On Broadway – On the Town


The famous places to visit are so many...
Que musical delicioso! Eu me lembro de quando escolhi que veria On the Town na Broadway. Eu estava montando minha agenda para Nova York, e tinha várias possibilidades – e não estava vendo como eu ia fazer todos meus musicais caberem em 13 noites. Alguns estavam acabando logo que eu chegasse na cidade, outros acabariam em dezembro. Minha lista foi diminuindo. E eu decidi que veria On the Town assim que o vi no site da Broadway. Porque aqueles marinheiros me chamaram a atenção. Lendo e vendo sobre isso tudo, descobri que o musical foi, primeiramente, encenado em 1944 na Broadway, e teve uma adaptação para filme em 1949. Eu tinha quase o dever de ver algo mais clássico, e esse foi meu escolhido. E não podia achar que eu fosse gostar tanto! O espetáculo tem um jeito de comédia antiga, lá da década de 1940 mesmo, e todos os elementos dessas comédias. Por isso é tão leve, descontraída, inocente. Adorável.
A história de On the Town é a história de três marinheiros que têm um dia de folga em Nova York – e o que fazer com um dia de folga em Nova York? Quando Gabey, Ozzie e Chip descem do navio, cada um tem seus próprios planos, como visitar todos os lugares mais famosos (adorei a programação apertada deles!), encontrar as damas da cidade, ou viver uma aventura. E tudo acaba mudando quando Gabey vê a foto de Ivy Smith no metrô: e decide que precisa conhecê-la, porque ela é, aparentemente, a mulher perfeita para ele. Os três se dividem, então, indo cada um para um lado, em busca de Ivy. No caminho, Ozzie encontra Hildy, uma motorista de taxi que acaba de ser despedida e é um tanto quanto atirada! Por outro lado, Chip encontra, no Museu de História Natural, uma antropóloga comprometida, mas que não consegue se segurar. E, por incrível que pareça, Gabey consegue realmente encontrar Ivy Smith, enquanto ela estuda em uma sala no Carnegie Hall.
Todo o panorama é a Segunda Guerra Mundial, com a história se passando em 1944.
Mas nem se empolgue, a guerra não tem nada a ver com a história!
Temos então uma variedade de sequências adoráveis enquanto todas essas histórias vão se desenvolvendo, e é uma mais interessante do que a outra. Tudo é muito rápido, porque se passa dentro de um curto período de 24 horas, o que não permite que nada daquilo seja crível. Mas ninguém pediu por credibilidade, só queremos nos divertir! E On the Town certamente proporciona isso de uma maneira excelente! Temos todas as piadas mais clássicas, temos aquela comédia corporal que é tão típica dos anos 1920 a 1940, e cenas que me lembraram clássicos como O Gordo e o Magro, como aquela velhinha que quer, de qualquer maneira, encontrá-los e prendê-los, para salvar a nossa cidade. Acho que é pela instrumentação que parece saída diretamente de um filme muito antigo de Os Trapalhões, enquanto um policial corre pelo palco, seguido por ela. Sem fala, sem mais nada. E temos essa inocência tão genuína dos marinheiros – eles só querem se divertir, aproveitar.
Não tem maldade alguma neles. Isso é fofo!
Adoro as cenas e a maneira como tudo aconteceu. Porque as músicas em si são tão gostosas, e são claramente músicas não escritas para musicais agora. Não tem aquelas batidas modernas como em If/Then ou Next to Normal, mas também não tem o tom clássico de óperas como O Fantasma da Ópera ou Les Misérables. Não, só tem o tom clássico e divertido das comédias do início do século passado. E isso é muito gostoso! Também temos sequências inteiras de dança que são admiráveis. Então independentemente das músicas, também temos coreografias espetaculares, tanto do elenco completo com figurinos espetaculares em cenas de fazer nosso queixo cair, quanto solos como de Ivy Smith, que são tão incrivelmente belos. Tem muito balé em On the Town, e eu achei isso surpreendente. Temos sequências instrumentais inteiras de balés belíssimos, não só de Ivy, mas também de Gabey e de toda mais uma parte considerável do elenco, e é lindo. Balés lindos, com bailarinas flutuando, passos perfeitos... maravilhoso!
Como eu disse, o musical estreou na Broadway pela primeira vez em 1944 – com certeza o filme de 1949 ficou bem conhecido na época. Eu nunca cheguei a assisti-lo, embora em algum lugar da minha memória tenha alguma coisa guardada sobre ter ouvido falar dele. Vários revivals vieram depois disso. Em 1963, uma nova produção abriu no West End. A Broadway teve seus revivals em 1971, depois em 1998 e por fim agora, em 2014 – que é o revival atual que eu assisti em Janeiro. Música de Leonard Bernstein, com livro e letra de Betty Comden e Adolph Green. O musical foi baseado na idéia de Jerome Robbins e Leonard Bernstein para seu balé, Fancy Free, o que explica aquelas lindas sequências!

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