Resurrection 1x02 – Unearth
A série segue seu ritmo calmo e delicioso que eu
tanto gostei de acompanhar na semana passada – com uma trilha sonora profunda e
um visual bastante claro, a série assume um tom muito mais filosófico do que
qualquer outra coisa. Então notamos que as coisas tendem a caminhar com
diálogos comedidos, e uma série de perguntas sem respostas que são o guia:
queremos saber o que está acontecendo, por que está acontecendo e,
principalmente, como está acontecendo.
Jacob está de volta dos mortos, 32 anos depois do
acidente que matou ele e sua tia. Mas ninguém na cidade além de seus pais
parecem verdadeiramente prontos para aceitá-lo de volta. Um monte de pessoas
preconceituosas e nem um pouco sutis deixam o campo quando Jacob entra para
jogar – o que antagoniza a cena com Tom Hale, seu melhor amigo de infância,
tornando essa segunda ainda mais bonita e emocionante. Ver Tom na casa, ajudar
com o videogame, aquela terna conversa sobre a professora de tanto tempo atrás…
os dois brincando juntos foi tão verdadeiro e tão bonito que eu me emocionei de
verdade. Os olhos da mãe ao ver aquilo…
Mas é claro que a história não vai ficar por isso
mesmo. Jacob voltou dos mortos depois de 32 anos, e alguma explicação precisa
ser dada quanto a isso – afinal as pessoas têm dificuldade em aceitar aquilo
que não entendem. É assim que surge uma tentativa desesperada da ciência em
busca de informações mais “críveis”, e o último recurso é um novo teste de DNA.
Não agora de Jacob com os seus pais, mas sim desse Jacob ressuscitado com
aquele que deve estar enterrado no cemitério, de tantos anos antes. Depois de
uma longa luta para conseguir abrir aquele túmulo, a série optou por nos deixar
curiosos e apreensivos, mostrando as caras de espanto, mas não nos mostrando o
que está ali dentro.
Se é que tem alguma coisa ali.
Lembram-se que Caleb Richards retornou no fim do
episódio passado? Eu achei isso uma jogada inteligentíssima – muito mais
interessante do que Jacob, o personagem é ainda mais envolto em mistério. Ele é
um novo pai, usando a sua segunda chance para tentar estar mais presente; o que
gera duas reações bastante distintas: a da filha que aprova e que quer que
continue assim, e do filho que não acredita nessa pessoa à sua frente, como se
não fosse de verdade o seu pai. E é difícil realmente entender o que é que está
acontecendo com ele e quem é ele. Como eu temi o Jacob rapidamente no Piloto, o mesmo aconteceu aqui.
Mas Caleb teve mais desenvolvimento, e de uma
maneira diferente. Não sabemos exatamente quem ele é, e só sabemos que ele
sofreu um infarto algum tempo atrás (faz menos tempo do que Jacob), do qual não
se lembra. E mesmo tendo sido cremado (embora haja a dúvida de que eles possam,
quem sabe, ter cremado o corpo errado) ele está de volta, como sempre esteve.
Mas seus mistérios são mais interessantes e tenebrosos por causa de duas cenas:
a primeira quando ele encontra Jacob no campinho e pede que ele minta; e a
segunda quando ele invade a casa aparentemente em busca de vingança no
encerramento do episódio.
Que macabro!
E o “She
found us” do cara que estava no acidente de Jacob 32 anos atrás? A série
tem duas propostas básicas. Aquela já divulgada há muito tempo que é o
questionamento sobre a nossa maneira de agir caso alguém que amamos e que
morreu há muito tempo retornasse sem o menor aviso. É uma filosofia pura que
nos leva a dúvidas e pensamentos bem introspectivos. E o segundo são essas
dúvidas que parecem guiar a maioria das ´series, pelo menos a maioria das
minhas preferidas, com essas deliciosas dúvidas e dicas que são implantadas
constantemente, nos obrigando a pensar e nos deixando curiosos pela sequência.
A série começa muito bem!
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