Lançamento de “Deathly Hallows”
21 de Julho
de 2007.
Há seis anos, o acontecimento da década para todos
os fãs de Harry Potter acontecia – o último livro da saga era lançado
mundialmente na língua inglesa. Lembro-me muito bem do dia em que o livro foi
lançado no Brasil, e eu (que ainda não dirigia) fiz meu pai acordar super cedo
para ficarmos na porta da livraria. A livraria estava fechada ainda, mas pelo
vidro podia ver pilhas e pilhas de Relíquias
da Morte, apenas esperando que eu entrasse e fosse a primeira pessoa na
cidade a ter o livro… e então ir dali correndo para casa (figurativamente,
estava num carro) para ler o livro. Uma sensação maravilhosa, que infelizmente
eu nunca terei novamente, não naquelas proporções…
Era um acontecimento e tanto. Harry Potter agora
tinha 17 anos, e já tinham se passado 10 anos desde que o primeiro livro fora
publicado – aqueles dez anos que significaram tanto na vida de tanta gente, e é
interessante pensar em nós mesmos em 1997 quando Pedra saiu e em 2007 quando Relíquias
saiu. Harry não possui mais ninguém além de Rony e Hermione, e com a morte
de Dumbledore e a Queda do Ministério, ele percebe que precisará sair em busca
das últimas Horcruxes de Voldemort para destruí-las, para só então ele
tornar-se mortal e poder ser enfrentado… dessa maneira, ele não tem tempo para
retornar para Hogwarts, com coisas mais importantes acontecendo, e esse é o
livro mais diferente da saga, que nos apresenta uma infinidade de cenários
diferentes, enquanto o trio busca pelo mundo todo as Horcruxes do Lorde das
Trevas.
Os dois
homens se materializaram inesperadamente, a poucos metros de distância, na
estreita ruazinha iluminada pelo luar. Por um momento eles ficaram imóveis, as
varinhas apontadas para o peito um do outro; então, reconhecendo-se, guardaram
a varinha sob a capa e começaram a andar apressados na mesma direção.
Harry
Potter e as Relíquias da Morte, J.K. Rowling
Capítulo
1 – A ascensão do Lorde das Trevas, p. 9
O livro é muito denso, e as coisas acontecem
depressa. Lembro-me de que cada virar de página era uma emoção nova. Porque a
cada capítulo Rowling podia mudar a história assombrosamente, colocando os
protagonistas em situações distintas, e mesmo questionando os seus próprios
princípios, quando as circunstâncias os impelem até mesmo a usar duas das três
Maldições Imperdoáveis… mas o Ministério teria muitos mais motivos para
prendê-los do que esse: como se infiltrar no Ministério para roubar o Medalhão,
ou assaltar o Gringotts para roubar a Taça…
Foi o livro mais maduro da série.
Surpreendentemente não foi o mais sombrio, a meu ver, mas foi o mais triste. A
morte era uma constante, e durante toda a trama tivemos que dar adeus a
personagens queridos – e todos sabem que as que mais me fizeram sofrer foram
Dobby, Snape e Fred. Era bastante melancólico ver Harry, Rony e Hermione andando
sozinhos por aí, acampando, passando frio, se escondendo, ouvindo depressivos
programas de rádio com nomes de vítimas dos Comensais – foi a oportunidade que
cada um deles teve de crescer, amadurecer, e [se possível] se aproximarem mais.
Também foram atormentados pela alma de Voldemort presa no medalhão, o que
causou a maior briga que Rony e Harry já tiveram (eu amo ler aquela cena, mesmo
que a ache bastante forte e lágrimas se formem depressa), fez Hermione sofrer
por tanto tempo, mas também aproximou Harry de Hermione…
Foi uma grande busca. Buscando Horcruxes quase sem
nenhum tipo de pista, ainda com os misteriosos “presentes” deixados por
Dumbledore, muito do passado foi desmistificado, Dumbledore deixou de ser o
bruxo perfeito, Snape deixou de ser o vilão – e o trio fez o que fosse preciso
para atingir seus objetivos. Pistas os levaram a Xenofílio, o pai de Luna, que
foi quem os explicou a história das Relíquias
da Morte, Olivaras esteve de volta para uma participação importante, e eles
foram cruelmente torturados na Mansão Malfoy… até que tudo os conduzisse
novamente para Hogwarts, onde a grande Batalha Final se estabeleceu, com muita
destruição, provocação, e a Varinha das Varinhas fazendo seu trabalho belíssimo
em uma morte que foi ótima de ler… pesada, e mesmo sendo a morte de Voldemort,
não era possível vibrar… nossos olhos apenas se esbugalhavam e sofríamos…
E depois sofríamos muito mais lendo o epílogo.
Não foi o fim de uma era. Não foi o fim de uma era
porque os fãs de Harry Potter decidiram não dizer adeus. Harry Potter, durante
tantos anos, nos ensinou demais – crescemos com isso, e grande parte do que
somos se constituiu graças a essas leituras e seus ensinamentos. Foi só o
começo, a oportunidade de ler os livros todos novamente, reviver as aventuras,
avaliar tudo de um ponto de vista diferente dessa vez… After all this time? Always! Harry Potter cresceu conosco, nós
crescemos com ele, e é por isso que a experiência nunca acaba, e passaremos
adiante esse amor… incondicional.
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