Doctor Who 8x01 – Deep Breath
“I’m the Doctor. I’ve lived for over 2000 years and
not all of them were good. I’ve made many mistakes and it’s about time I did
something about that”
Uma das melhores coisas quando um novo Doctor
entra em Doctor Who é esperar pelo
seu discurso de primeiro episódio, que por um por outro motivo aparecerá. É
impressionante vermos as coisas se arrumarem, e tudo se encaixar e se
reformular para uma nova era – seja com nova TARDIS ou com novas vestimentas,
esse é um momento importantíssimo para o crescimento da série. Desse modo,
esses episódios sempre nos deixam emocionados. Porque ao mesmo tempo em que eu
estava morrendo de saudades do Matt Smith, e pensei nele algumas vezes durante
o episódio, eu estava adorando o novo estilo de Peter Capaldi, e bem…
Doctor Who
é isso!
Foi um episódio genial. Repleto de informações, Deep Breath trouxe uma história
irreverente porém muito bem amarrada, com novos personagens assustadores, para
nos fazer imaginar esse mundo no qual o Doctor agora é o Peter Capaldi.
Começamos o episódio com Jenny, Strax e Madame Vastra, uma vez que eles são
personagens já consagrados do programa – ao lado deles, aparece Clara, tentando
lidar com o fato de o Doctor não ser mais o jovem e gentil que uma vez fora,
como ela o conheceu. Embora ela tenha, teoricamente, conhecido todos os
Doctors, e portanto já se deparou com alguns rabugentos no meio do caminho, mas
enfim… e o próprio Doctor, que acabou de passar por uma regeneração, ainda está
decidindo quem ele é.
No meio de uma Londres vitoriana atacada por um
dinossauro. Por que não? A primeira parte do episódio coloca o dinossauro para
atacar a cidade, e então morrer em uma espécie de combustão espontânea. Que não
foi espontânea. Uma série de assassinatos está sendo escondida dessa mesma
maneira, onde órgãos das pessoas são roubadas, e em seguida elas são
incineradas para que não se possa determinar o que, de fato, foi roubado. Antes
de mergulhar nesse mistério todo, o Doctor ainda está desorientado demais, desmaiando
o tempo todo, com dificuldade para saber o nome de qualquer um de seus
companheiros, e a Clara está chorando para lá e para cá, lamentando o fato de
ele ser uma pessoa nova, esperando que possa trazer o velho Matt de volta.
O que ela não pode fazer.
Tivemos uma série de referências nesse primeiro
episódio que eu achei fascinante. Além de uma muito mais simples, mas que me
deixou louco (“Sweeney Todd without the
pies”), tivemos uma infinidade de outras referências à própria série, e
isso foi inteligentíssimo. Essas piadinhas que só nós entendemos… me fez
lembrar do David Tennant com uma máscara de gás, perguntando “Are you my mummy?” Vamos a uma lista: “Eu preciso de roupas. E de um cachecol bem
grande. Ah… deixe isso pra trás, parece idiota” – O QUARTO! “It’s in times like this I miss Amy”.
OWN. “Geronimo” sendo o código
secreto que chama reforços. E aquela filosofia toda do Doctor sobre seu rosto,
como eles surgem e como ele os escolhe… “Have you seen this face before?
It’s funny, because… I’m sure that I have”.
Peter Capaldi e sua aparição passada em Doctor Who. Eles não deixam passar nada!
E O HANDLES!
Vastra é quem ajuda Clara a aceitar o Doctor
temporariamente, pelo menos para que possa enfrentar esse desafio dos
assassinatos em Londres – eu gosto demais da personagem, e eu admiro esse
relacionamento que ela mantém com Jenny, que é um casamento amplamente
discutido nesse episódio, com direito a uma espécie de beijo quando elas
decidem compartilhar ar; e ela fez Clara abrir os olhos para o fato de que ela
não pode ficar pensando no Doctor como se ele tivesse partido, como se aquele
ali não fosse mais ele… e que, além disso, aquele Doctor, que era o atual,
precisava da ajuda dela.
E então ela deixou de ver o véu. Por enquanto.
Precisam resgatar o Doctor dentro daquele corpo,
porque nem ele mais sabe quem exatamente é. E assim temos aquele brilhante
anúncio de jornal marcado com “The
Impossible Girl”, que realmente fez meu coração disparar! Aquela cena do restaurante começou
genial, porque eu nem sabia direito o que esperar… mas é bom ver a maneira como
Jenna e Peter funcionam, brigando e discutindo, mas lutando para se entenderem,
mas então Doctor Who faz o que sabe
fazer de melhor: mudar de uma cena irreverente para uma cena profundamente
aterrorizadora em questão de um minuto. Porque o momento em que eles descobrem
que não é, realmente, um restaurante, que as pessoas não estão comendo, bebendo
ou respirando, calafrios passaram por meu corpo. Sério.
E foram cenas fantásticas. Os vilões desse
episódio, que são máquinas que nem sabem mais de onde vieram, parecem
absurdamente assustadores. E assustadores daquele jeito macabro que a série
sempre consegue ser. Do mesmo modo que os Anjos nos apavoram e nunca os vemos
se mexer, esse barulhinho de máquina e engrenagem é aterrorizador, e o fato de
eles os cercarem lentamente enquanto eles tentam se movimentar… AQUILO FOI
PERFEITO DEMAIS! Aquela cena abaixo do “restaurante” foi bem sombria, quase
gótica, e eu fiquei realmente com medo quando o Doctor se vai e Clara fica para
trás, depois de tudo o que ela já fez por ele, em todas as suas vidas, ou mesmo
naquele momento, ao voltar para salvá-lo quando já estava livre.
Mas Clara surpreende. Porque mesmo morrendo de
medo, mesmo tremendo e com a voz incapacitada de soar tranqüila, ela consegue
lembrar de sua vida como professora e enfrentar os ciborgues da única maneira
que acha possível: desafiando-os. E, bem como o Doctor diz, ela funciona muito
bem sob pressão, quem diria? E então nosso coração dispara novamente, completamente,
no momento em que, questionada sobre o paradeiro do Doctor, ela responde algo
como: “Eu não sei onde ele está. Mas eu
sei onde ele estará. Se o Doctor ainda for o Doctor, ele sempre me protegerá.
Estou certa? Por favor, me diga que estou certa” – e ele segura a sua mão.
A única coisa que poderia ter dito naquele momento era um “Run”. Mas tivemos um “Geronimo”,
então eu vou reclamar?
Ao mesmo tempo em que passamos o episódio mais ou
menos como Clara, tentando entender se conhecemos ou não esse novo Doctor, o
episódio deixou as coisas bem em aberto. “I’m Scottish. I can complain about
things. I can really complain about things”. Enquanto ele teve aquela conversa na
nave, usou a inteligentíssima metáfora da vassoura, eu sabia que eu estava
apaixonado pelo Doctor do Peter Capaldi, e que teremos uma bela jornada pela
frente. Mas eu fiquei realmente curioso pelo desfecho daquilo tudo… mesmo com
uma cena macabra para terminar aquele momento, e uma ainda muito mais bizarra
para terminar o episódio, não sabemos “quem estava mentindo sobre sua
programação básica”. Ele pulou, ou o Doctor o empurrou?
Tivemos ótimas piadas que acompanharam o episódio
todo, e momentos divertidíssimos que marcaram essa estréia de Capaldi no papel
do Doctor, oficialmente. “You all sound
all… English”, em comparação ao seu sotaque. E o “Finally.
Someone who can talk properly”. E o Strax, sempre um fofo: “May I have your clothes? Are you wearing a hat?” – e o “exame
médico” na Clara! Os caras musculosos praticando esportes no subconsciente
dela… espera, isso é um esporte? Ele jogando o jornal para ela? E A NOVA TARDIS! Passei o episódio inteiro
esperando entrar nela, até que isso aconteça próximo ao fim… “You’ve redecorated it” “Yes” “I don’t like
it”. SEMPRE. Acho que ficou mais soturna e escura do que o que estávamos
acostumados, mas temos círculos na parede!
*-*
A nova roupa do Doctor, também, só aparece de fato
no final do episódio, depois do discurso no qual ele realmente assume a
identidade de Doctor, mas avisa Clara de que não é o namorado dela. Amei a roupa, simples mas profundamente elegante, e
a maneira como ele escolhe expô-la a ela, com aquela jogadinha que mostrou a
parte vermelha – “What do you think?”
Magnífica, Capaldi, magnífica! E a abertura nova… aquilo me deixou quase
pulando pelo quarto de tanta alegria! Era uma das coisas que mais estavam me
deixando curioso, e ali estava… uma abordagem bem diferente, com uma primeira
parte toda voltada para relógios ao invés de espaço, e uma pegada de espaço no
final… ficou lindo, absolutamente lindo.
E por fim…
QUANDO O TELEFONE TOCOU!
Na verdade, não foi realmente nenhuma surpresa,
porque quase todo mundo sabia que aquele telefonema estava por vir, e estávamos
realmente esperando ansiosamente por ele. Mas eu acho que eu não me dei conta
que ele mexeria comigo o tanto quanto mexeu – talvez porque não tenha parado
para pensar nisso. Mas aquele final acabou comigo, realmente. Eu chorei mais do
que eu imaginei, e foi ótimo ver o Matt novamente, uma última vez. Ainda que
incrivelmente triste. Mas nós o amamos, Matt, e obrigado por passar o manto ao
Capaldi de maneira tão bonita. Aquela conversa com Clara, o pedido de ajuda
para seu futuro eu, os comentários sobre não querer ser velho ou grisalho… “Is it the Doctor?” Foi emocionante,
perfeito.
E o novo Doctor está se esforçando. Mesmo que ele
tenha sido razoavelmente antipático com Clara em alguns momentos, sem nem saber
seu nome, ele estava confuso demais para qualquer coisa. Eu o amei. E adorei o
final no qual ele assumiu sua caracterização de 12º Doctor, estava se
esforçando para ser legal e gentil com Clara, e até ofereceu levar-lhe embora.
Me partiu o coração quando ela lhe disse que estava indo… e eu quase morri de
felicidade por ela resolver lhe dar uma chance assim que desligou o telefone, o
encarando de verdade pela primeira vez. E aquele abraço… “I don’t think I’m a hugging person now”. Mas muito mais do que
tudo isso: Matt pediu ajuda, Peter pediu ajuda. E quem melhor para ajudar o
Doctor do que Clara Oswald?
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