Person of Interest 4x10 – The Cold War


QUE EPISÓDIO TODO FOI ESSE?
Um daqueles episódios que me fazem proclamar aos quatro ventos o grande amor que sinto por Person of Interest, e por suas histórias – como ela cresceu de uma série bem estruturada mas repleta de casos semanais a uma trama complexa e bem conectada, cheia de personagens e tramas interessantes. E estilos. Será que eu sou o único muito mais apaixonado por episódios como esse, que colocam as inteligências artificiais nos papéis de protagonistas, do que os demais episódios? Lembro-me, lá pela segunda temporada, enquanto a Máquina estava crescendo e tomando seu lugar como uma das principais personagens. E agora: olha no que viramos. A grande guerra que se aproxima entre Máquina e Samaritano realmente nos deixa eletrizados. São cenas excelentes, são arriscados jogos de poder que brincam com o mundo. São deuses se enfrentando.
Não temos casos semanais, mesmo que pareça que isso vá acontecer. Pelo contrário, temos a Samaritano tomando conta da cidade oficialmente e completamente – colocando tudo em ordem, evitando todo e qualquer crime, mesmo os “irrelevantes”, e provando isso através da conversa de Lambert com Rachel Farrow, o número no qual John Reese estava trabalhando. Foi uma cena excelente de nos deixar angustiados. A total dominação que o Samaritano consegue ter sobre todos os eventos em Nova York, a maneira como Lambert sabe exatamente tudo o que aconteceu com Rachel e o que ela planeja fazer, e como resolve esse problema falando sobre a morte do seu marido no mesmo momento em que o cara realmente cai morto nas ruas da cidade.
No mínimo preocupante.
“I have a message to the Machine and its agents. Samaritan says hello”
As coisas ficam muito mais complicadas quando a Samaritano resolve conversar com a Máquina – e faz de tudo para provocá-la, para chamar sua atenção. E consegue isso através daquele dia de pura calmaria e paz em Nova York, repleto de apreensão – porque nós sabemos que alguma coisa está prestes a acontecer. E está. “I think it just started to rain, Harold”. Tudo o que a Samaritano quer é uma conversa com a Máquina, uma proposta de paz e negociação. Mas caso um consenso não seja atingido, elas entrariam em guerra, e uma guerra que acabaria com toda a humanidade, possivelmente. E como confiar em uma ou em outra? A Samaritano é oficialmente “ruim”, mas eu gosto da ambigüidade da Máquina: como confiamos nela por estarmos com ela desde a primeira temporada, como Root tem uma convicção de que a Máquina os protegerá, mas como Harold lembra que ela já pediu que eles matassem um deputado.
Os crimes na cidade de Nova York, em compensação, são elevados a níveis assustadores no dia seguinte – quando a Samaritano deixa de fazer seu trabalho na esperança de que, assim, a Máquina finalmente se mostre para ela. E tudo se torna um caos. Assassinatos atrás de assassinatos, roubos, violência doméstica, e números escondidos da Team Machine por se tratarem de criminosos. Tudo uma manipulação incrivelmente orquestrada e perigosa de uma Inteligência Artificial que não está preocupada, de verdade, com os seres humanos. E então começam as discussões de que, talvez, isso signifique que a Samaritano é realmente melhor do que a Máquina, afinal a Máquina não está conseguindo revidar, nem impedir nada do que está acontecendo. Ceder à essa conversa de paz não seria, então, a coisa mais sábia a se fazer?
“It’s not our choice to make, Harold. I got a message from the Machine. She says it’s time”
E ENTÃO TEMOS A MELHOR CENA QUE PERSON OF INTEREST JÁ NOS DEU NESSES QUATRO ANOS DE SÉRIE! A conversa entre as interfaces. Aquilo foi tão incrivelmente genial e perspicaz que me deixou todo arrepiado. A Root como interface da Máquina, e Gabriel, um garoto gênio de 10 anos como a interface da Samaritano. Fiquei chocado no começo, mas muito mais assustado depois. A maneira como aquele garoto soou ameaçador, poderoso e como Root se esquivou, se contraiu e percebeu que estava ameaçada. E como eles não pareciam ser nem Root nem Gabriel, mas sim as próprias máquinas conversando, como se eles fossem meros avatares com seus corpos usados para aquele momento. Sem consciência, sendo simplesmente magníficos. Belas atuações! Foi meio macabro, na verdade, e profundamente assustador. Preocupante. Queremos mais disso na série. Obrigado.
Agora a série entra em hiatus e volta no começo de Janeiro quando eu estiver viajando – o que significa que terei pelo menos dois episódios acumulados atrasados para quando eu retornar. E tudo está preocupante em nível oficial: a Shaw decidiu que não pode mais ficar lá embaixo se escondendo e resolveu sair, o que significa que ela pode ser pega a qualquer momento, e consequentemente os demais agentes da Máquina. Ela não entendeu ainda o quão poderoso Samaritano é? E esse novo plano em escala mundial que a Samaritano está colocando em prática? Todos os membros da equipe desesperados; esse endereço para o qual Root está indo [?], o vírus sendo instalado, o colapso do mercado. IT. HAS. BEGUN. Medo, só podemos dizer que a série conseguiu nos deixar preocupados, e admirados novamente com esse roteiro excelente!

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