A Série Divergente: Convergente (2016)
“EVERYONE
is worth saving”
Um filme verdadeiramente envolvente! Particularmente,
Convergente é o meu livro favorito na
trilogia de Veronica Roth, mas não em sua totalidade – eu, por exemplo, gostei
mesmo muito mais da primeira metade do livro, onde descobrimos todo esse mundo
novo através do Departamento, e eu achei bastante surpreendente, porque não era
algo que eu esperava através da leitura dos dois primeiros livros, com toda sua
análise a respeito das características e da natureza humana. Assim, eu estava
entusiasmado e nervoso por essa estréia, e saí do cinema satisfeito! Que filme
excelente! Okay, tivemos lá nossas diferenças em relação ao livro (e
para ler minha review sobre o livro, clique aqui), mas foi um filme tão
instigante e tão bem construído que eu estou apaixonado. Rankeando-o como o meu
favorito dentre os três lançados, eu adorei o novo estilo (era praticamente um
recomeço!) e a maneira como o futuro foi apresentado do lado de fora da Cerca,
fugindo das expectativas que tínhamos que conhecíamos apenas Chicago. E já
tendo feito maravilhas nas alucinações dos primeiros filmes, foi outro grande
sucesso!
Porque depois que toda a sociedade baseada em
facções de Chicago desmorona, eles não sabem exatamente o que fazer – é assim
que iniciamos Convergente, com um
grupo de pessoas que recebe uma mensagem do lado de fora, dizendo que a humanidade os aguarda, mas não tem
muito o que possa ser feito. Depois de Jeanine ter sido morta no filme passado,
Evelyn, a mãe de Quatro, assumiu o poder e, infelizmente, assumiu exatamente as
mesmas atitudes autoritárias e corruptas que outrora Jeanine tomara, embora
possa acreditar que está fazendo o que julga certo. Tobias a confronta sobre
isso em uma das primeiras cenas e é maravilhoso. O julgamento daqueles da
Erudição que trabalharam ao lado de Jeanine é rápido e brutal, e Tris decide
que ela não pode continuar ali aceitando apenas aquilo como sua vida. Ela não sabe
o que tem do lado de fora, e ela pode chegar lá e não encontrar mais uma “humanidade”,
mas o que ela não pode fazer é ficar ali dentro pensando nisso, sem nunca saber
o que tem do outro lado.
Do outro lado da Cerca.
Então ela convence Tobias a fugir com ela! É assim
que o filme começa a ter um movimento mais interessante ainda, e eu fiquei
vidrado e elétrico. Tobias tira Caleb da prisão antes de seu julgamento, e com
o Peter infiltrado e Christina, eles passam para o outro lado da Cerca, em uma
deliciosa cena na qual eles escalam aqueles muros. E são recebidos por um
ambiente hostil e avermelhado (o filme abusou dos tons de vermelho e laranja
escuro, o que me pareceu uma agradável referência à capa do livro) que se
assemelha a um deserto, mas também com poças de água vermelha que eles
descobrem cair do céu, na cena do “Oh,
great, now the sky is bleeding”. Ao andar pelo duro ambiente infértil, não parece
haver esperanças para uma humanidade, nem um grande motivo para terem deixado
Chicago, até que o pessoal do Departamento chegue, em um dos meus momentos
favoritos! Aquele muro invisível que tão claramente separa ambos os mundos foi
um dos recursos mais legais, e eu adorei quando eles já estavam do lado de lá e
ele foi fechado, excluindo do outro lado Chicago, com toda a equipe do
Departamento.
O que até parece meio preocupante.
Assim eles entram nesse novo mundo, o mundo que
lhes explica mais ou menos o que aconteceu: como,
no passado, as pessoas começaram a mexer excessivamente com o material genético
dos seres humanos, na tentativa de criar pessoas perfeitas que pudessem
coexistir em paz e fazer do mundo um lugar melhor; no entanto, aquela tentativa
primária foi um fracasso, afinal as pessoas corajosas demais tornaram-se
cruéis, as inteligentes demais perderam sua compaixão, as muito amigáveis se
tornaram passivas, e assim por diante… para tentar resolver o problema dessas
pessoas geneticamente danificadas, nasce o Experimento de Chicago, com pessoas
danificadas confinadas em uma única cidade, convivendo em paz através do
sistema de facções ao longo de gerações, na esperança de reconstruir o genoma
humano, que deixam de ser limitados como o foram anos atrás, através da
manipulação humana. Os Divergentes são os mais próximos disso, mas apenas Tris
é Geneticamente Pura, o resultado perfeito do Experimento. Um milagre. Então
é por isso que, no Departamento, ela é tão importante, por isso que ela precisa
ser recrutada e estudada, para que eles possam tentar reconstituir o que foi
feito com ela.
Tornar mais pessoas Puras.
Embora eu acredite que tudo isso ficou assim tão claro por eu ter lido o livro!
Visualmente, o filme está FANTÁSTICO, e esse é um
dos motivos de eu chamá-lo de meu favorito dentre os três. Mas acontece que eu
adoro essa pegada futurística, essa coisa toda de experimentos, e a construção
do Departamento em um antigo aeroporto foi feita de uma forma impressionante. O
local mescla de forma inteligente um ambiente hostil e escuro a um
aconchegante, branco e repleto de luz, ao qual Tris, e apenas ela por ser Pura,
é incluída. Há uma separação inicial ali. A ampla tecnologia está presente nas
próprias naves e no muro que separa as duas realidades, aquela luz que os
envolve e os faz flutuar, ou ainda na própria chegada do pessoal de Chicago ao
Departamento, onde eles são purificados.
E claro, aquelas cabines nas quais Peter e Caleb começam a trabalhar, com uma
tecnologia assombrosa que vigia Chicago 24/7, apresentado no filme através de
um recurso extremamente bacana e bonito – e todo o uniforme de guerra, as
armas, os discos flutuantes que ora atacavam ora os protegiam com um
interessante escudo esverdeado que tornava as coisas bem diferentes. Essa foi a
vitória do filme: expandir o Universo de Divergente, criar uma nova realidade
crível, desenvolver e ampliar tudo, e dar uma nova cara à trilogia.
Ficou um filme realmente muito bom, e certamente
distingue-se de seus antecessores.
Vamos falar de personagens. Acredito que Caleb
apresentou um crescimento admirável, mas ele sempre foi um dos meus favoritos,
de todo jeito, então sou suspeito para falar. Tris me pareceu um pouco mais
aérea e menos determinada que no livro, afinal ela acreditou no Diretor quando
ele ainda não tinha sido convincente o suficiente, ela comprou toda a idéia
fácil demais. Por outro lado, Tobias foi colocado no filme como um personagem
extremamente forte e admirável, lembrando o menino chorão do livro (porque ele não
é um Divergente) apenas em uma cena com Tris, mas abandonando a atitude muito
depressa ao tomar frente e assumir uma verdadeira posição. Já Caleb, ele foi um
personagem extremamente útil que cresceu e conseguiu reconquistar a confiança
da irmã, que abusou de fofura no filme todo e fez com que nos apaixonássemos
por ele uma vez mais – em todos os momentos de entusiasmo, de medo, de falta de
jeito para os momentos de ação que era obrigado a enfrentar, mas indo até o
centro da ação no clímax do filme para impedir que o Gás tomasse conta de toda
Chicago, e eu nunca fiquei mais orgulhoso dele do que naquele momento especial repleto de determinação.
Shailene Woodley sempre ótima como Tris.
O lindo do Theo James um ótimo e FORTE
Quatro/Tobias. Mas menos sofredor.
E o fofíssimo Ansel Elgort como o inteligente
Caleb! <3
Convergente,
assim como toda a série, tem uma interessante análise crítica que merece ser
feita, mas sobre a qual não vou me prolongar nesse momento, até porque sinto
que já fiz isso de forma mais detalhada na review
do livro. Mas observamos aquela dificuldade de promover uma revolução,
assumir um poder e conseguir fazer
diferente, uma vez que Evelyn se torna, apenas, uma nova Jeanine. Toda uma
luta por poder por parte do Departamento, toda uma nova revolução se formando –
mas aí entramos em uma questão muito mais humana. Danificados ou não, como são chamados
pelo Departamento, Tris defende que todas aquelas pessoas em Chicago são
PESSOAS, e portanto merecem ser salvas, não apenas ela. Afinal de contas,
aquele é seu lar, sempre foi sua casa, aqueles são seus amigos, Tobias continua
sendo o mesmo de sempre, independente de seus genomas serem puros ou não. Então
quanto vale uma vida humana e o quão menosprezada uma delas pode ser apenas
porque ela é diferente do padrão? Tudo bem que foi um erro humano do passado, mas eles deixam de ser pessoas por não terem os mesmos genomas perfeitos que eles esperam
que tenham, como a Tris?
Apenas uma rapidíssima reflexão.
Para a review de Divergente, clique
aqui.
De Insurgente, clique
aqui.
É um maravilhoso filme, divertida e eu desfrutei muito. Recebeu muitas criticas, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. Considero que está no seu melhor momento como ator, Ansel Elgort. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto.Seguramente o êxito de Ansel Elgort filmes deve-se a suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator.
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