Doctor Who: Christmas Special – Last Christmas
“Just focus on this: do you believe
in Santa Claus?”
Eu admiro muito os especiais de Doctor Who, que trazem sempre o melhor da temporada e desses
personagens, mas esse especial de Natal foi realmente INCRÍVEL. Mesmo no ano
passado, que tivemos a partida de Matt Smith, o que nos encheu de lágrimas, não
tivemos um episódio tão bom quanto esse. Um roteiro excelente, e
desenvolvimento dos personagens a ponto de colocá-los bem onde queríamos que
eles estivessem. Foi uma história com um quê de Inception que me agradou ainda mais do que eu imaginava. Referências
em toda parte, brincadeiras, e um suspense de nos deixar sem fôlego. Passamos o
tempo todo apreensivos enquanto uma bela ficção científica se desenvolvia
perante nossos olhos; com direito a inteligência, apreensão e muita emoção. Porque
foi cada cena terna!
Clara Oswald, nossa linda e adorada Clara Oswald,
acorda numa noite com os barulhos do Papai Noel e dois elfos do lado de fora de
sua janela – o que parece ser perfeitamente normal, não? Eu adorei Nick Frost
como o Papai Noel, porque ele atuou de uma maneira tão incrível. Ele era
carismático, fofo… e um tanto assustador em alguns momentos, porque eu fiquei
angustiado com ele. Mas cenas como “It’s
bigger on the inside” (quer dizer então que o Papai Noel é um Time Lod? Quer
dizer, isso faria todo o sentido e explicaria muita coisa!) fizeram com que tivéssemos
vontade de aplaudi-lo eternamente. Adorei a simbologia das tangerinas, e o
tanto que elas podem significar dentro da série. E os elfos dizendo a “verdade”
para a Clara, sobre acordar para a realidade de que não são os pais dela que
colocam o presente debaixo da árvore.
E como eles acreditam que todo mundo é elfofóbico?
Parece abrupto, parece meio assustador, mas as
coisas acontecem de uma maneira que aprendemos a não questionar em Doctor Who. De repente, o Doctor está do
lado de fora da casa de Clara, com a TARDIS, dizendo que ela precisa ir com
ele. E não há o que discutir. Na cena seguinte, Shona está com uma dancinha
incrível de Natal, andando por quatro pessoas adormecidas, atacadas por um
monstro, tentando manter seu pensamento longe deles. Porque desde que você não olhe
para eles, e não pense neles, eles não poderão atacá-los. “Tem um filme de terror chamado Alien? Isso é muito ofensivo, não é à toa que está todo mundo invadindo
vocês” – e então o Doctor e Clara estão numa base no Pólo Norte, prontos
para ajudá-los, mas a quantidade de Caranguejos dos Sonhos é assustador… e tudo
parecia perdido, até as tangerinas. E o salvamento do Papai Noel.
O que foi, absolutamente, a jogada mais
inteligente do roteiro!
Mais tarde, mais tarde.
Na primeira vez em que fomos apresentados ao
conceito, Clara Oswald foi atacada por um desses Caranguejos. Quando eles
atacam, eles anestesiam a vítima e induzem um estado de sono e um sonho tranqüilizante,
enquanto sugam seus cérebros e os matam. Um tipo de morte misericordioso. De certa
forma. E é angustiante ver Clara ser atacada por um desses, e entrar num sonho
maravilhoso, no qual Danny Pink lhe proporciona o Natal perfeito. Aquele quadro
negro me lembrou muito “Listen”.
CLARA! DREAMING! DYING! YOU. ARE. DYING. E como o Doctor a ama
incondicionalmente, a ponto de também se entregar aos Caranguejos para poder
compartilhar o sonho com ela, e convencê-la de que está sonhando, para que
assim possa acordar… e como aquela cena toda, de se despedir oficialmente de
Danny e deixá-lo para trás, foi bonita.
Aí é que a série faz, sutilmente, aquilo que será
a base de seu episódio. Que já estava excelente até então, mas prestes a ficar
muito mais complexo e interessante. Inception.
A possibilidade de compartilhar um sonho, por exemplo… e o sonho dentro do
sonho. Toda essa coisa na base no Pólo Norte também continua sendo um sonho,
por isso todos continuam com a suave “dor de sorvete” do lado da cabeça. Mas não
poderia, eles não poderiam estar sonhando ainda… poderiam? Eles foram
resgatados, foram salvos no Pólo Norte, lá no início do episódio. Certo? Tudo bem,
foi pelo Papai Noel, mas ainda assim eles foram salvos, não é? Eu adorei essa
astúcia do roteiro, essa magia não real do Papai Noel lhes mostrando que eles
ainda estão sonhando, e que nada daquilo foi real. Portanto, eles continuam
morrendo. O salvamento, a tangerina… tudo já foi parte do sonho depois que os
Caranguejos os pegaram.
O que foi a cena do livro? Página 57. Página 24. WE. ARE. ALL. DEAD.
Então eles conseguem acordar na realidade, sair daquele sonho, sem se
dar conta das infinitas camadas de sonho em Inception.
Temos Santa x Doctor que foi excelente, temos o pouco tempo que se passou,
porque o tempo no sonho é maior do que o tempo real. E a fala de Clara que fez
com que eu surtasse e pulasse de emoção na cadeira, porque tudo só estava
ficando melhor: “If Santa was only on the
dream, why was he on my roof?” AINDA MAIS UM SONHO! “Four. Four patients. Four manuals”. Tudo funcionou perfeitamente,
eles retornando, dizendo que estão, ainda, todos sonhando… a mesma resposta
para qualquer pergunta (“It’s a long
story”), e o discurso do Doctor de que “Ninguém
sabe que está sonhando. Ninguém de nós. Nunca. Nenhuma vez em nossas vidas”.
E como Clara escolhe o número 12, quando o Doctor pede uma boa página…
VERY.
VERY. VERY. DEAD. Shona selou!
Assim, temos o fim do melhor episódio do ano de Doctor Who chegando ao fim depressa
demais. E nós queríamos segurá-lo, porque não queria que acabasse. De jeito
nenhum. Albert é o primeiro a morrer… os sleeperes
estão vindo atacá-los. E o “chute”
para acordá-los uma última vez: O PAPAI NOEL. Sim, eu adorei aquela viagem de
trenó. “I’ve always believed in Santa Claus. But he looks a little
different to me” – aquele abraço da Clara foi terno demais. Morri de emoção!
Ela e o Doctor são perfeitos juntos, lindos, química perfeita. Foi um dos
episódios mais lindos, mais assustadores e mais perfeitos da série. INCRÍVEL! Adorei
ver cada um acordando, se dando conta de quem são na realidade… um por um,
retornando às suas vidas, enquanto Clara fica para trás, deitada no ombro do
Papai Noel, aproveitando mais um pouquinho. “Every
Christmas is Last Christmas”
E AQUELE FINAL? Ou quase final, um pouco antes do
final. Quando o Doctor acorda e vai até Clara, para salvá-la, e ela é aquela
adorável senhora, 62 anos depois, com uma vida toda passada. Todo esse tempo
esperando o Doctor? Clara Oswald ficou linda e adorável daquela maneira, e foi
tudo muito terno, muito emocionante, vê-los conversando com os chapéus de
Natal, o lampejo da jovem Clara, e como o Doctor não a vê diferente, porque ela
nunca será diferente para ele. E como o Doctor deseja que pudesse ter voltado
antes por Clara, e o Papai Noel lhe dá uma segunda chance… ele acorda
novamente, e volta correndo por Clara, a acordando e a trazendo de volta
enquanto ainda é jovem. “Merry Christmas,
Doctor” “Merry Christmas, Clara Oswald”. ADOREI o final, como ele pede que
ela viaje com ele, e como eles saem correndo, felizes e juntos… ansioso por
mais, ansioso pela nona temporada, com Clara.
THE
DOCTOR AND CLARA WILL RETURN NEXT YEAR IN… THE MAGICIAN’S APPRENTICE.
A tangerina no final é como o peão, que parou ou não
de girar?
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