de Kiera nem o de Alec. E acompanhar Julian/Theseus foi a melhor coisa dessa
semana – deveríamos ter mais episódios centrados nele em Continuum, e acredito que teremos, com o personagem cuidadosamente
conquistando seu lugar entre os personagens principais.
E mais uma vez, presenciamos um daqueles momentos
em que torcemos pelos anti-heróis. Porque os protagonistas de Continuum, e eu coloco Kiera em destaque
nesse momento, nunca sabem o que estão fazendo ou como o fazer. Como torci
tanto para a Liber8 na primeira temporada, hoje também foi a vez de torcer por
Julian – e contra a Kiera que parece tão alienada que acredita em tudo pregado
por uma sociedade dominada pelas Corporações; Kiera é isso, fruto de uma
alienação grandiosa, e acredita defender o que está certo, quando na verdade só
defende o que é a sua verdade – que nem sempre parece ser a mais correta.
Kiera precisa entender.
Talvez ela esteja errada. E eu acho que esteja.
Eu amei essa possibilidade de ela ter criado o “monstro”.
Foi o que eu comentei o tempo todo no episódio, angustiado e com raiva pela
maneira como os “mocinhos” estavam tratando Julian. Não me admirava que ele se
transformasse no que ela tanto dizia depois de ter sido tratado daquela maneira
e ter que implorar pela vida. A cena na floresta foi bastante forte e emotiva,
e eu gostei bastante de Carlos, finalmente fazendo algo útil. E não tem nada
melhor do que ouvir Kiera se questionando: “What
if I’m the one who creates the monster?”. Parabéns, pequeno gênio idiota. Você
conseguiu.
Mas ao mesmo tempo, podíamos acompanhar
atrocidades de 2035, que não eram resultado das ações de Julian, mas de quem? Claro,
de Alec! As pessoas parecem se esquecer de que no futuro, ele é o grande vilão
dessa série! E também temos uma confusa e surpreendente cena final “explicando”
as acusações de Kiera, cena essa que me deixou pensando: o problema em Continuum é a comunicação. Todo mundo
age de maneira muito impetuosa sem possuir todas as informações, sem realmente
saber ou entender o que está por trás de tudo. Foi assim a primeira temporada
toda, continua sendo assim… anseio pelo momento em que Kiera publicamente
quebrará a cara.
Mesmo.
Se foi o episódio de odiar Kiera com todas as
forças, foi o episódio de idolatrar Alec. Não que todos não sejam. Mas eu amo
esse jeito fofo que ele carrega, essa bondade inata (que desaparece), e a sua
relação com a mãe e com Julian é muito bonita de assistir. Bom vê-lo ajudando o
irmão, ligando desesperado atrás de Carlos pedindo ajuda, afinal Julain está
sendo torturado… mas também, essa foi basicamente sua participação, sem Kellog
ou Emily para incrementar sua história… e nenhum dos dois interessava mesmo
essa semana. Era a hora de Julian!
Felizmente, Continuum
já foi renovada para uma terceira temporada. Podemos comemorar! Embora eu ainda
ache que os fundamentos da viagem no tempo não tenham sido explorados e é algo
que eu preciso ver para entender qual é o rumo que a série pode tomar, Continuum continua nos apresentando uma
complexa e bem amarrada história protagonizada por pessoas confusas – e é o
melhor que há nela; afinal não há tanto estereótipo, podemos amar um personagem
em um episódio e odiá-lo no seguinte; essa pluralidade da personalidade humana tão
bem representada realmente me prende. Ninguém é inteiramente bom ou mau. Continuum deixa isso muito claro… até
mais!
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