O Jogo da Imitação (2014)
Um perfeitamente bem produzido filme histórico da
Segunda Guerra Mundial.
Assisti ao filme porque eu sabia, a partir de
críticas e comentários, que eu estava prestes a ver algo realmente muito bom –
e eu gosto do trabalho de Benedict Cumberbatch, que merece ser amplamente
elogiado nessa produção; mas eu não tinha muita noção do que esperar, e eu
terminei o filme embasbacado e, sim, com muitas lágrimas inundando meus olhos.
QUE FILME LINDO! Bem, não só lindo, como também doloroso e sofrido, mas sobre a
luta de algumas pessoas por tornar o mundo um lugar melhor em meio a lamentável
e destruidora paisagem da Segunda Guerra Mundial. Ainda que muitos filmes
tenham sido feitos ambientados nessa época, acho que o assunto nunca deixará de
nos fascinar, por toda sua grandiosidade e poder de destruição complicado que
marcou a humanidade de maneira tão profunda e permanente. O Jogo da Imitação é um retrato preciso de uma história não
contada, mas importantíssima para que os Aliados vencessem essa guerra!
O Jogo da
Imitação conta a história de Alan Turing, um inteligentíssimo matemático
inglês que acreditou que podia fazer mais para ajudar a deter a Alemanha
durante o período de guerra. E, graças a ele, aproximadamente 14 milhões de
vidas foram poupadas nos mais de dois anos de guerra que ele conseguiu encurtar
ao criar uma Máquina capaz de decifrar o código alemão. Quando Alan Turing, no
começo do filme, vai em busca de um emprego sem ter qualquer tipo de sucesso
nas relações interpessoais, e investigando e notando coisas (sim, nos faz
lembrar um pouco de Sherlock, mas Benedict estava simplesmente INCRÍVEL no
papel!), nós o vemos colocado para trabalhar em uma equipe que tenta
decodificar as mensagens alemãs interceptadas da mesma maneira de sempre, sem
nenhuma grande inovação. Mensagens essas codificadas com uma máquina chamada de
Enigma, cujas mensagens criptografadas são consideradas impossíveis de
decodificar.
Para tal, Alan Turing trabalha na construção de
uma máquina – ele não acredita na simples decodificação de uma ou outra
mensagem por dia: ele quer desvendá-las TODAS. O problema é que, todo dia à
meia-noite, a Alemanha muda as configurações da Enigma, e portanto um código e
uma legenda só serve para um período de 24h – 18h, se levarmos em conta que a
Grã-Bretanha só consegue interceptar a primeira mensagem alemã por volta das 6
a manhã. O filme é uma inteligente construção histórica, reunindo essa luta da
equipe em decodificar a Enigma com cenas de pura destruição da guerra, e o que
era viver naquela época, em um país devastado e com fome. Eu gosto demais da
participação de Joan Clarke no filme (e de como ela foi introduzida!), e
especialmente de como ela ensina que ele precisa fazer o resto da equipe gostar
dele, para que eles possam apoiá-lo… e é o que eles fazem quando o projeto é
quase fechado.
A maneira como eles chegam à decodificação?
PERFEITA!
Cada cena da Christopher (a máquina de Alan)
trabalhando e não conseguindo nada é um desespero profundo e um aperto no
coração – até que uma divertida e gostosa cena no bar nos leva a melhor dica de
como solucionar o problema: Christopher não precisa calcular as 159 trilhões de
possibilidades da Enigma, afinal uma parte da mensagem é sempre a mesma, “Heil Hitler”. E desse modo, Enigma é
decodificada, fornecendo informações preciosas aos Aliados, mas usadas com
cautela para que o Exército Alemão não desconfiasse que a máquina deles tinha
sido decodificada, ou então todo o trabalho de mais de dois anos não teria
servido de absolutamente nada. É doloroso, é sofrido. Aquela primeira cena de
Peter implorando pela vida do irmão me partiu o coração – mas eu entendi Alan.
As mensagens, as decodificações, as espionagens, as ameaças… o final do filme
lida com todo um complexo jogo de poder e informação incrivelmente bem
conduzido, tornando esse um dos melhores filmes do gênero que eu já vi!
Só para completar, o filme ainda conta com uma
sequência de flashbacks perfeitamente
emocionantes, que mostram um Alan Turing ainda em sua adolescência, na escola,
se interessando por criptografia, e tendo uma amizade intensa e importante para
sempre com Christopher, aquele que lhe protege e lhe apóia durante todo aquele
período, aquele que Alan amava.
Aquela mensagem de “I love you”, criptografada, que ele nunca pôde entregar foi
de partir o coração! A morte de Christopher é dolorosa de assistir, ainda mais
sabendo o quão infeliz Alan foi por toda sua vida, em um país onde a
homossexualidade foi considerada crime por muitos anos. As cenas finais, quando
Joan vai visitá-lo, e ele está perdendo sua genialidade, tremendo por causa dos
hormônios forçado a tomar, não querendo estar sozinho e se apoiando em
“Christopher”, a máquina… como aquilo foi bonito e profundamente triste!
Chorei com as últimas informações, como o suicídio
de Alan Turing.
Que filme BELÍSSIMO. Profundo, emocionante e
inteligente – fascinante.
Sometimes it’s the very people who no one imagines
anything of who do the things no one can imagine.
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