On Broadway – On the Town – ...it's a helluva town!
Unless there's love, the
world's an empty place and every town's a lonely town.
Essa foi uma das passagens que mais me marcaram em On
the Town. E nem foi por toda a sequência de Lonely Town dividida em
três partes – tivemos aquele solo de partir o coração de Gabey no começo da
música; depois tivemos aquela maravilhosa sequência (chamada no programa de Lonely
Town Pas de Deux) que foi mais uma linda sequência de balé, das quais o
musical estava cheio; e por fim o coral cantando a música do meio da platéia.
Tudo isso foi lindo, mas a letra dessa música em si realmente me comove. A
maneira como Gabey se dá conta de que sem amor, qualquer cidade é uma cidade
solitária, de que o mundo é um lugar vazio. Isso pareceu simplesmente tão
correto naquele momento, e eu me identifiquei tanto com aquele lugar. E é uma
resposta e um contra-ponto excelente à New York, New York, que é a
música que começa o espetáculo falando sobre o entusiasmo de estar ali.
On the Town é um
musical extremamente antigo na Broadway, que ganhou um revival no ano
passado. Ele foi encenado pela primeira vez em 1944 – depois ganhou um filme em
1949, um revival no West End em 1963, e três revivals na
Broadway, sendo eles em 1971, 1998 e agora em 2014. Baseado na idéia de Jerome
Robbins para um balé chamado Fancy Free, o musical ainda incorpora uma
série de sequências belíssimas de balé que dão um ar completamente diferente e
inovador ao musical. Muito diferente, por exemplo, daquilo que eu estava
acostumado a ver na Broadway. E adorei. A história é bem simples: três
marinheiros que têm um único dia de folga em Nova York. Ou seja, 24 horas para
fazer o que for que eles quiserem fazer na cidade. Tantos lugares para visitar.
Tantas pessoas para conhecer. Uma mulher especial para encontrar. É o que guia
Gabey: encontrar Ivy Smith, aquela mulher cuja foto ele viu no metrô, e decidiu
que era perfeita para ele.
Assim, os três marinheiros se dividem. Ozzie está
andando pela cidade, determinado a ajudar seu amigo a encontrar Ivy, mas é
parado por uma motorista de taxi: Hildy. Todas aquelas cenas foram
perfeitamente engraçadas, mas a minha favorita é, certamente, a primeira da
dupla: Come Up to My Place. Como ela o leva a cada lugar que ele quer
ver, e está fechado – e o ritmo tão gostoso daquela canção! Enquanto isso
acontece, e Gabey continua procurando Ivy, Chip acaba no Museu de História
Natural, por engano, onde conhece Claire, uma antropóloga comprometida mas que
às vezes não consegue se controlar. A música deles não é minha favorita no
musical, mas eu devo dar todos os créditos pela maravilha que foi aquela cena
de Carried Away, especialmente pelo final e pelo uso de tudo o que eles
tinham no palco, como a evolução dos primatas, e o fóssil de dinossauro. Tem
coisa mais espetacular do que ver aquele dinossauro dançando conforme Claire
instruía?
Já Gabey, ele procura Ivy. Ivy Smith, por si só, é a
garota que tem mais destaque. Ela não tem uma longa história com Gabey, mas ela
tem grandiosas cenas solo que são admiráveis. Especialmente seus solos de balé,
que são incrivelmente lindos! Em Presentation of Miss Turnstiles eu
queria expressar, nos meus aplausos, o quanto gostei da dança, de toda a
coreografia, e ainda da graça contida naquela perfeita finalização hilária.
Também temos uma ótima cena de Do Do Re Do, depois da qual ela já
conheceu Gabey – foi tudo tão terno e tão fofo quando os dois se conheceram.
Algo simples, algo rápido, mas ainda assim tão encantador! Não tinha como não
gostar e como não torcer por aqueles dois. E como não saber que alguma coisa
teria que dar errado em algum momento. Amei a música, amei a utilização dos
demais estudantes do Carnegie Hall (do casal gay dentro da sala), as
coreografias... tudo excelente! Depois os dois vão ter cenas ABSURDAMENTE
LINDAS de balé, com Subway Ride and Imaginary Coney Island. Sério,
aquilo foi perfeito.
E a professora de Ivy, e cantora dos bares? EXCELENTE.
E hilária!
Outras cenas de balé que foram admiráveis foram a Times
Square Ballet, que foi a finalização do primeiro ato e o chamado Pas de
Deux no segundo ato. Toda a ternura do musical está expressa em cada uma
das cenas, e eu adoro como temos cenas de amizade tão legais, como Gabey's
Comin' no primeiro ato, mas a linda Ya Got Me, no segundo, quando
todo mundo canta para Gabey numa tentativa de deixá-lo mais animado depois que
tudo parece ter dado errado no seu único dia em Nova York, no qual ele não
conseguiu, por fim, encontrar Ivy à noite. Todas as cenas foram maravilhosas,
todo o musical apresenta uma produção gigantesca e impecável que me deixou
muito contente. É um daqueles musicais que te faz bem, que te faz sair do
teatro cantando que Nova York is a helluva a town!
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