Vale o Piloto? – Believe 1x01
Quando Believe
foi anunciada como uma produção de J.J. Abrams com Alfonso Cuarón, muitos já
acreditavam que não tinha como essa combinação não dar certo – agora, acho que
o Oscar de Melhor Diretor veio em uma ótima hora para Cuarón, o que deve dar ainda
mais visibilidade para a série e garanti-la entre as boas audiências da
mid-season, garantindo assim uma segunda temporada. Mas como ainda é cedo
demais para essas especulações, vamos avaliar esse contagiante Piloto de Believe: foi isso, contagiante. Amei a química dos protagonistas,
adorei a Bo.
Na série, Bo é uma menina de 10 anos que sempre
apresentou alguns poderes como de levitação, telecinese, controle da natureza e
vidência – depois de anos sendo protegida por pessoas distintas, agora seus
poderes estão ficando mais fortes e ela precisa de uma nova pessoa: Tate, que
está indo para sua execução, após ser acusado injustamente de dois homicídios.
Mal sabe ele que não é uma simples missão de resgate da garotinha, mas os True Believers realmente querem que ele
fique com a guarda dela e a proteja, a crie. Claro que há as explicações
plausíveis de porquê ele foi escolhido, apresentadas no fim do episódio.
Que não vem ao caso.
É um Piloto,
tudo pode mudar!
A série tem um senso de humor fascinante, muito
similar ao que acompanhamos em Person of
Interest. Ok, talvez um pouco mais evidente, mas não tanto – é aquele humor
sutil escondido em frases e em pequenos momentos bem interpretados como o “Thank you” de Bo, depois de quase
destruir aquele hospital. Ou o “Nice to
meet you too” de Tate quando ele é retirado do esgoto e ganha um “banho”. Não
que isso realmente adiante alguma coisa, afinal Bo vai passar o episódio
inteiro dizendo para ele “You stink”,
foi a primeira coisa que ela disse quando eles se conheceram.
Bo está sendo fortemente caçada, mas parece que
seus perseguidores ganharão ótimos plots
também, e aguardamos ansiosamente por isso – vide o telefonema do fim do
episódio. Com ótimas cenas de ação, e uma mulher que realmente sabe lutar, os poderes de Bo se manifestam com mais
força, falando insistentemente sobre Senga para o médico, Terry. Ou então aquela
cena em que ela controla os pássaros para ajudar Tate a fugir (Charlotte, is that you?)… ou ainda aquele
belíssimo momento na casa de Terry em que ela transmite a ele todos os
pensamentos e sentimentos do pai, que foi um momento bastante emocionante e
bonito!
Incrível essa empatia dela.
“You’re
mean. And you’re being stupid. And you have anger
problems”
Concentremo-nos em Bo e Tate para os próximos
episódios – a série deve aos poucos fazer-nos entender com bastante clareza
quem serão os personagens secundários nos quais deveremos prestar atenção, mas
com essa mudança constante de cidade em cidade para manter-se seguros deve dar
uma ótima variada, e deixar tudo meio centrado na dupla. Ainda bem que eles
ficam tão bem juntos em cena! Ela irritante (num bom sentido) e topetuda, ele
bastante irônico – já conseguimos ver o porquê de uma parceria entre os dois
poder dar certo. “He’s mean. And he
stinks”
Foi um episódio todo fofo e muito bem construído.
Bem construído por apresentar elementos a serem retomados que ainda não parecem
fazer tanto sentido por enquanto. Pela ótima idéia de colocar Agnes, uma
paciente cantora na vida de Terry e aquele espelho no qual se lê Senga. Além da
capacidade do roteiro de humanizar, ou prometer humanizar, os dois lados e as
duas organizações – e eu não estou disposto a acreditar em nenhum lado que
queira protegê-la, apenas em Tate. E acredito que o roteiro ainda vá brincar
muito conosco sobre quem é vilão ou não. Gente, é Abrams e Cuarón juntos, o que
vocês esperam? Muito, muito bom, aguardando os próximos…
Comentários
Postar um comentário