The Leftovers 1x06 – Guest


Nora Durst.
Exatamente o que precisávamos. Brigando muito perto com o episódio centrado no reverendo Matt, esse pode ter sido o melhor episódio de The Leftovers até então! Tivemos toda uma história centrada em Nora Durst, aquela que nos foi apresentada através de Jill, como a louca com uma arma dentro da bolsa, fazendo perguntas pessoais e difíceis para os familiares de pessoas que partiram. Assim como aconteceu no terceiro episódio da temporada, foi muito bom acompanhar melhor uma história muito bem desenvolvida que explorou não apenas uma personagem, bem como novas instituições, as crenças dessas pessoas, e ainda realizou conexões interessantes.
O começo do episódio foi mais uma daquelas obras-primas que aprendemos a admirar em The Leftovers. Sempre uma nova surpresa sem noção e incrivelmente bem produzida, que dessa vez era a contratação de uma prostituta para que lhe desse um tiro. Conhecendo Nora melhor, ela trabalha para o Departamento de Partida Repentina, uma iniciativa de fachada do governo que promete investigar aqueles que partiram em busca de um padrão, para que respostas sejam finalmente conferidas àquelas famílias que sofrem a perda de alguém – seu motivo para entrar nesse programa é justamente o mesmo das pessoas que ela entrevista: ela perdeu tanto o marido como os dois filhos.
Mas o marido a traía com a professora dos filhos. Vai para o jornal do Matt!
As perguntas eram só um começo, mas elas foram profundamente desmentidas nesse episódio, mesmo que Nora ainda acredite nelas – uma infinidade de perguntas insensíveis que machucam as pessoas, criadas sob o pretexto de buscar respostas, mas que na verdade é apenas uma artimanha governamental para se livrar de ter que pagar pensões para as pessoas que perderam alguém, afinal essas pessoas não estão realmente mortas. É a primeira vez que temos essa visão tão maquinista sobre o que está acontecendo, diferente das diversas crenças que acompanhamos em outros episódios, como os GR ou o próprio reverendo Matt, além de Wayne, é claro.
Que tem uma belíssima participação nesse episódio.
Uma Conferência sobre os desaparecidos não parecia nada tão animado – até termos aquelas maravilhosas cenas! Depois de todo o drama do crachá e aquela discussão no banheiro por causa de um acontecimento de um ano atrás, Nora entra na filosofia: “Não vamos morrer lentamente, painel depois de painel. Vamos viver!”. E depois de drogas, danças sensuais, discussões sobre os dados recolhidos por seu Departamento sem de fato dizer nada (porque não há nada a ser dito, no fim das contas) e alguns amassos com uma espécie de cadáver, ela é expulsa do hotel por conta de outra mulher que se passa por ela, mas tenta incessantemente expor todo o problema por trás do Departamento, tentando esconder a verdade.
Parece-me que a grande missão do episódio foi expor Nora e sua reação diferenciada em relação aos acontecimentos do Dia do Desaparecimento: “There’s no moving on. There’s no happiness. What’s next? What’s fucking next? NOTHING IS NEXT! NOTHING!” – o que a conectou, astutamente, a Wayne. Tentando provar que o autor daquele livro sendo exposto na Conferência era uma fraude, ela acaba com Wayne em um bonito discurso sobre como tirou a dor dele, e pela primeira vez não me deu arrepios assistir à sua cena. Foi muito forte, e era de partir o coração vê-la chorando tão desesperadamente, mas foi convincente ouvi-la admitir que não quer se sentir assim, e por um momento eu realmente acreditei que ele conseguiu tirar-lhe a dor. Mesmo que simbolicamente…
Ela está até com encontro marcado com o Kevin! O que foi fofo…
Mas quanto à pergunta 121, que final desesperador! Como nós a responderíamos? “Você acredita que aqueles que partiram estão em um lugar melhor?”

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