The 100 2x08 – Spacewalker
Como se despedir de um personagem que odiamos, e
ainda ficar tristes.
Mais uma vez a maturidade de The 100 chama a atenção. Lembro-me que esse foi um detalhe que me
agradou e chocou na primeira temporada: o fato de qualquer personagem poder
morrer. Quando ainda estávamos nos acostumando à série e nos familiarizando com
os personagens, já demos adeus a alguns que pensávamos que fossem ser
protagonistas. E agora, na segunda temporada, eles finalizam a história de
alguém até então importante, que eu não achei que fosse deixar a série. Mas
também é verdade que eu estou muito feliz que isso tenha acontecido: por não
ser aquelas fugas mirabolantes, aquelas loucuras do roteiro para salvar algumas
pessoas a qualquer custo quando as circunstâncias não permitem isso… não, eles
completam aquilo que começaram da maneira como o contexto exige,
independentemente de quem perderão no caminho.
Então tchau, Finn.
A Arca continua viva na narrativa de The 100, e por algum tempo no início do
episódio eu achei isso preocupante. Porque pensei que, como em Arrow, não tinha mais nada de importante
que pudesse ser acrescentado ali. Mas em um episódio com essa temática e com
essa proposta, esse fechamento do personagem foi bem importante. Porque
enquanto estávamos de volta à Arca, com flashbacks,
entendemos o que fez Finn ir para a cadeia no espaço. E foi tudo por conta de
uma tentativa de fazer sua namorada, Raven, feliz. Também isso contrasta com a
personalidade alterada e contorcida de Finn nessa segunda temporada, e nos
perguntamos como ele se tornou essa pessoa desprezível que vemos agora. Também
é importante ver esses flashbacks e
entender que há mais do que amor na
convicção de Raven de que deve salvar Finn. Ela deve sua vida a ele.
Quando Clarke retorna para o Acampamento e diz “we have to give them Finn”, nós
sabíamos exatamente o que ia acontecer. Algumas pessoas iam achar que Finn era
descartável, e que pela segurança deles eles deviam mesmo entregá-lo. Outros,
mais importantes na série, tentariam salvar sua vida. E foi exatamente assim.
Eu estava pouco me lixando para o futuro de Finn, estava mesmo torcendo para
que eles o entregassem e acabassem de uma vez com toda essa ladainha, porque eu
não gosto dele, de todo jeito. E não pude concordar mais com Lincoln, quando
ele diz que ele matou 18 pessoas em sua aldeia; eles estão pedindo apenas uma vida em troca, eles deveriam aceitar
de uma vez esse acordo. Sim, parece uma maneira cruel e terrível de puni-lo e
matá-lo, essa descrição de Lincoln, mas alguém realmente se importava?
Há toda uma tentativa de prolongar o que não pode
ser prolongado. Marcus ganha tempo, propondo um próprio julgamento, para que
eles possam executá-lo de maneira mais misericordiosa. Abby tenta um acordo,
que não leva a lugar algum. E com um quê de despedida, eles aparentemente
arrumam um plano, mas Finn se entrega. E é o momento do drama, do choro,
enquanto eu estava: “Já foi, superem”. Quando Clarke vai, uma última vez, falar
com a líder dos grounders, eu temi
que fôssemos ter um daqueles fins nos quais o personagem se salva. Foi um
discurso emotivo e inspirado, sobre como ela tem muito sangue de grounder nas mãos, e como ela merecia
morrer no lugar dele. Nada feito. Como ela pede para se despedir, como lhe dá
um beijo, como chora… e como o mata.
Porque a morte de Finn era inevitável, ela pelo menos diminuiu seu sofrimento.
Um belo e assustador final. Um mid-season
fenomenal. The 100 cada vez
melhor!
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