Cirque du Soleil – Corteo


Um espetáculo belíssimo.
Muito mais do que um circo, o Cirque du Soleil é uma grande produção muito bonita que mistura circo, com teatro e música – resultado é sublime. Assistir a um espetáculo como esse é revigorante, e bastante diferente do convencional, e do que eu estou habituado por exemplo, tão apaixonado por musicais que mal deixo um teatro. Temos talentosíssimos artistas, músicas e trilha sonora impressionante, e uma história narrada de uma maneira diferente.
“Sonhei. Sonhei que tinha morrido”. O espetáculo se passa todo na imaginação de um palhaço, um sonho que ele teve a respeito de sua morte e de todo seu funeral. O clima festivo do circo, as belezas das apresentações se misturam à melancolia do caminhar fúnebre – do qual por vezes nos esquecemos, mas mais tarde nos lembramos com alguma cena, algum comentário ou mesmo com a tão intensa trilha sonora que nos comove e nos deixa realmente presos ao que está acontecendo, fazendo com que sintamos exatamente o que eles querem que sintamos.
Achei muito bonito. Essa ideia toda de colocar a morte de um palhaço e seu funeral foi inteligente, e a história de Corteo é emocionante – gosto de sermos presenteados com seus momentos de criança (“A bola é minha”) ou suas conversas com os anjos; os anjos flutuaram por quase todo o espetáculo, e eram simplesmente lindos de se olhar, apaixonantes! E o palhaço, divertido sem exageros, nos alegrou de uma maneira inovadora – com bonitas cenas aprendendo a voar, ou então o belo final no qual ele finalmente parte, voando em sua bicicleta.
O espetáculo é repleto de dificuldades, e vemos esses artistas tão talentosos desempenharem papéis fenomenais de se tirar o chapéu – superam qualquer tipo de dificuldade apresentando um show lindíssimo e preciso, com cenas marcantes. Lindo do começo ao fim, de diferentes maneiras. E apesar do número grande de artistas (são muitos MESMO), vemos o talento tão belo quando os mesmos rapazes, por exemplo, fazem a bonita cena dos colchões, a roda, as tábuas e o final nas barras, que foi uma das minhas partes favoritas.
Uma coisa que o espetáculo proporcionou, por sua história foi isso: recordações. Como o palhaço, prestes a morrer, relembra sua infância, temos cenas como as “crianças” pulando na cama ou então os meninos brincando de pular tábua – infelizmente isso não fez parte da minha infância, mas da minha mãe, que fez questão de comentar isso enquanto assistíamos. Mas a cena foi tão bem feita que eu exultei de alegria, aplaudi com entusiasmo e sorri bastante. Assim como o pequenino voando com aqueles balões ao estilo Up… ainda tínhamos o prazer de poder empurrá-lo para o alto!
LINDO!
O que eu mais gostei foi que mesmo com 19 atos, não tivemos números isolados ou independentes estando todos eles conectados pela história do funeral do palhaço. Assim, o espetáculo utiliza alguns dos números clássicos dos circos, mas para contar uma história diferente e única da qual tanto gostei…  desse modo, os cenários e figurinos todos se justificam dentro da história… os belíssimos anjos que compõe a ascensão ao céu do palhaço, ou então as roupas infantis de suas memórias, com os cenários que remetem a brincadeiras nas ruas ou então às grandes camas nas quais todas as crianças gostam de pular!
Certamente levarei para minha vida ótimas memórias do Cirque du Soleil – um bonito espetáculo e músicas realmente comoventes e intensas, várias delas cantadas pelo elenco com vozes surpreendentes. Um momento único de diversão, de relaxamento, além de um convite para que acompanhemos uma história, um motivo para reflexão… amo a maneira do Cirque du Soleil de fazer circo, inovadora. Além de que o espaço todo é muito bonito, vale muito a pena! O espetáculo ainda vai para Porto Alegre antes de deixar o Brasil, então se você tiver oportunidade… não perca.

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