Vale o Piloto? – Shadowhunters 1x01 – The Mortal Cup


“I’m turning 18, it’s not like I’m heading to some epic journey”
Eu estou bastante confuso em relação aos meus sentimentos depois dessa estréia – não sei exatamente qual era a minha expectativa. Ao ler os livros, alguns anos atrás, eu gostei deles, mas também não foi uma paixão gigantesca como com outras sagas (lê-se Harry Potter, Crônicas de Nárnia ou Fronteiras do Universo), e o filme recente não foi realmente um dos melhores. Eu tinha expectativas de, talvez, agora ser uma coisa explosiva, grande. Eu gostei da série, no geral gostei muito mais das caracterizações dos personagens do que os atores escolhidos para o filme, mas ainda parece que falta alguma coisa, alguma faísca para nos prender definitivamente. Talvez fosse a previsibilidade. Tendo lido o livro e visto o filme, parecia que nada me surpreendia, afinal eu já tinha visto aquilo outras vezes, e as coisas aconteceram da mesma maneira, como uma espécie de elaborado dejá vù ou algo assim, entende?
Além de sabermos o que vem por aí…
Tipo onde está o Cálice Mortal, ou quem é Jace Wayland, que não é Jace Wayland.
Já vi pela internet pessoas reclamando que “está diferente do livro” – para constar que uma série é uma mídia diferente da impressa, então haverá diferenças. E não concordo com quem está dizendo esse tipo de coisa… talvez eles esperem uma transcrição exata, diretamente das páginas para a televisão, mas não é isso o que uma adaptação faz. E é exatamente a mesma história do começo de Cidade dos Ossos, convenhamos. Os elementos estão ali, os personagens e os acontecimentos mais importantes também. A essência é a mesma, bem como os mistérios e as certezas equivocadas. Vamos aguardar. Não é porque não começa no ataque no Pandemônio ou porque a Clary age de uma maneira um pouco diferente durante a luta que está tudo diferente – vamos admitir que a cena de ação no Pandemônio foi uma das melhores coisas do episódio! Particularmente, achei que ela ficou muito bem feita, dentro do possível.
O episódio se preocupa em apresentar Clary Fray como uma mundana, a fazendo até usar a palavra em uma frase como “My life couldn’t be more… mundane”, e ressalta o uso das runas em suas ações – seja na tentativa de entrar na Faculdade de Artes, com seus desenhos, ou quando ela picha o novo nome da banda na vã de Simon e Maureen. No seu aniversário de 18 anos, sua mãe está preparada para contar a ela toda a verdade, sobre como ela não é uma mundana, como a mãe, 10 anos antes, apagou a memória da filha (ajudinha de Magnus!) para que ela não se lembrasse do mundo dos Caçadores de Sombras, mas agora ela está despertando e não poderá mais ignorar isso tudo… infelizmente, Maxim Roy faz um trabalho não muito convincente como mãe de Clary, e Dot, por exemplo, fez um trabalho infinitamente melhor, uma pena que vá ficar apenas por esse episódio. Sinceramente, a melhor atriz que colocaram nesse negócio todo!
Porque Katherine McNamara como Clary Fray deixou bastante a desejar em questão de interpretação – ela não convenceu realmente, ela não teve a intensidade e o desespero da Clary dos livros, e eu espero que ela consiga melhorar nesse quesito. O Jace de Dominic Sherwood me deixou com uma sobrancelha erguida em dúvida desde sua primeira cena e especialmente com o “You have the Sight?”, mas ele é visualmente muito mais parecido com o Jace dos livros, então eu estou lhe dando esse mérito. Esperemos para julgar Isabelle e Alec, afinal o Alec se saiu muito bem na sua desconfiança de Clary para encobrir os ciúmes que sente de Jace – me pergunto se quem não leu o livro já se deu conta do quanto o Alec é apaixonado pelo Jace, e eu acredito que a resposta é não. Agora, adorei o Simon de Alberto Rosende, uma atuação ótima, felizmente, afinal ele é um dos meus personagens favoritos no livro.
Até certo ponto.
Então, embora tenhamos tido efeitos medianos e várias interpretações fraquinhas que eu espero que melhorem, a série estava com um bom roteiro – previsível, mas previsível porque eu já conhecia a história, então não tinha como esperar que fosse diferente. Espero que Shadowhunters se desenvolva e me prenda. E que os demônios dêem mais trabalho, porque a maneira como eles morrem depressa faz parecer que tudo é muito fácil. É fácil ser um Caçador de Sombras. A busca pelo Cálice Mortal ainda deve levar muito tempo, e eles vão desenvolver o personagem de Valentine muito antes do esperado. E agora Clary já está envolvida no mundo dos Caçadores de Sombra, descobrindo quem ela é. “All the legends are true. We’re shadowhunters. We protect the human world from the demon world”. Gostei muito da cena de fora da “Igreja abandonada”, especialmente pelas reações hilárias de Simon, que não via nada, e depois o primeiro embate de Simon e Jace, querendo levar e proteger Clary.
“Well, in that case I would like to speak to Jocelyn’s daughter”
Vamos aguardar – a resposta do “Vale o Piloto?” ainda não é definitiva.

Para mais Pilotos de série, Vale o Piloto.


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