Maze Runner – Prova de Fogo (James Dashner)
O Labirinto
foi só o começo… o pior está por vir. Depois de superarem os perigos mortais do
Labirinto, Thomas e seus amigos acreditam que estão a salvo em uma nova
realidade. Mas a aparente tranqüilidade é interrompida quando são acordados no
meio da noite por gritos lancinantes de criaturas disformes – os Cranks – que
ameaçam devorá-los vivos. Atordoados, os Clareanos descobrem que a salvação
aparente na verdade pode ser outra armadilha, ainda pior que a Clareira e o
Labirinto. E que as coisas não são o que aparentam. Para sobreviver nesse mundo
hostil, eles terão de fazer uma travessia repleta de provas cruéis em um meio
ambiente devastado, sem água, comida ou abrigo. Calor causticante durante o
dia, rajadas de vento gélido à noite, desolação e um ar irrespirável – no
Deserto do novo mundo até mesmo a chuva é a promessa de uma morte agonizante.
Eles, porém, não estão sozinhos – cada passo é espreitado por criaturas
famintas e violentas, que atacam se avisar. Manipulação, mentiras e traições
cercam o caminho dos Clareanos, mas para Thomas a pior prova será ter de
escolher em quem acreditar.
232.2.13
Talvez mais
forte que seu antecessor, mas nem de longe tão surpreendente.
Eu adorei a leitura de Maze Runner: Prova de Fogo e devorei o livro em menos de cinco dias
porque não queria largar dele. No começo porque ele estava excelente e me
prendeu demais – depois porque eu queria saber o que ia acontecer. De todo
modo, James Dashner novamente nos presenteia com uma narrativa de tirar o
fôlego que nos deixa angustiados, do começo ao fim. Com tragédias bem gráficas
e nojentas, ele narra a segunda aventura daquele grupo de garotos inicialmente
preso dentro do Labirinto com bastante horror, gostando de brincar com as
coisas mais macabras. Mortes, traições, armadilhas, tudo o que se pode imaginar
para transformar a vida de cada um deles (não é apenas de Thomas, acredite) em
um verdadeiro inferno.
Mas quando eu digo “mais forte que seu antecessor,
mas nem de longe tão surpreendente”, eu quero dizer que o autor se perdeu no
quesito surpresa. Eu gostei mais de Prova de Fogo que de Correr ou Morrer. Esse pode ter sido
mais complexo, com mais informações e reviravoltas, que garantiram grandes
mudanças de cenário, e momentos em que eu não sabia o que estava para
acontecer. O que pode te fazer questionar a minha posição a respeito da surpresa. Mas eu não considerei o livro
surpreendente, porque nós estávamos já acostumados com a CRUEL. No livro
anterior, o final pareceu um ultraje, um absurdo terrível de como tudo fora
planejado pela organização… esse livro não nos permite isso, porque já
estávamos acostumados com o fatos “manipulação”. Toda e qualquer coisa que
víamos acontecer, olhávamos com dúvida, sabendo que as coisas deviam estar
acontecendo exatamente como elas foram
pensadas para acontecer.
Então não me surpreendeu afinal.
O que não quer dizer que não tenha me deixado
angustiado. E com raiva.
Prova de
Fogo já começa de maneira eletrizante, com o grupo de garotos da Clareira
presos em uma instalação que está virando um caos. Basicamente Teresa
desaparece da mente de Thomas, e os salvadores dos Clareanos aparecem mortos,
pendurados do teto. Um grupo de Cranks ataca o lado de fora dos dormitórios,
enquanto as coisas saem completamente do controle. Por exemplo, Teresa é
substituída por Aris, um garoto que veio do Grupo B – um grupo de pessoas que
viveu em outro Labirinto, numa espécie de versão ao contrário daquela em que
Thomas estava, com meninas e um único menino mandado no final, com uma mensagem
importante, quando todo o caos se desencadeia… e então vocês se lembram. O Sol
se apaga, os Verdugos aparecem, eles lutam, inserem o código e fogem para a
“segurança”.
A diferença é que não tem segurança nenhuma. Com
tatuagens que aparecem misteriosamente da noite para o dia neles, designando
funções no novo Experimento, os Clareanos e Aris são conduzidos a uma nova
missão: atravessar o Deserto. Um homem com cara de rato da CRUEL aparece para
explicar-lhe que eles têm duas semanas para a) encontrar uma saída; b) andar
160km atravessando o Deserto; e c) encontrar o Refúgio Secreto onde a cura para
o Fulgor lhes será ministrada. A princípio estão todos infectados, de todo
modo. E então os garotos se preparam para a missão, partindo dos seus
dormitórios pelo Transportal, andando sabe-se-lá quanto tempo no subterrâneo em
túneis escuros e macabros, saindo para a terrível e perigosa luz do dia afinal…
Lá pela página 100 as coisas começaram a sair do
controle – eu devia saber que alguma coisa muito bizarra estava acontecendo
quando bolas de prata estavam comendo as cabeças dos Clareanos. Mas a primeira
metade dessa segunda parte da jornada foi bem interessante: um sol terrível,
uma caminhada exaustiva no deserto, uma tempestade assustadora. Eu gostei
particularmente de toda a sequência da tempestade, por mais desesperadora que
seja, e estou bem ansioso para vê-la no filme! Então as coisas começam a ficar
ensandecidas e completamente desvairadas: um prédio no meio do deserto que
conta com uma Teresa lunática, e uma cidade repleta de Cranks que tira toda a
história dos eixos. E eu já estava de cabeça virada tentando entender de onde
vinha, para onde ia, ou qualquer coisa assim…
Chegando à cidade em ruínas no que devia ser a
primeira parte da jornada dos Clareanos rumo ao Refúgio Seguro, eles encontram
um primeiro grupo de Cranks que ainda não foram deteriorados pelo Fulgor.
Supostamente. E uma conversa com Jorge, uma série de eventos que acabam
deixando Thomas separado dos demais, sozinho com Brenda, uma menina na qual eu
não conseguia confiar, que só podia ser uma parte doentia dos Experimentos,
alguma Variável. É sério, é mão, é abraço, é cubículo minúsculo para se
esconder de Crank velho sem nariz que reclama que o nariz fora roubado, placas
misteriosas espalhadas pela cidade, e festas com direito a drogas e tudo o
mais… sério, eu realmente me perdi nesse momento todo. O que James Dashner
queria dizer com tudo aquilo? Até que as coisas voltam aos eixos.
Quase.
Minho. Novo movimento à narrativa. Okay, confesso
que adorei o ritmo.
Dali para o final, as nossas emoções ficaram
bastante confusas. Foi um livro bem intenso, me deixou meio dividido. Era uma
jornada sem fim pelo Deserto, atravessando a cidade, continuar andando pelo
Deserto, rumo a alguma coisa. Aos
poucos, eu fui aprendendo a gostar mais e mais de Brenda, e a confiar nela e a
depender dela, enquanto Teresa caía bruscamente em meu conceito. Acho que eu
nunca cheguei a realmente gostar da
personagem, mas ela me irritou nesse livro. Grandemente. O que eu mais gostei
(e eu sei que James Dashner pode perder isso no terceiro livro) foi o fato de
Thomas também se decepcionar com Teresa. Ele deixa de confiar nela, ele deixa
de tratar ela da mesma maneira, de querer estar perto dela. Ele não é o
protagonista bobo e dependente, e eu fiquei muito contente com isso!
Thomas se mostrou bastante maduro. E eu concordo
com ele.
Só esperava um pouco mais no final do livro. Acho
que Correr ou Morrer me deixou com
mais vontade de ler esse do que Prova de
Fogo me deixou com vontade de ler o terceiro livro da saga. Não tivemos as
assombrosas reviravoltas do final, nem construção de nada novo. Apenas um
clímax com luta com seres bem estranhos de bolas laranja (e conforme-se, eles
não serão assim no filme, certeza!), e todos novamente levados pelo CRUEL. Vai
saber o que vem por aí, porque nunca dá para confiar neles. Eu gostei de ver os
Clareanos terem atitude e se imporem, mas talvez seja exatamente isso que eles
querem, então eu ainda me preocupo… e essa insistência da Teresa de que fez o
que tinha que fazer para proteger Thomas, ou que quando entenderem porque
fizeram tudo isso vão continuar fazendo o que lhe pedirem, ou CRUEL é bom.
DEIXA DE SER ALIENADA MENINA.
Mesmo que o terceiro livro possa me mudar. Por
enquanto, estou com Thomas.
Ah, por sinal, Thomas está excluído do restante do
povo, claro. Está preso em um lugar que só me fez pensar em uma espécie de
solitária. Mas nós sabemos que ele é especial: ele é o protagonista, teve uma
ótima cena de resgate após o tiro, e têm memórias bem interessantes que são as melhores partes do livro, com bastante
informação. Que ainda precisamos conectar. De todo modo, no final, o que mais
me intrigou foi Brenda falando na mente de Thomas. Sério que era a Brenda, ou
era mesmo tudo um sonho? Porque se a Brenda trabalhar para o CRUEL… acho que eu
prefiro defender o CRUEL do que acreditar que a Brenda é alguém em quem não
devemos mesmo confiar. Mas vou ter que esperar o último Experimento no próximo
livro.
Talvez as coisas façam sentido então.
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