Vale o Piloto? – Cosmos: A Space-Time Odyssey 1x01 – Standing Up in the Milky Way
Uma das MELHORES experiências da minha vida.
Devo agradecer imensamente um colega meu de
faculdade, que conhecedor de meus gostos, me recomendou essa série – Cosmos: A Space-Time Odyssey, aclamada
pela crítica, é uma experiência única! Parecido com um documentário muito bem
elaborado, ela traz assuntos da ciência de maneira absurdamente curiosos e que
nos fazem prestar atenção e adorar toda e qualquer parte – inteligentes
associações, efeitos especiais admiráveis e uma trilha sonora emocionante. Além
de um ótimo trabalho de Neil deGrasse Tyson. Não queria parar de assistir nunca
mais.
Esse primeiro episódio já nos deixou completamente
encantados – sua proposta foi apresentar onde e
quando nos localizamos no Cosmos. Mas além de todas as informações,
sobre as quais comentarei daqui a pouco, a parte técnica é admirável. As coisas
mudam depressa, temos gráficos belíssimos, efeitos especiais dignos de grandes
filmes e trechos em animação para a contagem de histórias como as de Copérnico
ou Galileu Galilei. Tudo tão moderno, tão revolucionário que chega a ser
surpreendente. Além de nos levar a reflexões através de maneira inovadoras de
contar as coisas.
Porque não há como não se sentir pequeno. Mas
pequeno parece um tremendo eufemismo. Assistir a Standing Up in the Milky Way é se dar conta quase de como não
existimos dentro dessa imensidão que é o Universo, esse espaço infinito com
tantos mistérios que certamente nunca conheceremos. Não todos, de jeito algum.
E eu adoro ciência, e eu amo falar sobre astronomia, evolução ou esse tipo de
tema. Cosmos: A Space-Time Odyssey é
justamente a minha cara, o tipo de coisa que me deixa extasiado, com os olhos
brilhando, pulando na cadeira, uma emoção incrível.
Fascinante.
Começamos o episódio com o Planeta Terra, como ele
é hoje, como ele foi no passado e como ele pode vir a ser no futuro (eu adorei
essa projeção!), começando a partir dele o nosso Endereço Cósmico. Conhecemos rapidamente e belissimamente o Sistema
Solar, com direito a visões incríveis e perfeitamente bem construídas das
nuvens amarelas de Vênus, por exemplo, e a Mancha Vermelha de Júpiter, um
eterno e agressivo furacão. E a visão se expande para a Via Láctea, o Grupo
Local, Virgo Supercluster e o Universo Observável, nos fazendo ponderar sobre
quem somos nós e quão minúsculos somos nessa imensidão toda do “desconhecido”
Universo.
Impressionante.
Gostei particularmente de quando Neil comenta algo
como: “A maioria desses mundos são muito
diferentes da Terra, e inóspitos para o tipo de vida que conhecemos. Mas o que
sabemos sobre a vida? Só conhecemos um tipo de vida: o da Terra”. Achei
bastante inovador que eles levantassem essas dúvidas de maneiras tão assertivas
nesse episódio, questionando a imensidão do Universo, e a quantidade infinita
de mundos conhecidos ou não, sem sabermos que tipo de vida pode estar por ali –
e para mim faz todo o sentido. Não é justo julgar a vida (ou não-vida) fora da
Terra com base em nossos moldes; é justamente isso: nós somos um tipo de vida,
não significa que não exista uma infinidade de outros.
Depois desse passeio pelo Universo, retornamos à
Terra para um pouco de história sobre como a visão do Universo mudou na
humanidade ao longo dos anos. Começamos com Copérnico, no século XVI e seus
questionamentos de que a Terra não era o centro do universo. E então conhecemos
a história de Giordano Bruno (até então desconhecida por mim) e como ele pregou
um Criador infinito com uma Criação Infinita, mas como foi considerado infiel e
herege em seu tempo, 8 anos preso por isso mas irredutível em suas crenças, e
morto por isso por fim. E embora ele não fosse um cientista e suas visões
fossem apenas palpites, ele incentivou gerações a pesquisarem sobre o tema, nem
que fosse para provar que ele estava errado. E de certo modo ele originou
tantas pesquisas que responderam tantas questões.
Até Galileu Galilei.
E quanto mudou desde então.
Por fim, o Calendário
Cósmico, que me pareceu uma das idéias mais inteligentes do episódio.
Incrível como a evolução do Universo como o conhecemos foi apresentada de um
modo diferente a tudo o quanto já vimos – na forma de um único ano. Desde o Big
Bang até os dias atuais, tudo convertido em apenas um ano, nos quais cada mês
equivale a aproximadamente (um pouco mais de) 1 bilhão de anos, e cada dia a
mais ou menos 400 milhões de anos. O gráfico é lindo, o efeito 3D também, e já
estava fascinante demais de se ver. Todos aqueles efeitos, o Neil andando por
ali e explicando, e falando, e mostrando… tanto efeito belíssimo que mal dá
para me expressar!
Mas fica ainda mais interessante por ser muito
didático e simples entender tudo na forma de um ano. Nosso Sol nascendo apenas
no dia 31 de Agosto, e depois a criação do planeta Terra, da Lua e o nosso
planeta se esfriando… a vida começando a surgir por aqui em 21 de Setembro,
ainda microscópica; 17 de Dezembro quando a vida sai do mar, e então notamos,
mais uma vez, o quanto somos pequenos e o quanto nossa história nesse mundo
representa tão pouco dentro de um tempo muito mais longo em que tanta coisa já
aconteceu. É incrível notar o quanto a humanidade surgiu apenas no final, muito
no final, e ainda é uma parte tão pequena dessa história.
Precisamente surgimos em 31 de Dezembro, 23 horas,
59 minutos e 46 segundos. Isso mesmo, exatamente e apenas 14 segundos
antes do fim do Ano Cósmico. A primeira flor surgiu no dia 28/12, e às 6h24 da
manhã de 30 de Dezembro os dinossauros foram extintos, enfim dando lugar ao
desenvolvimento da humanidade. Nessa proporção, nossa história toda durou
apenas 14 segundos, Jesus nasceu 3 segundos atrás, e novamente somos
confrontados com o fato de quão pequenos somos nisso tudo. E então, a partir
daí, precisamos evidentemente mudar de escala se quisermos, de fato, explorar
mais à fundo a história da humanidade.
A série é fascinante. Cosmos: A Space-Time Odyssey é uma das melhores coisas que eu já
assisti em minha vida – parece a mistura de muita coisa que eu adoro,
apresentada de uma maneira ainda mais interessante que o normal, incrível de se
ver, com efeitos brilhantes. E a quantidade de conhecimento passado é imenso, e
continuará sendo. Serão 13 episódios de puro aprendizado e muita diversão, eu
não queria que acabasse de maneira nenhuma. Queria sentar e ficar só assistindo
a Cosmos. Acho que estou apaixonado,
e acho que há muito tempo um Piloto não me encanta dessa maneira. Não consigo
achar adjetivos bons o suficiente para expressarem meus sentimentos.
Simplesmente não consigo.
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