As Aventuras de Peabody e Sherman


Fofo.
Eu amei As Aventuras de Peabody e Sherman por vários sentidos – primeiro por ser uma daquelas animações fofas, repletas de mensagens bonitas, e ser gostoso de assistir. A história trata de adoção e de discriminação, e fez isso de maneira muito precisa e bonita. Também tivemos as delícias da viagem no tempo, graças à Máquina do Tempo criada pelo Sr. Peabody, o que nos permitiu visitas a momentos importantes da história e maravilhosas discussões a respeito do continuum de espaço-tempo, buracos de minhoca e afins, nuns termos técnicos inteligentes de Peabody, que me fascinaram.
O Sr. Peabody é um cachorro fofo com uma gravata borboleta, um gênio que adotou uma criança muitos anos atrás – a parte da adoção é extremamente emocionante, com as fotos na parede e Peabody relembrando toda sua caminhada com Sherman, com direito a cena dele bebê nadando no rio no momento em que Moisés é encontrado. Tudo isso ao som da belíssima Beautiful Boy, de John Lennon. Não tinha como a cena ser menos do que perfeita. Apaixonante.
Mas o filme começa depois da adoção, quando Sherman já tem seus 7 anos, aproximadamente – e em seu primeiro dia na escola, bem inteligente e super conhecedor dos eventos históricos, sofre bullying por Penny: uma menina insuportável que não aceita ser superada por alguém na aula de História e faz questão de humilhá-lo no refeitório, em frente a todos, chamando-o de “cão”. São cenas fortes e tristes, e toda a discussão é muito bem-feita, quando Sherman a morde e, ao ser repreendido, se defende dizendo que foi chamado de “cão”. Com o perigo de perder a custódia de Sherman, Peabody organiza um jantar.
Quase desastroso.
A partir de então o filme será uma grande aventura pelo tempo, passando de maneira divertida por vários momentos da história humana, com lições importantes. Temos o Rei Tuta no Antigo Egito, o início da Guerra de Tróia, Leonardo da Vinci pintando a Monalisa na Renascença… o filme ainda trará várias outras pessoas como George Washington e Abraham Lincoln, Albert Einstein (todo fofo mexendo no Cubo Mágico) e Sigmund Freud. Uma maneira inteligente de ensinar história de maneira interessante para crianças – como foi a base de tudo no desenho da década de 1950 e 1960 quando conhecemos o Sr. Peabody e Sherman pela primeira vez.
Vale lembrar que a época foi rica nisso, Doctor Who surgiu com o mesmo intuito.
De qualquer maneira, eu adorei todo o desenvolvimento porque além desses eventos históricos e de todo tipo de aventura (além dos trocadilhos sofríveis do Peabody – “Eu não entendi”), ainda tivemos as regras básicas de viagem no tempo citadas (dentro do possível em um filme infantil), como os paradoxos e quebras do contínuo de espaço-tempo caso viajem para uma época “na qual você já exista”. A fusão dos dois Shermans e dos dois Peabodys criam uma confusão tremenda e um buraco no continuum, criando uma confusão que traz todo tipo de personalidade de todos os tempos para a Nova York atual… coisa que precisa ser resolvida com o gênio de Peabody e Sherman.
É uma aventura deliciosa, meio que para todos os públicos. Eu posso ver todo tipo de pessoas se divertindo com elementos diferentes da história. Pessoas que viram o desenho na infância matando saudades; crianças se divertindo com os gráficos e piadinhas simples; adultos apaixonados por história amando a representação; ou adultos que apenas curtem a história inocente e fofa; e nerds que apreciam e entendem tudo o que Peabody fala ao longo do filme. É uma diversão completa e apaixonante! Eu realmente espero que o filme seja um grande sucesso e que isso lhe garanta uma sequência… porque eu quero muito voltar!

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