On Broadway – Ghost, the Musical – I’ve always loved you. Ditto.
Ghost, the
Musical estreou em 2012 na Broadway (e em 2011 no West End) e vem, desde
então, encantando pessoas do mundo todo – a história que você já conhece sobre
o rapaz que, após morrer, não consegue seguir em frente e fica na Terra para
desvendar os mistérios de seu assassinato além de garantir a segurança da
mulher que ama, com a ajuda de uma médium
um tanto quanto charlatã… divertido e emocionante ao mesmo tempo, a história é
muito bonita e triste.
Fiquei absolutamente apaixonado, especialmente,
pela iluminação e pelos efeitos especiais. A cena do assassinato de Sam é
simplesmente perfeita – inteligente, rápida e bem construída. O assalto, a
briga, o tiro e a fuga do assaltante – mas o melhor é ver Sam correndo atrás do
ladrão sem se dar conta de que já está morto, com Molly ali atrás chorando
sobre seu corpo, gritando seu nome e clamando por ajuda. “It’s alright, he’s gone” em contraste ao fato de ele ter morrido.
Um choque terrível de descobrir que você partiu, desesperador e ao mesmo tempo
lindo…
E tudo condiz com esse momento. O áudio vai
ficando distante enquanto ele se dá conta do que está acontecendo, ele está
confuso, desesperado… o fundo com as linhas verdes de hospital. Angustiante,
inteligente e maravilhoso. A peça se utiliza de uma belíssima iluminação que
destaca Sam dos demais personagens – sua camisa branca brilhando com uma luz
ofuscante e fantasmagórica, os movimentos rápidos que nos fazem pensar que ele
não consegue tocar nas coisas, os efeitos sonoros tão cabíveis… o desespero de
sua impotência tentando alertar Molly de que ela está correndo perigo… e
aquelas projeções.
Grande parte do “cenário” se constitui de
projeções, e eu achei isso inteligentíssimo. Fosse na hora que os dois estão se
beijando, ou então as fotos do casal, ou a maravilhosa e intocável cena do
metrô, as ruas de Nova York pelas quais eles caminham, a chuva… linda com
aquele guarda-chuva de Molly. Tudo muito bonito, como eu More, que é onde vemos que isso será usado por toda a peça, e o
recurso proporciona movimento e agilidade à cena. Em conjunto, claro, à
brilhante coreografia intensa que nos apresenta Carl de maneira mais detalhada.
Ah, sim, eles ainda estão dançando com aquelas roupas sociais de banqueiros,
tudo tão bonito!
E os números Matrix?
Lembram-se da cena do metrô no filme de 1990? Bem,
aqui ficou ainda melhor, se possível. Acho que foi como as cenas foram
construídas, mas tudo ficou tão intenso e tão legal – era incrível ver o poder
desse outro fantasma, para mais tarde ele aprender com ele como mover as
coisas. E foi a cena na qual Sam descobre a identidade do assassino: Willie
Lopez; e eu amei I Can’t Breathe,
porque foi uma música bem curtinha e simples, mas profunda e intensa que
conseguiu me emocionar – transmitiu perfeitamente todo o sofrimento de Sam de
maneira pura.
“Are you ready? Yes, I’m ready”. Como eu ri com Oda Mae, do
começo ao fim. Ela é uma personagem fenomenal. Até sua entrada, com exceção do
começo romântico e fofo, a peça estava bem escura e triste, mas é ela quem
consegue aliviar a tensão, com uma cena fantástica após a outra – no começo é
bom vê-la atendendo com Sam observando, e é irônico que ela se desespere ao
escutá-lo (“Who is there? What are you?”),
mas depois os dois só têm cenas realmente incríveis juntos e nós rimos do
começo ao fim! “I won’t do no more cheating. I don’t wanna go
to hell”.
10,000
Bottles of Beer on the Wall é uma das coisas mais fofas que eu já escutei!
Me deixou tão bobo e contente. Amei Oda Mae convencendo Molly de que Sam está
falando com ela, em qualquer momento (seja brigando com os vizinhos enquanto
grita na sacada, ou então depois, falando dos brincos ou lendo a carta), e a
maneira como ela transmitia as coisas que ele falava de seu próprio jeito?
PERFEITO. “Molly. You’re in danger,
girl!” ou então o comentário sobre o “porto-riquenho”. “Is this you? Cute. Loud but cute”. E a cena do banco, se passando
por Rita Miller? Genial, simplesmente genial.
Quanto a Molly, as músicas delas são todas lindas
e emocionantes, com destaque para With
You, que me partiu o coração – tão simples e tão bela. E Three Little Words que foi o que
conduziu grande parte da história, com a dificuldade de Sam de dizer “I love you”. “Sometimes you need to
hear it Sam, I need to hear it”. E vamos combinar que foi simplesmente lindo ver isso sendo
usado para que Sam realmente provasse que era ele que estava falando com ela
através de Oda Mae? “He says he loves you” “Sam would never say
that. Leave me alone” me partiu o coração, mas o “Tell her ditto” “Ditto? What do you mean ditto?” foi lindo. “Sam?”.
“I love you, Molly. I’ve always
loved you”
“Ditto”
Outra coisa que me encantou no musical foi como
eles nunca negaram a base – tudo estava lá exatamente como deveria estar,
inclusive Unchained Melody tocando de
maneira emocionante e nostálgica… a cena do rádio foi linda, e os dois mexendo
na argila juntos, aquela clássica cena que vive na mente de todos nós, ficou
ainda muito mais bonita sendo que ele canta junto com o rádio enquanto ela
chora. Lindo, lindo, lindo. Para serem em seguida atrapalhados por Carl, mas
outras ótimas cenas. Molly com seu discurso de “I don’t wanna live anymore”, ele sem camisa dando em cima dela, a
revolta de Sam gritando “You killed me
twice!”. Que música mais linda. Life
Turns On a Dime.
No fim temos três espíritos que se vão, cada um a sua
maneira. Eu gosto de ver Sam adquirindo mais poderes com o fantasma do metrô, e
gostei muito de vê-lo lutando contra Willie, e muito mais contra Carl. Porque
foi uma cena incrível e assustadora – imaginem-se no lugar de Carl, com
“MURDERER” no computador e a pergunta “Who
is doing that?” “SAM”. E a maneira como eles não vêem uma luz para a qual
possam caminhar, a partida deles é muito mais macabra, escura e vermelha…
enquanto Sam vai para a luz, após finalmente dizer a Molly que a ama, a beijar
e a salvar… lindo demais.
Unchained
Melody pela terceira vez.
Nunca cansamos.
São várias e várias cenas que nos marcam enquanto
assistimos Ghost, the Musical, mas de
uma maneira geral: o que nos marca é a intensidade da história e a intensidade
do amor de Sam por Molly, capaz de tudo isso para mantê-la segura antes de
poder seguir em direção a luz. Músicas memoráveis, ótimos atores, efeitos
impressionantes e uma história clássica recontada de uma maneira nova e
deliciosa. Ghost, the Musical é
inovador, é divertido, é triste e é emocionante… consegue nos elevar, nos
deixar pensativos, e admirar um novo jeito de teatro. Incrível, sem mais.
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