The Leftovers 2x05 – No Room at the Inn
“Every man for himself out there”
Foi desesperador acompanhar a esse episódio de The Leftovers – os episódios dessa série
impressionante não cansam de nos torturar, enquanto apresentam uma ótima
condução dos eventos dentro de uma história que nós ainda estamos lutando para
entender. Foi um episódio focado em Matt Jamison, como tivemos um na primeira
temporada, mas achei ainda muito mais angustiante do que aquela primeira
versão. Com trilha sonora forte e cenas impactantes, os episódios são bem
pesados. Atordoantes. Minha sensação após assistir a um episódio como esse de The Leftovers é a de ter sido
brutalmente espancado ou algo assim, mas a dura realidade ainda é sofrida, e
ver tamanha humanidade na série é o que mais nos chama atenção. Choca. Assusta.
O episódio não só mostrou Matt Jamison, como também mostrou o lado de fora da
cidade, aqueles que estão lutando desesperadamente para entrar em Miracle e
recomeçar.
Além do constante questionamento a respeito do que é real…
Justamente o que mais nos deixa transtornado.
Então o episódio começa em uma cena que já nos comove e nos deixa aos prantos
por tamanho sofrimento – toda a rotina de Matt Jamison de cuidar de Mary,
observar as horas de sono, sempre mantendo a esperança de que ela ainda vá
acordar novamente como ela supostamente fez em sua primeira noite na cidade.
Não é à toa que o livro favorito dele é Jó, afinal a maneira como ele nunca
perde a sua fé é quase assustadora… depois que ele não atendeu uma ligação (os
mistérios de The Leftovers) e o
celular caiu na privada (been there done
that), ele descobre que Mary está grávida, por causa daquela uma noite de
amor que eles tiveram quando ela “acordou”. E coloco entre aspas porque o
episódio fez questão de nos deixar em completa dúvida a respeito do fato de ela
ter acordado, se isso realmente aconteceu ou não.
Mas convenhamos: o que é uma dúvida a mais na
história de The Leftovers?
O fato é que eles não podiam ter filhos, tentaram
ao longo de muitos anos, e repentinamente isso aconteceu – em uma situação
assustadora que pode ter sido um perigoso milagre de Miracle ou então um surto
de Matt Jamison que é perfeitamente plausível. Me dói não saber o que
aconteceu, bem como me dói vê-lo acusado de estupro quando ele age tão
convincentemente como se fosse inocente. E eu acredito que ele realmente o
seja. Temos motivos para tal… não aquele momento em que Mary acordou no carro,
porque aquilo foi bizarro e surreal demais, evidentemente uma ilusão da cabeça
de Matt, mas depois, no Centro de Visitantes, um cara comenta: “She says if you don’t get yourselves back
inside he will die”. Me fez pensar na maneira como a série está escolhendo
nos deixar confusos a respeito dessas situações, como quando alguém além de
Kevin (não que se possa confiar em sua sanidade) viu Patti.
E as pessoas estão completamente descontroladas do
lado de fora da cidade. As cenas foram fortes de assistir, porque a condição na
qual elas vivem, as coisas que dizem e fazem. Tudo é tão fora de nexo, de
contexto, que nós buscamos entender… como a maneira como ele conseguiu 500
dólares quebrando um remo nas costas de um cara que queria apanhar ouvindo o
nome de “Brian”. Ou o cara preso nu que foi substituído por ele no final em uma
cena chocante. Ou ainda aquele revoltante momento em que Matt e Mary foram
atacados na estrada rumo a Miracle porque um homem queria entrar na cidade com
seu filho. O pulso de Matt sendo quebrado, as pulseiras roubadas de uma mulher
em estado vegetativo… aquilo tudo exemplificava a violência e a crueldade, a
loucura insana de alguém que não mede conseqüências para conseguir o que quer
que queira. E por que o “acaso” causou justamente aquele acidente no fim, de
volta a Miracle?
E o garoto foi muito bom ao devolver a pulseira…
…o que gerou uma boa ação de Matt que realmente
condiz com ele.
Os episódios continuam assim, loucos e
instigantes. Quero mais, HBO, por favor!
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