Glee 5x11 – City of Angels

Depois que a série voltou de seu longo hiatus, esse foi o único episódio que eu consegui de fato aproveitar, com algumas ressalvas, evidentemente. Mas foi um episódio que me deixou triste por ver todo um conceito que tentaram construir ao longo de mais de 4 anos sendo ridiculamente menosprezado e deixado de lado. A série passará por uma nova transformação, e eu não consigo ver como isso pode vir a ser um sucesso, e eu já estou quase na fase de desejar que não o seja. Novamente músicas interessantes, mas uma falta de coerência no roteiro.

Chegamos às Nacionais, em Los Angeles, e até tivemos uma ótima música ao estilo segunda temporada que eu adorei. Uma nova homenagem a Finn, parece-me que foi a última. Mas correndo o risco de ser insensível, eu preciso comentar isso: o Finn não era tudo isso, e eles NUNCA ganharam por causa dele. As pessoas vão gostar e vão pagar pau porque foi uma homenagem belíssima e emocionante ao Finn e tudo o mais – não vou dizer que não foi, mas foi necessário? Esse discurso dos “pais”? Ai gente, por favor, né? Mas eu estou aprendendo a não me importar, apenas ver.

Flashbacks lindos em “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”

Wow! Ryder está andando sozinho pelo corredor. Como assim? Bateu na porta! Minha gente, o que está acontecendo? Mostraram Marley do lado de dentro e… a coisa mais chocante do episódio, preparem-se: ELE FALOU! Sim, minha gente, os menosprezados personagens secundários falaram. Eu amo os personagens novos, e cenas como essas provam como Ryder e Marley podem ser fofos, e então eles dão um fim brusco ao glee club. Sério que, depois de todo esse tempo, mais de 4 anos vendo os dramas dos losers e lutando por seu respeito, o glee club perde, fecha e fica por isso mesmo? Nunca mais ouviremos falar deles? Que precariedade de roteiro.

Os personagens que tinham tanto potencial foram simplesmente esquecidos, e agora ganharam um final prematuro escrito às pressas e de qualquer jeito. Ninguém sabe o que vai ser de Jake, de Ryder, de Marley, de Unique… o que será de Unique naquela escola sem o New Directions? O que será de Marley, uma menina cheia de problemas, inclusive de saúde, que aprendeu a ser feliz e gostar de quem ela era nesse grupo? E Jake, que se tornou uma pessoa tão melhor, dentro do possível, após conhecê-los? Kitty… é difícil ver que o roteiro simplesmente não se importa com eles, os exclui sem aviso prévio, termina suas histórias sem explicações.

E fica por isso mesmo.

E virou uma comédia forçada. Agora vou começar a olhar para Glee com os mesmos olhos e a mesma crítica que eu olhava para How I met your mother. Claro, não posso negar que não tenha rido, e ri mesmo, com a Mercedes entrando no recinto, toda famosa – mas a maneira como isso aconteceu? Só possível em HIMYM. Ou Glee, que descobri que é a mesma coisa.

Sam virou o líder do New Directions, assim do nada. E embora eles tenham feito uma bonita apresentação, eles não foram melhores do que o Throat Explosion, por exemplo, nem os melhores que eles podem ser. Foram muito bons, sem dúvida, amei a cena de suas apresentações, e eles recorreram à emoção de uma homenagem a Finn – que é repleta de significado para os personagens e para nós, mas não tinha importância nenhuma para nenhum dos juízes, e portanto não era justo que eles ganhassem. Realmente não ganharam, ficaram em segundo lugar.

O que me irritou também. Não por eles terem ficado em segundo, porque o Throat Explosion fez uma apresentação digna de primeiro lugar… Mr. Roboto / Counting Stars foi a coisa mais diferente que a série já fez até aqui. Aquelas vozes, aquela “troca” de roupas de uma música para outra, eu fiquei chocado e de boca aberta, totalmente contente. Não é por isso que eu me irrito – me irrito pelas caras tristes de perdedores, pelos discursos que mostram que esses quatro anos de ensinamento não valeram de nada. Ainda que, antes do fim, Artie lembrou de quando Finn e Rachel se beijaram e eles ficaram em 12º. Se em uma competição Nacional você termina em 2º, quer dizer que só há um melhor que você no país…

Isso é assim tão ruim?

Lembro-me da felicidade do Vocal Adrenaline com o 2º lugar na 3ª temporada.

E eu sei que muitas pessoas virão reclamando que eles não tinham mais o Finn, que eles não tinham mais a Rachel no New Directions e que portanto eles não podiam ganhar. Mas quando foi que o New Directions fez uma apresentação melhor que essa do Throat Explosion? Talvez devamos parar de culpar “a ausência de certo personagem”, eles simplesmente não mereceram e pronto. Me emocionei com o Sam chorando abraçando o Mr. Schuester, com o Kurt contando a novidade às meninas, com a Sue realmente parecendo triste com o fim do glee club (“And I do like you, William. That’s why I’m so mean to you”), mas de mãos atadas.

O New Directions acabou. O elenco “importante” vai para Nova York enquanto os novatos mal-aceitos são excluídos por uma escapatória brusca e vergonhosa. É isso, parece mais o fim de Glee. Até com medo de ver daqui para frente. Glee, depois de 4 anos de discussão sobre os underdogs, sobre a importância de ser você mesmo, ensinando as pessoas a se aceitarem, fracassou em sua idéia – eles foram fracassados, provaram que não há esperança. Eles deixaram morrer aquela vida que deram a todos os losers. Parabéns, roteiristas, vocês acabaram com a série e com a esperança de muita gente!

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P.S.: Finn só foi técnico deles um tempo porque não tinha uma história melhor pra ele.

P.P.S.: Não teremos mais cenas dessa delícia do Jake sem camisa, com o abdômen definido e esses mamilos escuros? Ok, vou me controlar.