Vale o Piloto? – Limitless 1x01


“You’re not smart, you’re high” – bem, e por que não os dois?
Eu estava particularmente ansioso para a estréia de Limitless, afinal o filme, protagonizado por Bradley Cooper em 2011, é um dos filmes de que mais gostei nos últimos anos. A proposta dessa droga que lhe dá toda essa percepção da capacidade de seu cérebro, e a maneira como as pessoas mudam drasticamente sobre o efeito da droga. Bem, acredito que a série vá passar a desenvolver uma estrutura de casos semanais, que não são exatamente o meu forte, mas esse Piloto foi simplesmente SENSACIONAL. Mesmo. Foi um episódio repleto de conteúdo, com tudo bem amarrado e incrível. Adorei a apresentação dos personagens principais, interpretados por Jake McDorman e Jennifer Carpenter, e como a série conseguiu que nós já aprendêssemos a gostar tanto deles em 43 minutos de produção! Um enredo muito bem escrito, boas interpretações e bons efeitos, tudo muito intrigante e muito eletrizante… a série certamente tem futuro!
As coisas pareceram passar bem depressa, infelizmente. Teve tanto conteúdo que quando o episódio terminou eu estava: mas já? Sim. A primeira cena já é fantástica, aquela introdução fantástica de Brian Finch correndo entre os carros no centro de Nova York, depois entrando no metrô e parando nos trilhos, em frente ao trem freando. Wow. Depois ele se apresentou de maneira muito bacana e bem-humorada. Ali, quando o voice-over de Brian começou, eu entendi o tom da série, e eu entendi que nós não poderíamos não nos afeiçoar ao personagem. Sua vida, seu passado “criminoso”, a doença de seu pai que ninguém consegue diagnosticar, o aparente insucesso que ele tem na vida agora que está se aproximando dos 30… enfim. Até que Eli, um amigo seu de longa data, lhe apresenta um novo mundo: um mundo no qual o seu cérebro não é o cérebro comum de qualquer pessoa, mas um incentivado por NZT.
Foi FANTÁSTICO vê-lo sob o efeito da pílula pela primeira vez. A maneira como ele fez, em duas horas, o trabalho encomendado para duas semanas, com tamanha perfeição, catalogando os arquivos por cores – depois os jogos de xadrez, cuja aula ele teve com o pai, quando criança, o incrível show de guitarra na praça e a conversa inspirada com o vendedor de hot dog. Mas melhor que tudo isso: ele conseguiu identificar, em uma noite, algo que nenhum médico conseguiu – qual era o problema de seu pai. Tudo isso em meio a efeitos muito bacanas que nos mostram como, mais ou menos, o cérebro de Brian funciona, mostrando esquemas, contas e possibilidades; construindo todo um mapa cerebral que é o que Brian está experienciando; nos mostrando as possibilidades em cenas paradas que mostram cada ação possível; colocando Brian para interagir com ele mesmo para mostrar a rapidez com que o seu cérebro está processando tudo!
A primeira vez que ele se senta na frente dele mesmo para conversar!
Rebecca Harris, a agente do FBI e futura parceira de Brian, é apresentada oficialmente durante a segunda pílula do episódio. Brian vai atrás de Eli para mais NZT, e o encontra morto – o que não impede de pegar uma pílula e fugir, recriando aquela INCRÍVEL cena do metrô, e a fuga dele pelos trilhos. De Eli, Jay Winston e Adam Honeycutt, os três usuários de NZT no banco, dois são mortos em apenas um dia. E Brian decide investigar, além de conseguir mais NZT na esperança de descobrir como conseguir um fígado para finalmente salvar o seu pai. A primeira cena de Brian com Adam foi FANTÁSTICA, com ele caído junto à porta, já mostrando sinais de dependência química por estar sem NZT, e me fez ver o quanto de potencial a série tem! Não apenas por ter esses casos, ou por ter esse quê de ficção científica, mas ainda por mostrar, já no Piloto, essa discussão interessante da droga, da dependência, da decadência de alguém viciado. Ele admitindo que estava ali apenas para roubar NZT, para provar que não matou Eli.
Gostei porque não é simplesmente policial – é intelectual. É inteligentemente ameaçadora.
Foi com terrível desespero que eu assisti à cena de Brian baleado pedindo a ajuda de Rebecca – eu estava muito contente por vê-lo recorrer a ela, e por tê-la ajudando, mas aquela cena me deu agonia, e eu teria desmaiado também… então BRADLEY COOPER \o/ “It’s about time you and me talked”. Adorei a maneira como o Eddie falou do NZT, como ele disse que pode se lembrar de como é estar no útero de sua mãe, e ele faz isso quando precisa relaxar, oferecendo a Brian uma nova vida: a possibilidade de poder tomar NZT quando bem entendesse, sem ter que sofrer com os efeitos colaterais da droga, graças a uma injeção. E mais uma última pílula, para que ele possa finalmente provar a sua inocência em relação ao assassinato de seu amigo Eli. Vai ser bom ter Bradley Cooper por perto, afinal já foi confirmado que ele não fará parte apenas do Piloto, mas sim de alguns momentos, creditado como ator recorrente.
E sem grandes enrolações, em uma cena precisa e curta, Brian prova sua inocência.
Assim, as estruturas estão formadas para a série, e eu acho que temos uma ótima proposta em mãos, algo que pode se tornar uma grande série futuramente. Adoro as possibilidades que o NZT permite, adoro a participação de Bradley Cooper que vai ser ótimo para a trama, e as possibilidades de problemas relacionados às drogas. Rebecca quis Brian como recurso deles, do FBI, e desse modo, mesmo que inicialmente tenha negado a proposta, Brian aceitou trabalhar com eles desde que eles conseguissem um fígado para o seu pai. Com a história do pai aparentemente resolvida, Brian está agora “trabalhando” com o FBI, depois de um Piloto eletrizante que mostrou muito bem à que a série veio. E ainda nos mostrou a proposta de trama para guiar a temporada: a ligação do pai de Rebecca com o NZT, o que deve render algumas boas tramas no restante dos episódios!

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