My Fair Lady – Minha Bela Dama (1964)
By George, she’s got it!
My Fair Lady
é um dos mais clássicos filmes musicais já feitos, e por alguns motivos me faz
pensar em Mary Poppins. Não por nada
relacionado à história nem nada disso, que não tem nenhuma relação, mas acho
que por causa da época. Também clássico, o estilo de música e de filmagem de
ambos os filmes se assemelham, e aí está o motivo de minhas memórias… mas
independentemente, My Fair Lady é um
belo filme divertidíssimo e bem interessante para trabalhar um pouco de
variação linguística e esse tipo de coisa – não que eu vá fazer isso, afinal eu
não estou aqui para estudar \o/ O filme, lançado em 1964, é uma adaptação do
musical da Broadway de 1956, que por sua vez é uma adaptação da peça original
(não musical), chamada Pigmalião, de
George Bernard Shaw.
O filme conta a história de Eliza Doolittle: uma
mendiga que vive pelas ruas de Londres, vendendo flores (nem vou dizer o que
isso me lembrou, porque se não os fãs mais assíduos de My Fair Lady vão me caçar), que encontra Henry Higgins em uma
dessas noites vendendo flores. Higgins é um renomado professor de fonética,
capaz de descobrir muita coisa apenas a partir dos sotaques das pessoas –
horrorizado com a maneira de falar de Eliza, ele garante que é capaz de
transformá-la dentro de seis meses, e fazê-la passar-se, no baile que está por
vir, por uma Duquesa. Assim, ele aposta com Hugh Pickering, seu amigo, e nos
seis meses seguintes Eliza Doolittle fica morando na casa de Henry Higgins,
recebendo aulas e mais aulas massivas de fonética.
Poor girl.
É um filme bem divertido. Porque eu realmente
gosto muito da maneira como Eliza fala, ainda que seja tão menosprezado por
Higgins, porque é a personalidade e a natureza dela. Mas é realmente bizarra a
maneira como sua voz estridente emite alguns guinchos que não parecem pertencer
à língua inglesa, e como ela parece não ser capaz de notar diferenças quando
Higgins pede que ela repita constantemente frases como The rain in Spain stays mainly in the plains – o que é o mote para
uma das músicas mais icônicas do musical, que eu conheci assistindo a Glee. Mas Eliza vai melhorando
lentamente, passando de uma mendiga a uma recatada moça da alta sociedade…
mesmo que ela ainda faça um vexamezinho quando vai naquela corrida de cavalos,
mas não falemos sobre isso agora. Na ocasião do baile, Eliza já é capaz de
convencer as pessoas que é, mesmo, uma Duquesa.
As músicas do filme são maravilhosamente bem
conduzidas – acho que o que mais chama a nossa atenção é mesmo esse ritmo
gostoso com que as músicas nos embalam, e que fazem a história fluir a ponto de
você não se dar conta que são 3 HORAS de filme! E reprises emotivas de músicas
como Wouldn’t it be Lovely? são muito
bem vindas, e garantem à finalização do longa uma atmosfera tocante. Só eu que
me diverti horrores na primeira versão de Just
You Wait, e depois estava praticamente aos prantos quando Eliza faz a sua reprise, no final do filme? Também gosto
muito do toque dado à trama por Freddy, cantando On the Street Where You Live, por exemplo – ele aparece tão pouco,
mas vê-lo se apaixonar por Eliza, ainda que ela não seja totalmente uma bela dama, é muito fofo.
O final do filme está realmente incrível. Depois
que Eliza Doolittle já passou pelo seu trajeto de seis meses rumo a uma Duquesa
e um novo Inglês, Higgins e Pickering não podem deixar de se congratular, e ela
percebe que “não tem importância nenhuma”… a maneira como ela se impõe contra
Higgins, novamente se assemelhando à mendiga vendedora de flores do começo do
filme (porque aí é a sua verdadeira natureza falando mais uma vez) – jogando os
chinelos de Higgins nele, o que me fez rir bastante! – tudo funcionou muito
bem. E então ela promete que Higgins jamais a verá novamente. E ele se dá
conta: “I’ve Grown Accustomed to Her
Face”, e precisa tê-la por perto novamente, porque os seis meses de briga e
“tortura”, no fundo, foram mais do que isso… eles podem ter virado amigos?
Um final irônico e fofinho, músicas ótimas e uma
história cativante.
Certamente, um belo filme sobre uma bela dama.
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