Mamma Mia! – “Thanks for all the joy they're bringing”


Mamma Mia! é o melhor musical na Broadway? Provavelmente.
Tudo depende de como você avalia um musical, e eu acho que escolher um “melhor” é praticamente impossível com toda a história que cada um deles carrega e tudo o mais... mas é certamente um dos musicais mais felizes e contagiantes que você vai ver. Assistir a Mamma Mia é uma deliciosa experiência de estar quase em um conto de fadas, ou numa tragédia grega, regado a músicas e mais músicas de ABBA, rindo o tempo todo, cantando... querendo dançar. Uma intensidade incrível, personagens perfeitamente carismáticos. Eu não sei explicar o que senti estando sentado no Broadhurst Theatre, assistindo a esse espetáculo. Mas eu sei dizer que eu não queria ir embora. Tudo bem que Mamma Mia não acaba quando acaba, mas você não quer ir embora em momento nenhum. Você só quer ficar ali por mais e mais tempo, e ver de novo se for possível.
E passa tão depressa.
O musical é uma divertida história sobre uma menina que vai se casar, e quer seu pai em seu casamento; mas ela não sabe quem ele é. Donna é uma mãe solteira que cuidou da filha e criou um hotel numa pequena ilha na Grécia; Sophie é uma garota de 21 anos que está para se casar, lê o antigo diário da mãe, e convida seus três possíveis pais para o casamento. E a galeria de personagens está aí: mãe, filha, noivo, amigas da filha, amigas da mãe, e os três possíveis pais. Tudo isso funciona tão bem que é admirável. A história fluiu com uma leveza deliciosa, as músicas felizes do ABBA se encaixam a todos os momentos, e ainda temos aquelas músicas mais lentas e emocionantes que nos proporcionam cenas marcantes como The Winner Takes it All, que me arrepia toda vez que eu escuto.
E a voz de Judy McLane nesse momento?
Assim, o musical é encantador e envolvente. Eu deixei o filme de lado, mesmo já o tendo visto inúmeras vezes, e aproveitei o musical. E minha vontade não era de chegar em casa e colocar o DVD. Era de retornar ao teatro e ver a peça mais uma vez. Eu gosto de como as coisas acontecem aqui, eu gosto de como as interações entre os personagens são desenvolvidas de maneira diferentes, e não é apenas um personagem que tem destaque, mas sim todos eles de maneiras diferentes. Também gosto de como o arranjo de vozes funcionou diferente para algumas músicas, que se tornam muito mais marcantes, e como algumas músicas emocionantes como One of Us são tão importantes. E eu não entendo como elas podem ter simplesmente ficado de fora. Mas tudo é tão gostoso, tão leve em Mamma Mia! Você sempre quer retornar e ver mais uma vez. Além de que o cenário está claro e bonito, os figurinos que caem certinho em todos os momentos... não é emocionante ver Sky e Sophie naquelas roupas simples, mochila nas costas, caminhando em direção àquela lua gigantesca?
No musical, acredito que tanto Donna quanto Sophie sejam protagonistas. E Judy McLane e Elena Ricardo, respectivamente, fazem um excelente trabalho. Elena Ricardo tem a fofura necessária para interpretar a Sophie, e é encatadora e engraçada; Judy tem a intensidade de Donna, tão importante. Também os três pais são melhores aproveitados no musical, sendo que enquanto Sam tem mesmo uma história mais marcante com Donna, os outros dois têm momentos com Sophie que também são marcantes, fora que Harry fica com Our Last Summer como um dueto com Donna. E QUE DUETO! Porque é absolutamente lindo ver a relação daqueles dois. Enquanto Donna e Sam têm uma inquestionável tensão sexual entre eles, as coisas entre Donna e Harry são tão naturais, tão ternas... a amizade dos dois é incrivelmente bonita. Sam Carmichael é interpretado por Alan Campbell; Harry Bright é interpretado por Paul DeBoy; e o lobo solitário Bill Austin é interpretado por John Hemphill.
Eu acho realmente importante a maneira como Sophie se relaciona com cada um dos três pais, sem nenhuma preferência, e tudo é sempre tão terno e tão fofo. Um dos maiores exemplos está já no começo da peça, depois que os três chegam à ilha e ela está tentando convencê-los a ficar. A maneira como ela canta Thank You for the Music é absolutamente linda. Mas ainda mais do que isso, eu acho lindo que cada um deles também cante com ela, e que essa seja uma música (já por si só) tão bonita, dos quatro. Eles mereciam uma música juntos. Do mesmo modo temos ela e Bill cantando The Name of the Game depois, que embora não seja o melhor encaixe para aquela trama, é linda, e é maravilhoso ver uma versão alterada da letra para que ele possa respondê-la. E Sam cantando Knowing Me, Knowing You com ela? COMO AQUELA MÚSICA É LINDA!
Adoro o jogo de vozes como ele é colocado no musical – como as músicas mudam de um a outro, como muda do Ensemble feminino para o Ensemble masculino e vice-e-versa... como é contagiante. Por exemplo, o final de Mamma Mia que não é um solo de Donna, mas tem uma parte para Sam, Harry e Bill, além de uma finalização pelo ensemble. Também Lay All Your Love on Me. Que é uma cena ESPETACULAR. A cena ficou incrível – ao mesmo tempo engraçada e sensual. E não [só] pelo Sky de sunga. Mas por tudo. E eu adoro como os refrões ficaram divididos durante essa performance: o primeiro com Sophie interrompendo o “discurso” de Sky; o segundo com ele interrompendo a fala dela; depois com os meninos da despedida de solteiro, e uma finalização com o ensemble feminino. E gente, o que são aqueles meninos da despedida de solteiro? Como rimos com eles marchando e dançando com aqueles pés de pato! PERFEITO. Também adoro a orquestra de Mamma Mia, e como ela brinca com a música, aumentando o número de instrumentos e altura da melodia em alguns momentos, o que faz com que nos arrepiemos! Como quando tudo fica mais forte para o final de Thank You for the Music. Quando a orquestra entra com mais intensidade, impossível não se arrepiar!
Voltam numa versão floresce para Under Attack. É uma cena tão grande, tão inteligente, que inicia o segundo ato, que eu ainda não consigo entender como ficou de fora do filme. É tão maravilhosa e bizarra. Tem os pais vestidos de gala com gravatas florescentes; tem o ensemble de roupa de banho florescente; tem o Sky vestido de noiva... sério, como perderam isso?
Alguns últimos comentários bem gerais, que misturam muita coisa: adorei o final do primeiro ato. Voulez-Vous tem toda a intensidade que o momento exige. É fantástico. Amo as coreografias, e como uma música vai a outra, as cenas se conectam, e tudo flui rapidamente. Às vezes nem dá tempo de aplaudir. Muito divertida a cena de Take a Chance on Me e eu gosto da versão completa de I Do, I Do, I Do, I Do, I Do. Também é maravilhoso como, depois de um final emocionante (adoro a despedida de cada um dos pais enquanto Sophie e Sky estão indo embora), o elenco tem todo um Encore. Aquela reprise de Mamma Mia é PERFEITA, muito intensa, amo a coreografia de todo o elenco, e como eles soam perfeitos. É a melhor das três músicas do encore, justamente pela intensidade da coreografia, pela alegria do momento. Dancing Queen eu já enjoei, mas Tanya, Donna e Rosie ficam ótimas naquelas roupas. E Waterloo, uma música de que gosto bastante, pessoalmente, ganha um tom bizarro e hilário com a entrada de Sam, Harry e Bill com aquelas roupas combinando com Donna and the Dynamos!

Restante do elenco incluiu Lauren Cohn e Felicia Finley como as adoráveis e engraçadíssimas amigas de Donna; Thomasina E. Gross e Traci Victoria como as fofas amigas de Sophie e damas de honra; Jon Jorgenson como o charmoso noivo da protagonista; e Neil Starkenberg e Taurean Everett como funcionários de Donna no hotel e amigos de Sky. Resumindo, Mamma Mia é um evento e tanto, que provavelmente estará para sempre na Broadway. Porque as pessoas nunca vão se cansar de assistir algo desse jeito! Tem toda a graça e o charme de um musical perfeito, é incrivelmente grego, e ainda tem uma história toda fofa que realmente adoramos. As músicas são contagiantes, e toda a produção está impecável. Ir ao teatro ver Mamma Mia é uma experiência renovadora. E acho que é o musical mais recomendado pelas pessoas por aqui... porque quando estava falando sobre musicais com um dos funcionários do hotel, ele entendeu o que eu queria dizer citando Mamma Mia. A mulher que dividiu o taxi comigo no primeiro dia me aconselhou a ver Mamma Mia, porque ela tinha adorado... agora me diga: COMO NÃO ADORAR?

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Comentários

  1. Deu uma vontade danada de pegar um avião e ir correndo assistir!

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