London Spy 1x04 – I Know

“I told him he would change the world”

Agora que estamos no penúltimo episódio de London Spy, nós tivemos mais uma produção impecável que nos foi entregue, com um caminhamento natural dos eventos de maneira precisa e calculada, entregando-nos novas informações o suficiente para o desenvolvimento da trama, mas ao mesmo tempo nos deixando presos para o próximo episódio, o grande final, porque estamos completamente instigados. Mas convenhamos, assistir London Spy é um empenho danado – eu não sei como o meu coração agüenta isso tudo! A produção perfeita aliada à atuação fantástica desse elenco produz uma minissérie excelente, com um roteiro impecável de nos deixar angustiados e emocionados, tudo ao mesmo tempo e sempre de maneira muito intensa. A intensidade da produção é sentida a cada minuto, nessa experiência deliciosa de assistir a uma série que é, ao mesmo tempo bonita e triste, que é ao mesmo tempo poética e melancólica, além de profundamente inteligente em sua construção.

Vai entrar na Listografia como uma de minhas séries favoritas!

O episódio retoma de onde foi deixado na semana anterior, com o misterioso telefonema a Danny – e nós temos aquele momento macabro em que ele é guiado pelas instruções do telefone (“I want to take you in a journey. Into Alex’s past”), até encontrar-se em um restaurante, frente a frente com um cara vestido exatamente como ele e que tivera um caso com Alex durante o tempo em que eles estiveram juntos, mas um caso contratado por terceiros, no qual ele manipulou Alex para que ele acreditasse que eles tinham se conhecido por acaso e tudo o mais… me pergunto como é que uma simples cena como Alex tendo uma outra experiência sexual pode ser tão magnificamente excitante, e então nós mais uma vez queremos ressaltar a qualidade da fotografia da série e a atuação brilhante desses atores! A maneira como o seu rosto expressa um perfeito prazer incontestável enquanto apenas seu rosto, seu pescoço e sua clavícula são mostrados (com a quantidade certa de pêlos) deixa tudo sensualmente perfeito.

Mas entra na equação: quem contratou esse cara para seduzir Alex?

“Sex has always been a means of control”

Gostei muito de como o episódio “trouxe de volta” o Alex, em cenas de flashbacks que retornaram à longa relação dele e Danny em momentos que não presenciamos no Piloto – como o momento pós-traição que o Danny não ficou sabendo, ou aquela poética cena da fogueira! A conversa toda sobre almas gêmeas é dolorosa, mas incrivelmente real. Porque por mais romântico e parecido com o Danny que eu seja, dolorosamente faz sentido o que Alex está dizendo e eu devo reconhecer que ele tem razão. Embora eu jamais quisesse escutar isso do meu próprio namorado. Mas a fotografia da série mais uma vez se destaca, bem como a trilha sonora, e nós temos uma quebra entre aquele momento e um momento atual, de Danny em frente à mesma fogueira no mesmo lugar, mas dessa vez sozinho, sentindo o cheiro de Alex em uma blusa sua e chorando. Aquilo me partiu completamente o coração, e eu quase me entrego aos prantos apenas ao escrever sobre essa dolorosa cena. Que produção magnífica, sem dúvida!

“There might be. For both of us. But as we don’t know them, it’s just theorical”

E então eu fiquei angustiado porque eu queria que o Danny conseguisse abrir aquele negócio de uma vez e conseguir algum tipo de resposta, se é que isso era possível… e mesmo com toda aquela fantástica cena da estação, com Danny vendo números por todos os lados, nos telefones, na plataforma, nos relógios, a temperatura… tudo foi tão perfeito e tão preciso, mas a mistura de cenas em uma edição fantástica lhe entregam a resposta para a questão: número 1. Justamente a conversa sobre almas gêmeas e o questionamento a respeito da improbabilidade de haver apenas uma pessoa no mundo para cada um. ““[…] there’s only one person out there for you”. Com calafrios, completamente nervoso e angustiado, eu terminei o episódio com algumas respostas que me deixaram ainda mais assustado e ainda mais interessado em entender outras coisas… eu adoro séries cujas respostas só fazem gerar novas e novas perguntas.

“I don’t want you to stay with me just because I’m the first. You should see other people”

“I don’t want to” DOEU.

Scottie teve uma participação importante nesse episódio, e cumprindo o seu propósito ele foi deixado de lado dolorosamente em uma despedida belíssima – já foi difícil ver como ele foi danificado para atingir Danny, com os remédios trocados fazendo-lhe ter uma recaída na depressão tratada há mais de 30 anos! Vê-lo bêbado no chão, sangrando e todo torto e machucado foi terrível. “How do you kill an alcoholic? With alcohol. How do you kill a drug addict? With drugs. How do you kill a depressive?” Aquilo foi tão forte! E como ele foi realmente importante em todo o processo de descobrir mais ou menos o que o Alex estava fazendo e porque as pessoas o queriam morto, ele teve uma despedida digna, e ganhou uma declaração linda de Danny: “I love you. Very much”. Mas ali eu me abracei e me segurei, porque eu sabia que alguma coisa estava para acontecer. E estava… foi um final desesperador! O clube, o show de mágica, a trilha sonora de suspense, a ligação de Scottie preso dentro do carro com “Danny, there will be a note” e a corrida transtornada do Danny pela floresta, encontrando-o pendurado de uma árvore.

Morto.

Cada uma dessas dores me faz pensar que essa série é incrivelmente inteligente e humana – porque ela faz com que nos preocupemos com os personagens, que sintamos por eles, e que vivamos essas emoções, além de toda uma trama elaborada de espionagem. Esse equilíbrio entre as duas facetas torna a produção tão memorável! E sobre toda a trama de espionagem, nós tivemos algumas informações importantes quando Danny conseguiu finalmente abrir o que Alex lhe deixou, e eles descobriram todo um importante programa para que eventos como o 11 de Setembro pudessem ser prevenidos, com um estudo da fala, da voz, dos olhos, dos movimentos de rosto das pessoas para prever verdades e mentiras… uma informação poderosíssima e perigosa que ninguém quer ver espalhada por aí, e que poderia ser apenas uma maneira de confirmar que o seu amor e seu romance com Danny era verdadeiro. Foi, sim, doloroso entender a união das coisas e o intelecto grandioso de Alex que o levou à morte. “If one of us survived a week I’d be very surprised”.

“I wish I could tell him. Nothing of it matters. The lies, the mistakes. I loved him. Just the same”

E agora Danny está “livre”… LOUCO PELO ÚLTIMO EPISÓDIO.

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